A derrota por 3 a 0 em Londres deixa a equipe de Frank Lampard praticamente eliminada da Liga dos Campeões e expõe uma diferença de nível em relação ao adversário
O Chelsea não esteve à altura do Bayern no primeiro duelo entre as equipes nas oitavas de final da Champions League. A derrota por três gols de diferença basicamente define o confronto que já tinha um favorito antes da bola rolar, mas que mostrou uma superioridade ainda maior dentro de campo.
Embora os gols tenham saído no segundo tempo, o time alemão mostrou mais força desde o início. A estratégia do Chelsea passava por incomodar a saída de bola de Kimmich, mas não evitou que outras peças tivessem grande influência. Thiago Alcântara ditou o ritmo e Thomas Müller deu dinâmica ao ataque, atuando centralizado e ativando a velocidade pelos lados do campo.
Com Willian no banco e sem Hudson-Odoi ou Pulisic, o Chelsea não tinha quem acelerasse os ataques. Giroud até conseguiu levar vantagem em algumas disputas pelo alto como pivô, mas Mason Mount e Ross Barkley não ameaçavam a linha de defesa alemã. Consequentemente, pouco perigo foi oferecido ao gol de Neuer, que trabalhou apenas quando Kovacic explorou a liberdade de Marcos Alonso pela esquerda.
Foi também o espanhol quem complicou ainda mais a vida do Chelsea, ao ser expulso. Ele e Jorginho estão fora da partida de volta. Desfalques pesados, especialmente no caso do meio-campista ítalo-brasileiro. Jorginho teve uma importante função de tentar pressionar Thiago, algo que acabou não funcionando diante da variedade de opções do Bayern para sair jogando.
Com Lewandowski e Gnabry trocando posições pela ponta esquerda, a equipe alemã rapidamente construiu o resultado no segundo tempo. Etapa que também viu a grande atuação de Alphonso Davies, o jovem lateral esquerdo canadense que atacou com qualidade e mostrou muita velocidade nas recuperações defensivas.
O Bayern foi superior em todos os aspectos e, embora também tenha um treinador inexperiente em Liga dos Campeões, parecia muito mais acostumado ao cenário dos grandes jogos eliminatórios do torneio, o que não é exagero ao analisar o peso do elenco e a bagagem de muitos dos jogadores em campo.
Para um Chelsea quase inofensivo, o prejuízo ficou muito maior com os erros que custaram caro. Azpilicueta, um dos símbolos de regularidade nos últimos anos, acabou batido duas vezes em três minutos, na origem dos dois primeiros gols. E rapidamente a sensação foi de que o confronto estava definido.
O Bayern volta a comemorar um grande resultado em Londres, como já havia feito na fase de grupos, quando fez 7 a 2 no Tottenham. Mais do que isso, em uma temporada que já teve troca de comando e muitas dúvidas no ar, parece resgatar alguns aspectos do time forte e vertical de outros momentos da década.
Já o Chelsea vive de sua irregularidade em 2019/20. Uma equipe capaz de boas apresentações, mas com pouca continuidade ou sequência de resultados. O desafio diante do Bayern era dos maiores e o time não esteve à altura.
Agora, em Munique, apenas uma épica e improvável virada seria capaz de classificar os Blues para as quartas. Em uma temporada de transição (após perder a principal estrela, não contratar, apostar em garotos e dar a oportunidade para um ídolo que inicia a carreira como treinador), não seria coerente cobrar ou esperar muito mais, inclusive.