Home Futebol Com contratos até abril, clubes menores temem pela incerteza no retorno das competições

Com contratos até abril, clubes menores temem pela incerteza no retorno das competições

Muitos times do interior não têm calendário de competições no segundo semestre e contratos com jogadores foram firmados até o mês de abril

Adriano Oliveira
Sou colaborador do Torcedores.com desde 2018, com mais de 3.600 textos publicados, porém escrevo sobre futebol há mais de 15 anos. Mas é claro que a paixão por este esporte começou bem antes disso. Hoje, aos 51 anos de idade, o futebol ainda me faz sentir a mesma coisa que eu sentia aos 10.

Muitos times do interior não têm calendário de competições no segundo semestre e contratos com jogadores foram firmados até o mês de abril

Devido à pandemia do coronavírus e de modo a conter a disseminação do contágio pela infecção, todas as competições do calendário do futebol brasileiro estão paralisadas por tempo indeterminado. A orientação de profissionais de saúde é pelo isolamento social, ou seja, permanecer em casa o máximo de tempo possível para evitar a propagação da doença.

PUBLICIDADE
PUBLICIDADE

Diante desse cenário, os jogadores foram liberados para ficarem em casa, na maioria das vezes seguindo informações e orientações de atividades que visam manter o condicionamento físico. Ainda sem previsão para o reinício da temporada, a grande maioria dos clubes irá conceder um período de férias coletivas a partir de 1º de abril.

Você conhece o canal do Torcedores no Youtube? Clique e se inscreva!
Siga o Torcedores também no Instagram

Cartão de crédito sem anuidade? Abra sua conta Meu BMG agora!

As equipes também negociam com sindicatos e representantes de jogadores as questões sobre pagamentos, e vários clubes menores espalhados pelo país já enfrentam problemas relacionados ao vencimento dos contratos que acontece em meados do mês de abril, quando se encerrariam competições estaduais e regionais.

PUBLICIDADE
PUBLICIDADE

O Santo André tem 20 jogadores no elenco com contratos que se encerram em abril. O time é o atual líder da classificação geral do Campeonato Paulista, porém não possui condição financeira para ampliar a validade se a disputa da competição for prolongada. Os dirigentes já avisaram que existe até mesmo a possibilidade de o clube abandonar o torneio, caso ele não seja retomado no próximo mês.

Sem as receitas do futebol e com o adiamento de shows no estádio Santa Cruz, Adalberto Baptista, presidente do Conselho de Administração da empresa gestora do Botafogo de Ribeirão Preto, disse que o clube pode ter um prejuízo de até R$ 6 milhões com a paralisação e que “a coisa fica incomensurável” se a parada se estender após o mês de junho.

Outros clubes paulistas também ajustam seus orçamentos a medida que a pausa na temporada se estende. Água Santa e Ferroviária, por exemplo, demitiram seus treinadores, Pintado e Sérgio Soares, respectivamente.

PUBLICIDADE
Na liderança geral do Paulistão, quase todo o elenco do Santo André tem contrato somente até o final de abril (Foto: Reprodução/ Facebook)

Na liderança geral do Paulistão, quase todo o elenco do Santo André só tem contrato até o final de abril (Foto: Reprodução/ Facebook)

Os dirigentes de São Bernardo FC e Taubaté, os dois primeiros colocados até a última rodada disputada da Série A2 do Paulistão, acreditam que será muito difícil a continuidade dos jogos, uma vez que os contratos de seus atletas terminam em 30 de abril, data inicialmente programada para a final do torneio. Além da questão financeira inviável para prorrogar os vínculos, vários jogadores já assinaram pré-contratos com outros clubes a partir de maio.

PUBLICIDADE

As duas agremiações aguardam um posicionamento da Federação Paulista de Futebol a respeito dos rumos da competição, mas já analisam juridicamente o acesso para a primeira divisão estadual caso a Série A2 não seja mais disputada neste ano.

O Monte Azul, que ocupa o quarto lugar, também teme pela prorrogação da Série A2, sendo que 60% do elenco ficará sem contrato a partir de maio. Se retornar depois de abril, o Azulão terá somente 12 jogadores com contratos ainda em vigor e o presidente do clube adiantou que não terá dinheiro suficiente para pagar salários até de funcionários.

Federação Pernambucana já cogitou a possibilidade de anular o Estadual e deixar 2020 sem campeão (Foto: Divulgação)

Federação Pernambucana já cogitou a possibilidade de anular o Estadual e deixar 2020 sem campeão (Foto: Divulgação)

No Campeonato Mineiro não é diferente. Uma enorme interrogação paira sobre a grande maioria dos times do interior que, sem calendário de competições no segundo semestre, validaram contratos com jogadores até o final de abril, quando aconteceria o término do Estadual.

O presidente do Tupynambás, por exemplo, já declarou que o clube não renovará os contratos que acabarem antes do retorno da competição. A mesma situação do Uberlândia, que estima prejuízo caso tenha que estender os contratos dos jogadores para depois do mês de abril. O Patrocinense também não prevê renovar o vínculo dos atletas a partir de maio e seus dirigentes não acreditam que haverá datas disponíveis para a sequência do campeonato.

PUBLICIDADE

Em Pernambuco, os times do interior se movimentam para protocolar, no início de abril, uma solicitação de conselho arbitral entre as dez equipes que disputam o torneio estadual, de modo a pedir pelo seu encerramento. Como na grande maioria dos clubes os contratos terminam em 30 de abril, não haveria mais condição financeira para sua continuidade. Se encerrada, a competição preservaria as posições dos times na tabela, mas sem rebaixamento.

Como está na terceira fase da Copa do Brasil, o Afogados ainda pode honrar seus compromissos durante a paralisação, com contratos vencendo no final de abril, diferentemente do Salgueiro, que manteve em dia os salários de março, mas informa que não pode garantir os próximos vencimentos.

O Guarany de Sobral rescindiu o contrato de todos os jogadores (Foto: Divulgação)

O Guarany de Sobral-CE rescindiu o contrato de todos os jogadores (Foto: Divulgação)

A Federação do Acre aguarda uma decisão da CBF (Confederação Brasileira de Futebol) para se posicionar em relação ao torneio no estado. O Andirá, por exemplo, já adiantou que sua participação está comprometida, uma vez que os contratos vencem até o dia 30 de abril e não há condição financeira para renovar. No Vasco-AC, os acordos também terminam em abril e o clube diz não ter dinheiro para prorrogá-los.

Na última semana, o ASA de Arapiraca anunciou que ainda não sabe se o Campeonato Alagoano será ou não retomado e informou que irá suspender os contratos dos atletas, comissão técnica e outros profissionais até o dia 31 de março. Já o Guarany de Sobral, do Ceará, decidiu interromper os contratos de todos os jogadores do elenco até que a situação volte ao normal.

PUBLICIDADE

LEIA MAIS

Proposta de clubes pede férias coletivas e redução salarial de 25% durante quarentena

Você conhece tudo sobre a carreira de Ronaldo Fenômeno? Faça o teste!

Coronavírus no esporte: siga AO VIVO as últimas atualizações

Better Collective
18+ | Jogue com responsabilidade | Aplicam-se os Termos e Condições | Conteúdo comercial