“Provavelmente nos encontraremos no meio”, diz Bruce Arians sobre Tom Brady no ataque dos Bucs
Novo técnico de Tom Brady acredita em colaboração para achar ponto de equilíbrio no sistema de ataque de Tampa Bay
Novo técnico de Tom Brady acredita em colaboração para achar ponto de equilíbrio no sistema de ataque de Tampa Bay
“Enquanto o mundo tentava descobrir qual seria o destino de Tom Brady, uma grande questão para boa parte da imprensa e dos fãs do camisa 12 era: quem aceitaria absorver o ataque dos Patriots e se apropriar dele?”, escreveu Phil Perry, da NBC Sports Boston.
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Em seu texto o jornalista lembra, ainda, que o encaixe no esquema importa bastante quando tratamos da posição de quarterback. Que comissão técnica, então, estaria disposta a incorporar o esquema de New England por um quarterback de 43 anos? Sim, porque pelo que se sabe, Brady gostaria de levar seu esquema com ele.
Quarterbacks concordam
“Como Tom Brady, você não começa do zero em outro lugar”, diz o Hall of Famer Kurt Warner. “Não é o que você faz quando você tem 42, 43 anos”.
Até mesmo o ídolo de infância do TB12, Joe Montana, disse que a familiaridade esquemática seria crítica. “É um processo por que se passa, e leva tempo para se acostumar ao time”, Montana falou a Mike Silver, da NFL Media. A lenda descreveu sua própria transferência tardia como quarterback dos 49ers para os Chiefs. “Eu tive sorte porque (o ex-treinador dos Niners) Paul Hackett estava comandando o ataque, então eu estava familiarizado com provavelmente 3/4 do ataque quando cheguei. Então, se eles deixarem Brady ter seu ataque, sim, torna a coisa um pouco mais fácil”.
O que sabemos
Tom Brady foi para o Tampa Bay. Bruce Arians já foi técnico de outros quarterbacks longevos. Acompanhou os últimos anos de Carson Palmer, o início de carreira de Peyton Manning e o primeiro Pro Bowl de Ben Roethlinger. Nos bastidores, diz-se que o técnico será um ativo colaborador enquanto ele e Brady criam o ataque dos Bucs juntos. E isso é exatamente o que será, ao que parece: um esforço conjunto.
No entanto Brady não pode chegar, jogar um fichário com 20 anos de conceitos e terminologias dos Patriots e esperar que ele seja aprendido. Por quê? Porque não seria apenas Arians que teria de aprender. Seriam o coordenador ofensivo Byron Leftwich e o resto do staff ofensivo. Além de Mike Evans, Chris Godwin, OJ Howard e cada um dos novos companheiros de ataque de Tom Brady.
Mais sobre Bruce Arians
Segundo Doug Farrar, editor do site Touchdown Wire, “talvez o mais importante , quando consideramos o brilhantismo e a experiência de Brady, seja o fato de que Bruce Arians sempre fez seus quarterbacks terem grande participação na equação do esquema e chamada de jogadas. Se seus quarterbacks não gostam do plano, o plano não vai acontecer”.
Para Jarrett Bell, do USA Today, “TB12 está unindo forças com o ‘tiozão bacana’ dos técnicos da NFL. Bruce Arians, ou ‘B.A’, como ele é chamado, é um anti-Belichick”. Ainda segundo Bell, “como Belichick, ele pode resmungar, também, debaixo de seu característico chapéu Kangol. Mas tudo parece genuíno. A conversa é direta, uma razão pela qual é frequentemente descrito com um termo nunca aplicado a Belichick: um treinador dos jogadores”
Então, quer saber mais sobre o carismático técnico do Tampa Bay Buccaneers? Vale assistir à 1a temporada de All Or Nothing, no Amazon Prime Video. A série retrata a temporada do Arizona Cardinals em 2015 e Bruce Arians é responsável por alguns dos melhores momentos.
Voltando a Brady nos Bucs
“Sem Josh McDaniels, o que o Tom vai fazer? Chegar e instalar o ataque com a comissão técnica?”, questiona o ex-treinador de 49ers e Lions, Steve Mariucci.
Ou seja, esse, pela perspectiva da operação do futebol, é o lado ruim de contratar Brady.
Mesmo para Bruce Arians, que deixou bem claro durante o Combine do mês passado que seu time tentaria acertar com Brady, essa é uma questão. Aliás, foi o que ele indicou em uma conversa com o jornalista Mike Silver.
Silver contou esta semana no Twitter que perguntou a Bruce Arians se ele precisaria aprender a terminologia de Brady se o GOAT assinasse com Tampa.
Bruce Arians sobre Brady e o ataque de Tampa Bay
“Para parafrasear”, escreveu, “Arians disse que ele perguntaria a Brady se ele dominaria o esquema dos Bucs… Ou se o QB gostaria que mais de 20 jogadores (alguns dos quais, talvez, sejam menos privilegiados quando o assunto é inteligência do futebol) tentassem entender o esquema ao qual ele estava acostumado”.
“Nós provavelmente nos encontraremos no meio”, um tranquilo Arians disse a Silver.
Ainda segundo o jornalista, Arians pareceu aberto a adaptar sua visão às virtudes de Brady, e àquilo que o deixe confortável. “Ele vê como uma colaboração”, definiu Silver.
O “anti-Belichick”
“A principal razão para Brady querer deixar os Patriots foi que, por maior que fosse sua colaboração com Bill Belichick, ele decidiu que duas décadas eram o bastante. Se você está procurando o anti-Belichick em termos de vibração… Arians é basicamente o cara…”, finaliza Silver.
Ou seja, isso significa que Brady passará 2020 executando seven-step drops e lançando a bola em profundidade continuamente – características típicas dos ataques de Arians e pouco familiares ao estilo de Brady? Não necessariamente.
Mas Brady talvez tenha que aprender a língua de se novo time e aplicá-la aos conceitos que ele conhece, ao invés de pedir a duas dúzias de jogadores para reprogramarem seus cérebros. Além disso, em uma offseason em que o tempo para reuniões e treinos pode ser limitado pelo COVID-19, esse seria um pedido gigantesco.
Então, além das horas que ele terá de passar para ficar confortável com seu novo técnico, formular uma rotina e estar sincronizado com os recebedores, parece que Tom Brady terá uma bela lição de casa pela frente.
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