Ralf acredita que ainda teria espaço no Corinthians, mesmo sob o comando de Tiago Nunes, e ainda sonha em voltar ao clube para encerrar a carreira
Ainda com o futuro indefinido para 2020, o volante Ralf falou pela primeira vez sobre sua saída do Corinthians após 437 partidas disputadas, oito títulos e dez gols marcados em duas passagens pelo clube do Parque São Jorge. Em entrevista ao Globoesporte.com, jogador de 35 anos admite que ainda não digeriu a dispensa da equipe pela forma como tudo acontece.
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“A gratidão não foi do jeito que eu esperava”, disse Ralf, que foi comunicado por telefone que não precisaria nem se reapresentar com o restante do elenco apenas um dia antes. “. Não me preparei, não me prepararam. Se me avisam antes, um mês antes…O treinador já estava há dois meses acertado com o clube e sabia com quem poderia contar. Podia me falar: “Você não está nos planos”. Beleza. Mas assim? “Amanhã você não vai se reapresentar”. Não me deram oportunidade de nada, ele não me conhece. Mas respeito o treinador, a opinião dele. Não quer contar com o Ralf? Beleza. Mas eu tenho uma história no clube, não é assim. A gente entende a filosofia de trabalho, mas não era para me tratar como se eu fosse qualquer um” disparou.
Ralf explica que, de fato, o clube chegou a comunicar com antecedência aos seus agentes de que ele não estava nos planos do técnico Tiago Nunes, mas retrucou. “Ele foi comunicado (um dos agentes), mas a mim diretamente não foi passado isso, me pegou de surpresa. O que falaram era que o treinador tinha a filosofia dele e que o Ralf não estava nos planos. Mas não foi falado para mim diretamente. Uma coisa é falar para o meu agente, mas o profissional sou eu.”
“Fiquei mais chateado por isso, não foi diretamente comigo. Eu tenho uma história aqui, eu tenho uma vida aqui. Não são dez dias, são dez anos. Serei grato para o resto da minha vida, mas não foi dirigido da forma certa como eu esperava. Podiam falar: “Ralf, você não segue nos planos, vai continuar treinando e na hora que surgir uma oportunidade, segue sua vida, obrigado”. Mas não foi desta forma”, acrescentou Ralf.
O volante admite que esperava uma conversa mais franca dos dirigentes do clube. “Eu esperava essa ligação no dia da reapresentação, de serem honestos comigo, falarem diretamente comigo, como homem. Hoje já não espero essa ligação”.
Para Ralf, ele ainda teria espaço no time do Corinthians sob o comando de Tiago Nunes. “Creio que sim, independentemente da filosofia de trabalho do treinador. Ele está colocando uma cara nova no Corinthians, o Corinthians não é desta forma. Os títulos que conquistei foram com outra maneira de jogar. Ele vem com uma filosofia nova, diferente, a gente respeita, mas o Corinthians não é assim. Entendo que não é da noite para o dia que ele vai mudar o Corinthians, tem que dar tempo ao tempo, só que o torcedor não espera. Quer raça, vontade e vitória. Vivem muito do momento. A filosofia pode ser boa, mas vai demorar um certo”, disse o jogador, que sonha em encerrar a carreira no clube.
“Fé em Deus, a gente vai trabalhar para isso. Hoje estou analisando, estudando propostas, mas tenho a intenção de voltar um dia para encerrar a carreira. Sou grato aqui.”
Ainda em busca de um clube para atuar em 2020, o volante não descartou a possibilidade de atuar por Santos, São Paulo ou Palmeiras, caso apareça alguma oportunidade. “Todo mundo sabe da minha gratidão pelo clube. O Corinthians é minha vida, mas hoje eu sou um profissional, estou aberto ao que aparecer, independentemente de ser rival ou não e do rótulo que tenho no Corinthians, só penso na minha carreira. Tenho tido consultas, estou aberto a tudo o que vier e não teria problema algum”, afirmou Ralf, que também acredita que a torcida corintiana entenderia se ele vestisse a camisa de algum rival.
“Pela forma como saí, hoje acho que entenderiam. Se fosse de outra forma, não entenderiam. Mas da forma como foi… Não que fui chutado, mas da forma como eu saí. O pessoal veria a parcela que eu contribuí, veria que sou um eterno grato ao Corinthians, mas entenderia o meu profissionalismo”, explicou.
“Tem (propostas) do Brasil e tem de fora, a gente está estudando. Estou num momento em que, graças a Deus, não é o financeiro, a gente tem que estudar bem, até porque daqui dois ou três anos eu posso encerrar a carreira e preciso estar bem estruturado. Penso em mim, na minha família, em quem depende de mim”, completou o volante.