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Cannabis pode ajudar em dores e lesões de atletas de alto rendimento

Matheus Camargo
Jornalista formado pela Universidade Estadual de Londrina (UEL), colaborador do Torcedores.com desde 2016. Radialista na Paiquerê 91,7.

Substância da Cannabis já é uma realidade no meio esportivo e pena para uso deve ser reduzida em 2021

O canabidiol, substância da Cannabis Sativa, se tornou peça importante nos tratamentos de lesões e na retirada de dores de atletas de alto rendimento, já que é um substituto não-viciante do ópio. A WADA (Agência Mundial Antidoping) retirou o canabidiol de sua lista de substâncias proibidas em 2018, fazendo com que o uso fosse mais efetivo como analgésico desde então, segundo publicou o site Cannabis e Saúde (leia mais).

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A substância tem se tornado cada vez mais comum nos Estados Unidos, mas ainda enfrenta um tabu no Brasil, já que pode causar problemas para os atletas em relação à imagem e até mesmo com a justiça.

UFC e NFL
O UFC, maior organização de MMA (Artes Marciais Mistas) do mundo, e a NFL, maior liga de futebol americano do planeta, tomaram medidas semelhantes e estão investimento em pesquisas para melhorarem o uso da Cannabis como analgésico para seus atletas, visto que muitos deles estavam abandonando as carreiras cedo demais por conta das lesões.

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A Cannabis tem recebido o apoio de vários atletas pelo mundo e uma lista com um abaixo assinado tem sido divulgada desde o ano passado. Se o canabidiol não está mais na lista da WADA, a Cannabis segue por lá e há um pedido formal para que seja retirada.

O Brasil vive problema ainda pior, já que vários atletas já caíram no doping pelo uso da Cannabis e outros até presos por porte, já que há uma proibição se a substância contiver mais de 0,2% da substância. Relson Gracie, do jiu-jitsu, foi um dos que sofreram com a polícia e foi acusado por tráfico. Ou seja, é praticamente impossível um medicamento legal do gênero no país.

O psiquiatra especialista em dor, Remo Rotella Junior, em entrevista ao site Cannabis e Saúde, explicou como a substância atua em certos casos.

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“Juntos, eles têm uma excelente função anti-inflamatória. Um cérebro inflamado, quando você dá essas gotinhas, ele vai se desinflamando, e a pessoa volta a ter suas funções cognitivas”, disse o médico.

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“E quando a gente vai para o tecido muscular, depois de cada exercício, sempre tem uma ruptura de fibras. Essa ruptura é o que causa inflamação e gera dor. O extrato da Cannabis desinflama esse local, favorecendo a desinflamação. Isso faz com que você tenha uma analgesia e uma recuperação tecidual.”

Nos Estados Unidos, a principal agência antidoping do país, porém, já fez um alerta quanto ao canabidiol, conhecido como CDB. Não é de nenhuma garantia que o canabidiol de origem não conclusiva não contenha outros tipos de canabinóides, ou seja, outras coisas presentes na Cannabis que pode gerar outros efeitos colaterais.

Rotella disse ainda ao Cannabis e Saúde que alguma opioides comuns, como a Oxicodona, pode ser muito mais prejudicial para o bem-estar.

“Os opioides têm efeitos colaterais terríveis, você fica mole, com visão dupla, prisão de ventre, enjoo. Já o CBD não dá nada disso”, garantiu o psiquiatra.

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“Se ele der efeito colateral é sonolência. Eu digo por mim, eu fiz uma cirurgia de ombro e tomei um opioide pesado chamado Oxicontin. Você fica doidão. Aí eu queria trabalhar e não conseguia. Então eu tomei o CBD e foi de boa; com muita pouca dor. Quer dizer: vale a pena. A verdade é que o opioide dá muito mais barato que a Cannabis, você perde o filtro.”

A Cannabis Sativa entrou na lista de proibições da WADA em 1999, um ano após uma polêmica nas Olimpíadas de Inverno, no Japão, quando Ross Rebagliati, do Snowboard, conquistou a medalha de ouro, mas foi testado positivo. A substância ainda não era proibida, então o atleta conseguiu recuperar o título após o COI cassar sua conquista. Um ano depois, porém, a Cannabis deixou a lista de substâncias livres.

Mudança em 2021
A WADA pretende mudar as punições para o uso social da Cannabis a partir de 2021, quando os atletas que forem pegos com a substância por lazer e não tiverem melhora no desempenho esportivo receberão penas mais brandas que as atuais, que podem levar de dois a quatro anos de suspensão.

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