Gre-Nal ferveu dentro de campo e também nas entrevistas na Arena na noite desta quinta-feira, como a de Renato
Lado a lado, dirigentes do Inter aguardam os jogadores com aplausos na porta do vestiário visitante. O gesto de reverência e aprovação pela atuação no 0x0 contra o Grêmio, na Arena, pelo inédito Gre-Nal da Libertadores, é acompanhado com estranheza pelo técnico Renato Portaluppi, parado em frente aos rivais e acompanhado de seguranças tricolores.
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A cena, revelada pelo vice-presidente de futebol do Inter, Alessandro Barcellos, e explicada por Renato em coletiva, marcou a saída de campo das duas equipes nesta quinta-feira – logo depois da verdadeira pancadaria promovida por jogadores de ambos os times, manchando o dia histórico para o futebol do Rio Grande do Sul.
Polêmica de 2018 e “sonho de treinar o Inter”: Barcellos dispara contra Renato
Irritado com a postura do técnico rival na saída aos vestiários – e também por sua coletiva, onde jogou a responsabilidade da briga para o Inter -, Barcellos foi “armado” para a sua entrevista. E, claro, fez duras críticas ao comandante do Grêmio.
Entre as reclamações, o dirigente lembrou dos desdobramentos do último Gre-Nal vencido pelo Inter, em setembro de 2018, por 1×0, com gol de Edenilson, pelo segundo turno do Brasileirão. Após aquele clássico, Renato tentou se aproximar do vestiário colorado e gerou um enorme tumulto entre jogadores, dirigentes e membros de comissões técnicas.
“O Inter veio jogar bola e as imagens mostram isso. Tivemos erros de arbitragem. Essas declarações não contribuem em nada. Em 2018, quem tentou invadir o vestiário do Inter foi ele. Hoje mais uma vez nos encarou como se tivéssemos feito algo. Mas só aplaudimos nossos jogadores. Essa postura de um treinador consagrado e de brilhante carreira não contribui. Ele deve ter o sonho de treinar o Inter, mas isso não vai acontecer”, reclamou Barcellos.
Alessandro Barcellos diz que Renato ficou olhando em direção ao vestiário do Inter após o clássico, em tom de provocação e lembra episódio em 2018, quando técnico tentou entrar no vestiário: “o sonho dele deve ser treinar o Inter. Mas isso não vai acontecer” #geinter pic.twitter.com/p3bbJ4tXsL
— Eduardo Deconto (@eduardodeconto) March 13, 2020
“Ele (Renato) sempre diz que vai cumprimentar, mas ele vem provocar. Portanto não ajuda essa posição. Sinto muito dizer isso, é um grande profissional, é um ídolo da torcida do Grêmio. Mas esses comentários no final do jogo é apenas para tirar o foco daquilo que foi o jogo, daquilo que foi a parte jogada. Eu acho que é importante que comentasse sobre isso também, que falasse sobre o posicionamento do time dele, do nosso time. Fomos um adversário que jogou na bola, que propôs o jogo e buscou a vitória”, acrescentou.
Renato dá a sua versão: “Tem gente que gosta de aparecer na TV”
Na sua coletiva de imprensa, Renato deixou claro que se aproximou do vestiário apenas para conversar e que não é uma pessoa “de briga”. Sem dizer a quem se referia, lamentou ter “pessoas que gostam de se ver na televisão e ouvir o nome na rádio”, criticando a presença excessiva de dirigentes e conselheiros nos arredores dos vestiários.
“Lá no Beira-Rio eu fui educadamente falar com o treinador e com o D’Alessandro. Mas estavam lá algumas pessoas a mais. Querendo aparecer. Mas ninguém queria briga ali, eu não sou de briga. Bem pelo contrário, eu tô sempre apartando. Mas tem pessoas que gostam de se ver na televisão e ouvir o nome na rádio. Temos que dar um basta. Eu não tenho só santos aqui. Mas vocês já notaram que o Grêmio nunca começa a confusão? O Grêmio está há sete Gre-Nais invicto. Nós procuramos jogar futebol. Faz o levantamento e vê as confusões. Quem começa elas. Não quero confusão, mas não vamos dar a cara pra bater. Se tem homens lá, tem homens aqui”, falou.
O começo da confusão dentro de campo envolveu Moisés e Pepê, que reclamou na linha lateral de uma falta do lateral-esquerdo. O “bolo” se intensificou quando Luciano e Edenilson trocam puxões no pescoço. Logo depois, Paulo Miranda deixou o banco para trocar socos com o mesmo Moisés. Além desses citados, Cuesta, Praxedes e Caio Henrique também foram expulsos.
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