Jesualdo Ferreira pode ser demitido caso o time tropece diante do Palmeiras
O técnico Jesualdo Ferreira sofre pressão interna no Santos. Por isso, o português corre risco de demissão no caso de tropeço no clássico contra o Palmeiras. O jogo será neste sábado (29), às 16h, no Estádio do Pacaembu, pelo Campeonato Paulista. O time não vence e não faz gol há duas partidas. Dessa forma, a diretoria santista decidiu ligar o sinal de alerta antes da estreia do Peixe na Copa Libertadores da América. Afinal, o clube da Baixada Santista enfrenta o Defencia y Justicia, na próxima terça-feira (03), em Buenos Aires, onde inicia a caminhada rumo ao tetra da competição continental.
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Jesualdo Ferreira foi contratado com a missão de substituir Jorge Sampaoli. O argentino também colecionou alguns insucessos no comando do Peixe. Porém, o ex-comandante do Sevilla levou o Santos ao vice-campeonato brasileiro em 2019. O português, de 73 anos, assinou contrato válido por um ano. O treinador, que já comandou Braga, Benfica, Sporting e Porto, tem no currículo três títulos do Campeonato Português, duas Taças de Portugal e uma Supertaça. Além disso, também conquistou o um Campeonato Egípicio, uma Copa do Egíto, uma Liga do Qatar, além da Copa do Qatar por Zamalek e Al-Sadd, respectivamente. Ele deixou o Al-Sadd, em novembro de 2019.
Com isso, o Torcedores.com buscou opiniões de jornalistas de Portugal e do Brasil para avaliar o momento de Jesualdo Ferreira e traçar um perfil do comandante que tenta sobreviver a tradicional “dança das cadeiras” do futebol brasileiro quando um treinador acumula maus resultados a frente de um coube.
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O jornalista Antônio Carlos Duarte, correspondente do jornal “Record” no Brasil, entende a diretoria do Santos está se precipitando ao cogitar a demissão de Jesualdo Ferreira. Ele tem boas perspectivas sobre o trabalho do português no comando do Peixe após perder jogadores importantes no início desta temporada.
“É difícil para alguém que está acostumado a ter uma pré-temporada de quase dois meses, em pouco mais de 10 dias colocar um time para jogar. O Santos perdeu jogadores importantes em relação ao ano passado e as reposições foram muito ruins. Acho que todo treinador necessita de tempo para treinar e para conhecer melhor os jogadores e ter a confiança deles. Falar em tempo é difícil, pois no Brasil são casos muito raros ou praticamente não existe tempo para um treinador desenvolver o seu trabalho”, avaliou.
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Rui Costa Viegas, jornalista da “Rádio Renascença”, destacou que o treinador abriu mão de projetos pessoais na Europa por acreditar na proposta de trabalho apresentado pelo Santos. Ele, inclusive, acredita que uma possível demissão pode representar uma grande derrota na carreira de Jesualdo.
“Caso seja demitido, será um duro golpe na carreira de Jesualdo Ferreira porque abraçou o projeto com muita vontade. Ele acertou com o Santos por causa da história do clube. Além disso, foi a primeira referência que teve do futebol brasileiro foi o Santos de Pelé. Ele fez uma aposta muito grande ao levar algumas pessoas da sua confiança para o Brasil. O Jesualdo não abriu mão do Rui Águas que deixou o cargo de técnico da seleção de Cabo Verde para trabalhar no Santos. Antônio Ferreira, com quem Jesualdo trabalhou no Benfica, foi outro que também acreditou no planejamento. Agora, o contexto brasileiro é de muita pressão e em particular no Santos onde a exigência é alta”, disse.
Duração dos trabalhos dos técnicos portugueses no Brasil
2015: Sérgio Vieira | Athletico Paranaense | Dois meses
Sérgio Vieira se tornou conhecido no futebol brasileiro após comandar o Guaratinguetá em 2015. Nesse ínterim, ele salvou o time paulista do rebaixamento para a Série C do Campeonato Brasileiro daquele ano. Logo depois, foi técnico interino do Athletico onde ficou à beira do campo em duas oportunidades. Anteriormente, ele comandou o time Sub-23 do Furacão que tinha o meia Matheus Rossetto como maior promessa. Porém, o português ficou pouco tempo na Arena da Baixada. Posteriormente, passou pela Ferroviária (SP), América (MG) e São Bernardo (SP), mas não fez bons trabalhos.
2016: Paulo Bento | Cruzeiro | Três meses
Paulo Bento não resistiu à má campanha do Cruzeiro no Campeonato Brasileiro de 2016. Ele comandou a Raposa em 17 jogos, sendo 15 pelo Brasileirão e dois pela Copa do Brasil. Nesse ínterim, foram seis vitórias, três empates e oito derrotas. Além disso, o time celeste teve 41,17% de aproveitamento com o português no comando. Ele chegou a Toca da Raposa com o status de quem comandou Portugal na Copa do Mundo de 2010, na África do Sul.
2019: Augusto Inácio | Avaí | Dois meses
Augusto Inácio teve passagem relâmpago pelo Avaí. Ele foi demitido após o clube ser eliminado na primeira fase da Copa do Brasil. O português de 64 ano ficou apenas dois meses à frente do time catarinense. Ele comandou a equipe em sete oportunidades, entre Recopa Catarinense, Estadual e Copa do Brasil. Nesse ínterim, ele conquistou duas vitórias, obteve um empate, teve quatro derrotas, com 33% de aproveitamento. O contrato, que era válido até dezembro, foi rescindido após as partes chegarem a um acordo.
2019: Jorge Jesus | Flamengo | Nove meses
Na última quarta-feira (26), Jorge Jesus levantou mais uma taça pelo Flamengo. Contratado para substituir Abel Braga, atual técnico do Vasco, ele voltou a corresponder às expectativas e conduziu o Rubronegro ao título da Recopa Sul-Americana. Anteriormente, o treinador havia conquistado o Campeonato Brasileiro, a Copa Libertadores, além da Taça Guanabara. O Mister tem contrato com o clube até junho deste ano. Porém, a diretoria está otimista de que será capaz de renovar o vínculo do técnico até dezembro de 2021.