Ao Esporte Interativo, volante gremista deu a sua versão sobre os tristes acontecimentos do último clássico
Entre os que queriam agredir com socos ou pontapés, houve também quem tentasse apaziguar os ânimos em meio à verdadeira guerra que se transformou os minutos finais do último Gre-Nal. Inédito pela história da Libertadores, o clássico da Arena terminou empatado em 0x0 e manchado pela pancadaria generalizada que gerou a expulsão de oito jogadores, sendo quatro de cada lado.
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Matheus Henrique fez parte do segundo grupo. Fugiu das trocações e tentou evitar a confusão para que a partida fosse concluída normalmente. Buscando ajuda, conversou durante a briga com o seu amigo desde os tempos da base do São Caetano, Nonato, que estava na reserva do Inter. O diálogo com o colorado foi claro: tira os teus que eu tiro os meus. Mas não funcionou.
“Teve um momento no meio da briga que eu conversei com o Nonato. Cheguei nele e falei pra tentar tirar os caras do Inter. Com os mais velhos, os capitães, pra tentar tirar. E eu tiraria os caras do meu time. Tanto que não briguei com ninguém. A gente queria jogar. O jogo estava bom. Eu não queria que aquilo tivesse acontecido”, revelou o camisa 7 gremista em conversa com a jornalista Taynah Espinoza, do Esporte Interativo.
O volante tem a convicção de que se fosse um outro time envolvido, independentemente se o jogo fosse contra Inter ou Grêmio, a briga não teria acontecido daquela maneira. Em outras palavras, quis dizer que o ambiente criado em cima do Gre-Nal contribuiu para as cenas lamentáveis que rodaram o mundo.
“Clássico é sempre diferente. Mas temos a mesma mentalidade em todas as partidas. Naquele jogo, por ser Gre-Nal, tem jogadores dentro de campo que querem ser mais homens que outros. Se fosse outro time, não aconteceria aquilo. A Arena estava lotada com mais de 50 mil pessoas. O ambiente favoreceu pra isso. Mas temos que ter a cabeça no lugar. A gente pede paz entre as torcidas e demos um exemplo negativo”, acrescentou.
Críticas ao colorado Moisés e vestiário em clima de velório
Pepê parte em velocidade pelo flanco direito e é bloqueado por Moisés. A bola sai pela linha lateral e ambos pedem o arremesso. No chão, o atacante gremista se sente tocado às costas pelo lateral-esquerdo, que discute com o oponente e logo recebe um empurrão de Luciano. Assim inicia-se uma das maiores brigas da história do Gre-Nal.
Em tom crítico ao lateral rival, Matheusinho comparou a situação como se, futuramente, um jogador do Grêmio fosse ao Beira-Rio e “fizesse o mesmo que o Moisés fez com o Pepê”.
“Renato nos disse que não foi legal, de ambas as partes. Mas nos disse também que as imagens estavam ali. E todos viram o que aconteceu. É a mesma coisa da gente chegar no Beira-Rio e fazer com um atleta deles o que o Moisés fez com o Pepê. Renato falou que uns tiveram a atitude de separar e outros de brigar, dos dois times. Então não tinha certo nem errado. A culpa foi dos dois. Ele deixou bem claro que não era uma coisa bacana”.
No vestiário, o clima era de silêncio absoluto. As conversas sobre o ocorrido ficaram para o dia seguinte.
“Ali no vestiário não falamos nada. Todos quietos. Estávamos em um momento de reflexão. Só conversamos no dia seguinte. Depois do jogo a adrenalina estava lá em cima. Todos bem quietos. Tomamos banho e fomos pra casa”, concluiu o volante.
Paulo Miranda, Pepê, Luciano e Caio Henrique foram os expulsos pelo lado do Grêmio, enquanto Moisés, Edenilson, Cuesta e Praxedes ganharam vermelho no time colorado. A Conmebol ainda marcará o julgamento referente à briga no Gre-Nal. Por conta da pandemia de coronavírus, a Libertadores também foi interrompida e deve retornar no início de maio.
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