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Vítima de transfobia, atacante argentina ganha apoio de jogadoras nas redes

Mara Gómez foi vítima de transfobia após ser anunciada nas redes sociais do Villa San Carlos na última terça (7)

Por Papo de Mina em 11/01/2020 06:00 - Atualizado há 5 anos

Divulgação/Villa San Carlos

Mara Gómez foi vítima de transfobia após ser anunciada nas redes sociais do Villa San Carlos na última terça (7)

Por Livia Camillo

Após ser apresentada como jogadora do Villa San Carlos, na última terça (7), Mara Gómez, de 22 anos, foi vítima de transfobia pelas redes sociais do clube. A contratação da atleta trans, apesar de ainda não estar regularizada pela Associação do Futebol Argentino (AFA), gerou muita comoção e várias atletas publicaram mensagens de apoio.

“Todas nós, mulheres que jogam na AFA, apoiamos Mara e a decisão de que ela jogue. Creio que todas queremos um futebol feminino que seja feminista, dissidente e sem violência. Estamos tratando de mudar isso para não sofrer homofobia, transfobia ou qualquer outra violência característica do futebol masculino”, disse Vicky Sisterna, jogadora do Gimnasia y Esgrima ao Papo de Mina.

Na última sexta (10), as redes ficaram tomadas por inúmeras publicações de incentivo e tolerância à presença de Mara no futebol feminino. Frases como o “futebol é para todas” ganharam espaço, principalmente no Instagram.

Em contato com a reportagem, a assessoria da equipe argentina afirmou ter traçado um “perfil” dos internautas que realizaram os ataques por meio de comentários nos últimos dias. Os comentários negativos são quase todos de homens e de pessoas que não consomem o futebol feminino. Por fim, o clube uma nota de repúdio aos atos de preconceito.

Intolerância no futebol argentino

Para Vicky, a situação vivida pela colega de profissão não é uma novidade. Assim como a transfobia, a homofobia e a violência contra a mulher estão muito presentes no masculino.

“É comum a gente ver casos de homofobia. Inclusive, não me lembro de nenhum jogador declaradamente gay no futebol argentino. É um preconceito constante. Já no futebol feminino isso não acontece. As jogadoras homossexuais se assumem, porque há respeito entre a gente. A torcida que queremos no estádio do futebol feminino é uma torcida de respeito”, contou.

“O futebol feminino na Argentina cresceu e agora as mulheres ocupam os estádios. Hoje temos jogadoras, repórteres, torcedoras, mas ainda estamos no começo. Mara é um pontapé para termos um futebol melhor.”

Contrato ainda não está firmado

O clube também ressaltou que, até que a situação da jogadora esteja devidamente regularizada na AFA, Mara estará blindada e não poderá conversar com a imprensa. No entanto, a equipe acredita que não haverá qualquer problema para que a regularização aconteça.

“Peço desculpas por não poder, no momento, responder a todos. Tudo o que posso dizer em meu é que a assinatura será em março e até lá teremos a resposta da AFA”, comunicou a jogadora.

As inscrições na entidade começam a partir do dia 15 de março. Se oficializada, a atacante será a primeira mulher trans a participar de um torneio oficial na Argentina.

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