Sem acordo para renovar contrato, Nicolas não segue mais no Santos, onde joga na base desde os nove anos de idade
O paulistano Nicolas Reis Bernardo chegou ao Santos com nove anos de idade e, desde então, atuou nas categorias de base do clube. Ousado e driblador, o atacante de 20 anos sempre foi visto como grande promessa.
Aos 12 anos, o jogador chamou atenção de Betinho, profissional que trabalhava no Peixe e que descobriu Robinho na infância, encontrando muitas semelhanças entre o futebol de Nicolas e o do ídolo santista. Após conversarem, o atual atacante do Istanbul Basaksehir, da Turquia, se tornou seu padrinho.
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“O Betinho viu o Nicolas jogar, com 12 anos, e achou muito parecido com o Robinho. Na época, o Betinho conversou com o Robinho, que viu uns vídeos do Nicolas e também viu muitas semelhanças. Um dia, o Robinho me telefonou e nos convidou para jantar”, contou Nilo Gilvando Bernardo, pai do atleta, em entrevista ao site “A Tribuna”.
“A partir daí, o Robinho começou a nos ajudar. Foi ele quem nos trouxe para morar em Santos com o Nicolas, porque nós ficávamos em São Paulo e ele ficava no alojamento. Nos ajudava com a compra de suplementos, pois recebíamos apenas uma ajuda de custo do Santos”, disse o pai de Nicolas.
No entanto, depois de 11 temporadas, ambas as partes não chegaram a um acordo para a renovação de contrato e o jovem jogador está deixando a Vila Belmiro. Ainda ao site, Nilo garante que o interesse de Nicolas era de permanecer no Santos, porém, segundo ele, não houve uma “valorização” do clube.
“Nós começamos a negociar a renovação com o Paulo Autuori e ele disse que queria a permanência do Nicolas, porque 2020 seria um ano difícil para contratações. O problema é que, duas semanas depois, o Autuori foi embora”, declara Nilo para “A Tribuna”, citando o ex-superintendente de futebol do Santos e atual técnico do Botafogo.
Segundo Nilo, a negociação passou a ser então com Jorge Andrade, coordenador das categorias de base, e Everson Rocha, do departamento de análise do clube. Com o fim do contrato em 2018 e o interesse de dois clubes brasileiros no jogador, o Santos teria proposto renovar por mais um ano pela metade do valor solicitado, com a promessa de pagar a outra metade em novo contrato ao término da temporada de 2019.
“Quando chegou o final de 2019, o Santos disse que só poderia nos dar mais R$ 3 mil de aumento. Não concordei, existem garotos em categorias abaixo ganhando R$ 20 mil ou R$ 25 mil. Achamos injusto o Nicolas, com 20 anos, não ganhar próximo disso”, explica Nilo à “A Tribuna”.
O pai de Nicolas ainda declara que, em nova reunião, o Santos propôs R$ 6 mil de aumento salarial, o que foi aceito por ele, seu filho e os representantes do atacante. Porém, segundo Nilo, o clube acabou voltando atrás e oferecendo somente os R$ 3 mil anteriores. Sem acordo, o atacante não segue mais na Vila Belmiro.
“Ele ficou bem chateado. Foram 11 anos no Santos (…) O Nicolas tem que entender que a carreira dele está apenas começando, lá na frente ele pode voltar. Nós também ficamos tristes”, declara o pai, que vê o apadrinhamento de Robinho como um fator que possa ter, de certa maneira, “prejudicado” o desenvolvimento de seu filho no clube alvinegro.
“O Nicolas nunca quis ser o Robinho, sempre quis ser ele mesmo (…) Isso pode ter atrapalhado sim”, explica Nilo que, juntamente com os representantes de seu filho, espera iniciar conversas com outras equipes após o fim da pandemia do coronavírus, que paralisou competições em nível mundial.