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Pai de uma das vítimas do incêndio do Ninho desabafa contra o Flamengo: “Eles ganharam a Libertadores, nós ganhamos um caixão”

Há um ano acontecia a tragédia que vitimou 10 garotos da base do Flamengo em um incêndio

Por Paulo Foles em 07/02/2020 16:32 - Atualizado há 3 anos

Foto: Divulgação

Há um ano acontecia a tragédia que vitimou 10 garotos da base do Flamengo em um incêndio

Nesta sexta-feira (7), foi realizada a reunião da CPI dos Incêndios da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro, comissão que apura a tragédia que vitimou 10 meninos da base do Flamengo em fevereiro de 2019. Deputados estiveram presentes e ouviram depoimentos dos familiares, além de representantes do Rubro-Negro e órgãos da perícia e investigação.

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Wedson Cândido, pai de Pablo Henrique, uma das vítimas, desabafou sobre como o Flamengo está tratando a situação e criticou duramente a atitude do clube no caso:

“É muito triste o desinteresse do Flamengo, sabe? O clube virou as costas totalmente. Não há um telefonema, uma palavra amiga, não procura para nada. Não há contato com eles. É um dor que não cessa, não passa, saudade demais, algo que não vai passar fácil”, começou desabafando o pai, que prosseguiu com a voz embargada:

“Esse ano de 2019 foi maravilhoso (para o Flamengo)… eles ganharam títulos, troféus, e o que nós ganhamos? Tristeza, vazio no coração. Eles ganharam a Copa Libertadores, nós ganhamos um caixão. Eles foram para o Mundial, e nós fomos rezar, pedir aos nossos anjos para nos confortar.”

Uma das maiores tragédias do esporte mundial aconteceu em fevereiro de 2019. As famílias ainda lutam na justiça por indenização e o caso se prolonga por um longo período. Wedson continuou com seu desabafo e relata como está a sua vida e de sua esposa depois do triste episódio:

“A homenagem maior eu não vou ter na minha vida. O meu filho sonhava em jogar em um Maracanã cheio, lotado. Tudo que ele fazia, gravava e mandava para mim. Não dormia sem me ligar, falava se treinava bem ou não. Infelizmente, hoje é só a dor. É como eu falo para todo mundo: a Justiça, para pobre, não existe. Ela vira as costas. Quem dera se a gente tivesse o ‘Q.I.’ que o Flamengo que tem. A minha esposa, por exemplo, teve que largar o serviço de cozinheira por causa de depressão. Eu era motorista, e hoje estou proibido de dirigir. Eu tomo 12 medicamentos por dia, ela toma oito. Isso é vida de pai? Isso é o que eu queria para o meu filho? Jamais.”

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