“Ficou claro que a única opção lógica era adiar”, diz Comitê sobre adiamento dos Jogos Paralímpicos de Tóquio
Torcedores.com entrou em contato com o Comitê Paralímpico Internacional para falar sobre o adiamento dos Jogos Paralímpicos de Tóquio
Torcedores.com entrou em contato com o Comitê Paralímpico Internacional para falar sobre o adiamento dos Jogos Paralímpicos de Tóquio
O Comitê Paralímpico Internacional é presidido pelo brasileiro Andrew Parsons, que tem mandato, a principio, até o fim de 2021. Parsons é carioca, tem 42 anos e preside a entidade máxima Paralímpica, desde 2017.
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No último mês de novembro, Andrew Parsons falou com exclusividade ao Torcedores e prometeu fazer “Jogos memoráveis”, mas a pandemia do coronavírus mudou tudo: na última terça-feira, 24 de março, veio o adiamento oficial, depois de várias desistências por parte de delegações, dos Jogos de Tóquio.
E é sobre esse adiamento que o CPI, via assessoria de imprensa, conversa com o Torcedores. Confira a entrevista na íntegra.
Torcedores: Quando se definiu, oficialmente, pelo adiamento dos Jogos Paralímpicos, sem contar o anuncio oficial? A decisão não foi tomada um pouco tarde?
Comitê Paralímpico Internacional: O adiamento foi decidido oficialmente na terça-feira. O presidente do IPC (sigla do órgão em inglês), Andrew Parsons foi convidado a participar da reunião do Conselho Diretor do COI (Comitê Olímpico Internacional) para fazer parte da decisão. A propagação global da doença tem sido extremamente rápida. Foram necessários 67 dias desde o primeiro caso relatado para chegar a 100 mil casos, mas apenas mais 15 dias para chegar a mais de 375 mil. Após a atualização da Organização Mundial da Saúde (OMS), na manhã de terça-feira, ficou claro que a única opção lógica para proteger a saúde e o bem-estar de todos os envolvidos, e a preparação para os Jogos, era adiar até 2021.
Torcedores: Qual foi o peso do Comitê Paralímpico nessa decisão, visto que muitos atletas paralímpicos tem baixa imunidade e são mais suscetíveis ao Covid-19?
CPI: Temos uma relação muito próxima com o COI e estamos em contato regularmente para preparar todas as edições dos Jogos. É claro que esse contato tem sido mais frequente como resultado da epidemia do COVID-19 e temos feito parte de uma força-tarefa nas últimas semanas, juntamente com o COI, a OMS, o governo japonês e o governo da região metropolitana de Tóquio. Ao longo do processo de decisão, o COI sempre valorizou a visão do IPC, em particular sobre como o COVID-19 pode impactar os atletas paralímpicos.
Torcedores: Qual a porcentagem de atletas já garantidos para os Jogos Paralímpicos? O Comitê já definiu como se darão os pré-olímpicos, que ainda faltam acontecer?
CPI: Nos últimos 10 dias temos feito várias teleconferências com as Federações Internacionais e Comitês Paralímpicos Nacionais para tentar estabelecer quantos atletas já se qualificaram para os Jogos e quantos precisam de classificação antes dos Jogos. Ainda estamos compilando estes dados. Após o adiamento, vamos agora trabalhar com as Federações Internacionais para desenvolver novos critérios de qualificação. No entanto, só o poderemos fazer quando soubermos as novas datas dos Jogos, juntamente com os prazos de convocação dos atletas e de classificação funcional.
Torcedores: Haverá algum tipo de reembolso para quem já tinha viagens marcadas e ingressos marcados?
CPI: Passaram-se apenas um pouco mais de 48 horas, desde o anúncio do adiamento, e há milhares de perguntas a serem respondidas por uma multidão de interessados e no momento não temos as respostas para todas essas questões.
Torcedores: Não creem no descredito do Comitê internacional, perante ao público e paratletas?
CPI: A decisão de adiar foi certa, pois é essencial proteger a saúde e o bem-estar de todas as partes interessadas, em especial dos atletas. Como o IPC não é signatário do contrato da cidade-sede dos Jogos Tóquio 2020, não pudemos tomar uma decisão final sobre os Jogos irem adiante ou não, somente pudemos contribuir com nossas opiniões para o COI e para Tóquio 2020.
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