Home Futebol 1986: o ano do primeiro grande “tapetão” no Campeonato Brasileiro

1986: o ano do primeiro grande “tapetão” no Campeonato Brasileiro

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Matheus Expedito
Jornalista formado pela Faculdade Cásper Líbero. 24 anos.

Campeonato Brasileiro de 1986 é lembrado como o mais desorganizado da história

Desde que se iniciou em 1959, o Campeonato Brasileiro teve algumas edições bem conturbadas e o termo “tapetão” acabou popularizado na cultura do esporte nacional. Um desses casos aconteceu em 1986, em um dos nacionais mais confusos e mal organizados de toda a história. O Torcedores relembrou dessa história e conta aqui para os leitores do portal; confira.

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Regulamento estilo “Cariocão”

Assim como muitos brincam com o atual formato do Campeonato Carioca, o Brasileirão de 1986 teve suas semelhanças em termos de entendimento. Isso porque a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) mudou as diretrizes com o torneio em andamento, após algumas ações bem controversas para beneficiar determinados clubes, como o Vasco da Gama.

Com a intenção de diminuir o número de participantes na edição de 1987, a CBF colocou o Brasileirão de 86 como um torneio classificatório, contando com 44 equipes e mais quatro provenientes da segunda divisão entre as duas fases iniciais. O regulamento original afirmava que 32 equipes se classificariam da primeira para a segunda fase, com os seguintes critérios:

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  • Os seis primeiros colocados de cada grupo (A, B, C e D), que eram compostos por 11 times
  • Os quatro melhores times entre os eliminados nessas quatro chaves
  • Os campeões de cada um dos quatro grupos do Torneio Paralelo, a popular segunda divisão

Dessas 32 instituições, as 24 melhores colocadas estariam classificadas para o Campeonato Brasileiro de 1987, outra edição que causa polêmica até hoje. Inclusive esse regulamento foi um dos motivos para a intensa briga entre Sport e Flamengo, mas essa é uma história para outro dia.

Virada de mesa

Conforme mencionado anteriormente, o Vasco da Gama foi um dos clubes mais beneficiados nessa edição do nacional. Na primeira fase, o Cruz-Maltino estava bem próximo de ser eliminado e, assim, ficando fora do Brasileirão de 87. O clube carioca entrou com um processo na Justiça Comum para anular a decisão do STJD, que havia concedido dois pontos ao Joinville, de uma partida contra o Sergipe – o clube nordestino teve um jogador pego no doping.

Não demorou muito para o Joinville reconquistar os pontos perdidos, após recorrer da decisão. Pouco depois, foi a vez da Portuguesa entrar na mira da Justiça Comum por causa de problemas na venda dos ingressos. O tradicional clube paulista foi eliminado e outros representantes do estado compraram a briga da Lusa e ameaçaram abandonar a competição.

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Foi então que apareceu a grande sacada da CBF: aumentar o número de classificados, beneficiando Vasco da Gama, Náutico, Santa Cruz e Sobradinho. A segunda fase ficou com 36 equipes, quatro a mais do que previa o primeiro regulamento.

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Criação do Clube dos 13

A grande confusão na edição de 1986 motivou a criação do Clube dos 13, uma organização para defender o interesse dos “gigantes brasileiros”. Sem capacidade para organizar o Brasileirão, a CBF perdeu força para a instituição recém-criada, que planejava criar um nacional com 16 participantes: os 13 membros e mais três convidados.

De acordo com José Renato Satiro Santiago, em um texto divulgado no Blog do Paulinho, a criação do Clube dos 13 prejudicou as equipes que conseguiram a classificação no Campeonato Brasileiro de 86. Isso sem mencionar que dois times rebaixados no último ano foram resgatados: Botafogo e Coritiba.

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