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Democracia Corintiana foi um marco no futebol brasileiro

Saiba mais sobre o movimento organizado por jogadores do Corinthians em plena época da ditadura no Brasil

Flavio Souza
Formado em Gestão de TI e cursando Jornalismo. Desde 2006 escrevo sobre esportes em geral, ingressando em dezembro de 2018 no site Torcedores.com, onde atualmente exerço função de Colaborador Sênior. Atualmente meu foco é no futebol brasileiro e internacional, mas procuro falar sobre outras modalidades, como esportes olímpicos, por exemplo. Meu foco é trazer informações relevantes sobre os clubes fora de campo, como entrevistas, análises financeiras, desempenho das equipes em redes sociais e análises táticas.

Na década de 80 o Corinthians viveu uma fase histórica que ficou muito marcada pelo que aconteceu fora das quatro linhas. Em 1982 surgiu a Democracia Corintiana, liderada por nomes como Sócrates, Wladimir, Casagrande, Zé Maria, Biro-Biro e Zenon. Saiba mais sobre esse movimento.

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Como surgiu a Democracia Corintiana?

O movimento surgiu a partir de um momento ruim do clube nos Campeonatos Brasileiro e Paulista em 1981. Em abril de 1982, com o fim da gestão de Vicente Matheus, Waldemar Pires foi eleito como presidente.

Pires não acreditava numa gestão centralizada e nomeou Adilson Monteiro Alves para o cargo de diretor de futebol. Adilson acreditava que jogadores e membros do staff deveriam ter voz ativa nas decisões do clube.

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Voto de todos os membros da equipe do Corinthians

Se no Brasil o voto era inexistente, no clube a postura era outra. Todos, do presidente ao roupeiro, tinham poder de voto em todas as decisões. Isso passava pela decisão da escalação do time até contratações e demissões de funcionários e jogadores. Todos com o mesmo grau de importância, independente do cargo ocupado.

Base da Democracia Corintiana

Sócrates era a principal liderança do grupo, que contava com respaldo de praticamente todo o elenco do clube. Além da equipe do clube, torcedores ilustres do Corinthians também apoiavam o movimento, casos da cantora Rita Lee e do jornalista Juca Kfouri, ‘convocados’ pelo famoso publicitário Washington Olivetto.

Olivetto inclusive assumiu o departamento de marketing do Corinthians, dispensando o recebimento de salário. Nessa época os jogadores entravam com camisas com cunho político por baixo do seu uniforme, com frases como “diretas já”, “eu quero votar para presidente” e “Dia 15 Vote”.

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Em 2019 o clube fez uma homenagem ao movimento, com uma estátua de Sócrates e uma faixa com os dizeres “Ganhar ou perder, mas sempre com democracia”, que chegou a estar em campo durante a época da Democracia Corintiana.

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Conquistas dentro e fora de campo

O movimento teve respaldo dos torcedores graças também as conquistas que o Corinthians teve durante a época. O Timão chegou até a fase semifinal do Brasileirão em 1982 e conquistou o bicampeonato do Paulistão (1982 e 1983). Fora de campo, a gestão decentralizada ajudou o time a sanar suas dívidas e ainda conseguir um valor de US$ 3 milhões de saldo em caixa.

Fim da Democracia Corintiana

O movimento começou a perder sua força em 19484. Sócrates foi sondado pelo futebol italiano, mas chegou a afirmar que caso o movimento “Diretas Já” fosse aprovado ele iria permanecer no Corinthians. Com o veto da emenda pelo Congresso Nacional, o jogador aceitou a proposta para defender a camisa da Fiorentina.

Sem seu principal líder, o movimento enfraqueceu e chegou ao fim em 1985, quando Adilson Monteiro, que iria substituir Pires, ter sido derrotado nas eleições de 1985.

Críticos ao movimento

Boa parte da imprensa e membros da ditadura era contra a Democracia Corintiana. Internamente no clube também existiam dissidências. O goleiro Leão era contrário ao movimento, bem como Vicente Matheus, que tumultuou o ambiente visando voltar para a presidência do clube.

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