Gabriela Brino: É uma pena que Diogo Vitor tenha perdido o Santos. E vice-versa

Clube rescindiu contrato com o atacante de 23 anos após mais um sumiço sem avisar. Resta a parte burocrática para oficializar. O vínculo era válido até fevereiro de 2021

Quando você ouve o nome “Diogo Vitor” você imediatamente o liga a muitas polêmicas. O jovem de 23 anos ficou marcado pela ausência em alguns treinos, sumiços sem avisar o clube, e por ter sido flagrado no exame anti doping, em 2018, com substância presente na cocaína em seu organismo.

E por conta dos tantos tropeços do atacante, a diretoria do Peixe optou por rescindir com Diogo. E por justa causa. Dessa vez o jogador foi visitar seu filho internado em Minas Gerais devido a uma doença, e mesmo após receber um prazo do clube, não cumpriu e voltou a “sumir”.

E é uma pena, porque Diogo Vitor tinha muito potencial para ser um jogador com destaque, mas não teve disciplina para se permitir descobrir isso.

O jovem, além de ter boa visão de jogo e ser bastante técnico e tático, tinha muita vontade de dar a volta por cima. E tinha futebol para isso, mas o psicológico o deixava na mão. Por mais que ele estivesse focado e em alto nível, mais tarde ele se permitia mergulhar em problemas fora das quatro linhas. Problemas parecidos como os de Christian Cueva.

Quando estava determinado, Diogo era o mesmo jogador que atuou no clássico contra o Corinthians, no Campeonato Paulista do ano retrasado, comandado pelo técnico Jair Ventura. Você se lembra?

Na época o garoto havia recebido a oportunidade do comandante e foi herói na partida, fazendo o gol de empate do Santos. Ele tirou a camisa e correu pro alambrado comemorar com a torcida. Para refrescar sua memória, essa partida foi marcada pela paralisação de 40 minutos após uma queda de energia no Pacaembu. Foi um jogo sofrido, sabe?

Após o jogo, Jair ressaltou que o jovem era uma joia a ser lapidada. Atualmente ele lamenta a situação, pois crê que Diogo tinha um futuro promissor. Em rápido contato com a reportagem, ele relembrou sua passagem no Santos com o atacante e segue torcendo pela recuperação da pessoa e atleta.

“Uma pena, né? Eu vi de perto todo esforço do clube pra gente tentar recuperar o jogador… não só o jogador, a pessoa. É muito importante. Não só o clube, mas todos os profissionais envolvidos. A gente como educador, professor e gestão de pessoa queremos ajudar a parte humana também. A gente sabe da dificuldade que ele passou, da dificuldade de qualquer tipo de vício”, disse em contato exclusivo com o Torcedores.com

“Fico triste, é um garoto com futuro promissor. Jogou comigo, fez gol… lógico que teve o lance do pênalti que ele acabou perdendo. Foi na semifinal, a gente acabou sendo eliminado. Mas isso também mostra o poder dele, a capacidade de estar na lista pra bater o pênalti. Da qualidade. Bateu nas quartas e fez o gol. Tem o futuro, a gente não pode descartar né? Torcer sempre pela recuperação do atleta. Tem que olhar pra pessoa, é o mais importante. O cidadão, que a gente tem obrigação de formar como cidadão também, né? Torço muito pela recuperação do menino, atleta e cidadão”, explicou.

E ele não está equivocado. Se fosse da vontade do Diogo, ele realmente teria muito espaço no Santos para crescer profissionalmente. Para aprimorar e aperfeiçoar seu futebol. Teria a chance de ser um novo Rodrygo, talvez. Ele era visto com muito bons olhos pelo clube, que investiu e insistiu nele.

Diogo já foi avisado sobre a rescisão. O clube apenas aguarda o procedimento burocrático para oficializar. E também é uma pena, pois o Peixe perde um atleta com um futuro que poderia ser brilhante. Uma coisa é unânime dentro do clube: Diogo Vitor tinha talento a ser explorado.

E por mais que atualmente o Santos tenha Soteldo, Marinho, Eduardo Sasha, Yuri Alberto, Kaio Jorge, Raniel, Tailson, Renyer, Lucas Venuto e Uribe… é inevitável pensar no que poderia ser Diogo Vitor. E isso é uma pena.

 

Veja mais: 

O dia em que a Miley Cyrus segurou a camisa do Santos e disse “Go, Fish”

Vladimir diz que prioriza renovação com o Santos, mas quer valorização e mais oportunidades