Entidade alega que optou pelo pacto para evitar consequências negativas de uma longa disputa
Após sete equipes do grid da Fórmula 1 emitirem uma nota sobre a paralisação da investigação da Federação Internacional de Automobilismo (FIA) sobre o motor usado pela Ferrari na segunda parte do campeonato de 2019, a entidade confirmou que fez um acordo secreto com os italianos.
Você conhece o canal do Torcedores no Youtube? Clique e se inscreva!
Siga o Torcedores também no Instagram
O trato, que causou revolta nos times da principal categoria do automobilismo mundial, não descumpriu com as regras, isso de acordo com a própria instituição, que emitiu uma nota no início desta quinta-feira (5).
“Para evitar as consequências negativas que uma longa disputa causaria, especialmente à luz da incerteza do resultado de tais disputas e pensando nos melhores interesses do campeonato e seus acionistas, a FIA […] decidiu entrar em um acordo efetivo com a Ferrari para encerrar os procedimentos”, dizia uma parte do documento.
Caso fosse comprovada qualquer tipo de irregularidade com o SF90, o segundo lugar no Mundial de Construtores, conquistado por Charles Leclerc e Sebastian Vettel, estaria em jogo. Com isso, a terceira colocada, a Red Bull, foi quem mais se mostrou lesada a respeito dos fatos. Para os austríacos, nem uma punição de R$ 100 milhões seria suficiente.
Confira a nota emitida pela FIA na integra
A FIA conduziu análise técnica detalhada da unidade de potência da Ferrari, sendo autorizada a fazer isso com qualquer competidor do Mundial de Fórmula 1 da FIA. A investigação extensiva e profunda durante a temporada 2019 levantou suspeitas de que o funcionamento da unidade de potência da Ferrari pode ser considerado fora dos limites do regulamento da FIA o tempo todo. A Ferrari se opôs firmemente, reiterando que sua unidade de potência sempre funcionou de acordo com o regulamento. A FIA não ficou plenamente satisfeita, mas decidiu que ações futuras não levariam necessariamente a um resultado conclusivo por conta da complexidade da questão e da impossibilidade material de entregar evidências inequívocas de uma irregularidade.
Para evitar as consequências negativas que uma longa disputa causaria, especialmente à luz da incerteza do resultado de tais disputas e pensando nos melhores interesses do campeonato e seus acionistas, a FIA, de acordo com o Artigo 4 (ii) das Regras Judiciais e Disciplinares, decidiu entrar em um acordo efetivo com a Ferrari para encerrar os procedimentos.
Esse tipo de acordo é uma ferramenta legal reconhecida como componente essencial em qualquer sistema disciplinar e é usado por muitas autoridades públicas e outras federações esportivas.
A confidencialidade dos termos do acordo é garantida pelo Artigo 4 (vi) das Regras Judiciais e Disciplinares.
LEIA MAIS