Entidades que representam os atletas avaliam que tudo depende de quanto vai durar a pandemia do coronavírus no Brasil
Entidades que representam os jogadores de futebol que atuam no Brasil, a Fenapaf (Federação Nacional de Atletas de Futebol Profissional) e o Sindicato dos Atletas de Futebol encaminharam cobranças à CBF (Confederação Brasileira de Futebol) e Rede Globo, no que tange à indefinição dos campeonatos estaduais, paralisados em virtude da pandemia do coronavírus.
Além disso, sugeriram que as Séries A e B do Brasileirão sejam reduzidas de 38 para 22 ou 24 datas. Entretanto, a definição do total de jogos depende de quanto tempo a pandemia vai durar no país, conforme diz Alfredo Sampaio, presidente da Fenapaf e representante da Saferj (Sindicato dos Atletas de Futebol do Estado do Rio de Janeiro).
“Nós já conversamos várias possibilidades. Vai depender como a epidemia vai andar. Se tudo voltar ao normal até maio, dá pra encaixar tudo. Se não voltar, vai ter que mudar o modelo de competição”, iniciou Sampaio, em entrevista ao site UOL.
“Só que aí isso também, passa por alguns problemas contratuais. A Globo tem contrato para transmitir 38 partidas. Se diminuir o número de partidas, a Globo pode não querer pagar. A gente falou sobre diversas formas (diferentes de tocar o Brasileirão)”, prosseguiu.
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“Citamos dois grupos de dez (times) jogando entre si, campeão de um contra o campeão do outro. E aí teríamos 22, 24 datas de fosse jogo de ida e volta. O importante entender é que essa decisão depende muito da questão do vírus. Se o vírus acabar em maio, tudo bem, mas e se acabar em junho ou julho? Aí não tem como ter 38 datas”, disse.
Críticas à CBF
Sampaio também criticou a CBF. Ele avalia que falta poder de decisão para a entidade máxima do futebol brasileiro. Além disso, afirmou que a confederação deveria ajudar financeiramente os clubes, sobretudo aqueles que não têm calendário até o final do ano, além dos disputam as Séries C e D do Brasileirão.
Vale destacar que, no dia 17 de março, a CBF anunciou que teve de receita 957 milhões de reais, em 2019. O dado é recorde da entidade.
“A gente acha que a CBF está esperando o cenário para ver que tipo de calendário pode ter. Isso nos preocupa porque os estaduais não acabaram. Os atletas estão com o campeonato paralisado, de férias e com um mês para receber. A CBF deveria trazer tranquilidade e dizer que, independentemente do que acontecer, vai trazer datas para o calendário”, declarou
“A CBF, como entidade máxima do futebol brasileiro, deveria chamar essa responsabilidade pra ela. Ela teve arrecadação suficiente e deveria destinar parte do que arrecadou para os clubes que vivem dificuldades por causa deste momento. Em off, a CBF disse que não faz isso por ser uma entidade privada. A gente não concorda com isso, que ela é uma entidade privada. Não é uma resposta que, no meu modo de ver, sera correta e coerente”, finalizou Sampaio.
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