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Que tal começarmos a dar mais valor ao futebol de Gabriel Jesus?

Por Luiz Ferreira em 26/02/2020 21:28 - Atualizado há 9 months

Reprodução / Twitter / UEFA Champions League

Camisa 9 do Manchester City foi fundamental na virada sobre o Real Madrid em pleno Santiago Bernabéu; Time comandado por Pep Guardiola ficou mais próximo da vaga nas quartas de final da Liga dos Campeões

Há como se discutir os lances que originaram os dois gols do Manchester City sobre o Real Madrid nesta quarta-feira (26). O que não se discute é a boa atuação do time dirigido por Pep Guardiola e a grande noite do brasileiro Gabriel Jesus. Se o belga Kevin De Bruyne foi o grande nome da partida (mais uma vez), o camisa 9 dos Citzens foi importantíssimo no ataque. Seja como ponta pela esquerda ou como homem de referência no setor ofensivo, Gabriel Jesus criou algumas das principais jogadas do City em toda a partida, deixou sua marca aos 32 minutos da segunda etapa (num lance em que Sergio Ramos reclamou de falta no momento da cabeçada) e saiu de campo reverenciado pelo próprio Guardiola por mais uma ótima apresentação pela equipe inglesa. Será que não já passou da hora de darmos mais valor ao futebol do brasileiro? Ainda mais com a clara evolução e amadurecimento do jogador.

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Real Madrid e Manchester City se mostravam preocupados em manter a posse de bola e não abrir espaços do que em criar chances de gol no primeiro tempo da partida no Santiago Bernabéu. Gabriel Jesus (que começou jogando pelo lado esquerdo do 4-4-2 de Pep Guardiola) teve a primeira boa chance do jogo em chute que Courtois defendeu. Do outro lado, Vinícius Júnior (que fez boa partida jogando pela esquerda no conhecido e costumeiro 4-3-3 de Zidane) não deixava Walker avançar para o ataque e era preocupação constante do sistema defensivo do City. Mesmo assim, os primeiros 45 minutos de partida em Madrid não tiveram lá muitas emoções. As exceções foram uma cabeçada de Benzema que Ederson salvou (com Vinícius Júnior falhando no rebote) e um chute de Gabriel Jesus após saída ruim de Courtois num escanteio que Casemiro salvou em cima da linha. Vale destacar ainda a postura do City nesse primeiro tempo. Foram apenas 48% de posse de bola e cinco finalizações a gol. Bem diferente do estilo de Pep Guardiola.

Gabriel Jesus começou a partida jogando pelo lado esquerdo no 4-4-2 de Pep Guardiola e cumpria papel tático importante contra o 4-3-3 de Zidane no Real Madrid. Vinícius Júnior não dava paz a Walker e foi o principal jogador da equipe merengue apesar do primeiro tempo sem muitas emoções no Santiago Bernabéu.

O segundo tempo mostrou duas equipes com posturas bem diferentes dos primeiros 45 minutos. Ainda armado no 4-4-2 de Guardiola (que tinha Bernardo Silva e De Bruyne se revezando como referência móvel no ataque), o Manchester City voltou melhor do intervalo e pressionava a saída de bola do Real Madrid. Gabriel Jesus deva bastante trabalho para Carvajal, Varane e Modric saindo da esquerda para o meio e ocupando o espaço aberto na zaga merengue. No entanto, o futebol ainda é o esporte mais apaixonante e imprevisível do mundo. Aos 14 minutos, Rodri peredu a bola para Modric no meio-campo, Vinícius Júnior superou Walker e deixou Isco livre para abrir o placar. Quem via a partida no Santiago Bernabéu pensava que o Real Madrid não teria muitos problemas para garantir a vitória. Tanto que Zidane sacou Vinícius Júnior para a entrada de Benzema já pensando em recuar as linhas da sua equipe e apostar nos contra-ataques. Mas foi nesse momento que as coisas começaram a mudar e pender para o lado do City.

Guardiola sacou Bernardo Silva para a entrada de Sterling (que começou a partida no banco de reservas por vir de lesão) e adiantou Gabriel Jesus para o comando de ataque. O Manchester City se arrumava agora num 4-2-3-1 mais definido, com o camisa 9 como referência, Mahrez e Sterling pelos lados e Kevin De Bruyne por dentro. E foi a partir dessas mexidas que o futebol de Gabriel Jesus apareceu ainda mais. O gol de cabeça (e de empate) aos 32 minutos da segunda etapa em lance que gerou bastante reclamação por parte dos jogadores do Real Madrid. Este que escreve entende que o lance é discutível, mas não marcaria falta do brasileiro. Logo depois, aos 38 minutos, Sterling foi derrubado por Carvajal dentro da área em lance ainda mais polêmico do que o gol de Gabriel Jesus. Pênalti bem convertido por De Bruyne. E ainda tivemos tempo para que o brasileiro da camisa 9 aproveitasse bobeira de Casemiro e provocasse a expulsão (justa) de Sergio Ramos. Baita atuação do camisa 9 na partida.

Pouco antes de Sergio Ramos levar o cartão vermelho, Zidane sacou Modric e Isco e mandou Lucas Vázquez e Jovic para o jogo. Mas as substituições promovidas por Pep Guardiola permitiram que o Manchester City tomasse conta do meio-campo ao posicionar Gabriel Jesus no comando de ataque e Kevin De Bruyne como “camisa 10” de fato e de direito.

Gabriel Jesus está longe de ser uma novidade para Pep Guardiola, Tite ou para o torcedor brasileiro. Despontou no Palmeiras jogando pelo lado, foi campeão olímpico em 2016 jogando nessa posição e foi ocupando o comando do ataque com Cuca aos poucos. As atuações na Copa do Mundo de 2018, no entanto, fizeram com que muita gente até ridicularizasse o jogador, colocando como um “atacante que não faz gols” e como um atleta que apenas cumpre funções táticas. O que vimos nesta quarta-feira (26) diante do Real Madrid foi um Gabriel Jesus que desequilibrou circulando por todo o setor ofensivo a partir do lado esquerdo. É praticamente impossível não notar o crescimento técnico do brasileiro com Pep Guardiola nesses últimos anos. Assim como também não há como negar que o Real Madrid caiu demais quando Zidane sacou Vinícius Júnior para a entrada de um cada vez mais inócuo Gareth Bale. De toda a maneira, mesmo com os lances mais polêmicos, o Manchester City mereceu a vitória. Ainda mais com as grandes atuações de Kevin De Bruyne e, é claro, de Gabriel Jesus.

Ainda vai demorar um pouco para que o torcedor brasileiro volte a cair de amores pelo camisa 9 do Manchester City. No entanto, já passou da hora de darmos mais valor ao futebol de Gabriel Jesus. Por tudo que tem feito na Europa e pelo seu claro crescimento técnico e tático sob o comando de Pep Guardiola.

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