Os números correspondem ao primeiro turno da Bundesliga 2019/20. Também foram apresentadas novas formas para tornar a ferramenta mais transparente
O tema ainda é polêmico e a aceitação ainda divide opiniões e, muitas vezes, é central nos debates pós-jogo. Nesta terça-feira (21), o chefe de arbitragem, Lutz Michael Fröhliche, e Sascha Stegemann, um dos árbitros mais experientes da Bundesliga, participaram de uma coletiva de imprensa em Dortmund para apresentar os resultados e propostas para o VAR na Alemanha. Entre os números, foram verificadas 844 situações nos 153 jogos da primeira metade do campeonato, isso corresponde a 5,5 situações verificadas por jogo. 583 destas foram “checagens silenciosas”, nas quais não havia comunicação entre o árbitro e o assistente de vídeo.
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Segundo as estatísticas da DFB, foram 545 gols revisados, 204 potenciais penalidades, 93 cartões vermelhos e uma confusão de identificação. O VAR teve de intervir no jogo 61 vezes, seguido pela decisão certa 57 vezes, o que corresponde a uma taxa de 93,44%.
Em comparação com o Brasil, o chefe de arbitragem da CBF, Leonardo Gaciba, revelou que o VAR teve índice de acerto de 98,4%, no Brasileirão de 2019, de acordo com os estudos da CBF. Mas os números destrinchados, de checagens silenciosas, intervenções diretas e quantidade de cada lance revisto não foram disponibilizados. Mas ainda segundo ele, o número de erros capitais caiu de 188, em 2018, para 36. “Creio que o balanço é extremamente positivo. Os números mostram a realidade. A diminuição dos erros capitais de arbitragem foi profundamente impactante”, avaliou.
No entanto, o questionamento maior dos torcedores e jornalistas é quanto ao tempo médio de checagem. Sobre esse quesito, não foram divulgados números pela CBF.
Um fato que incomoda o chefe de arbitragem na Alemanha. Embora o número de intervenções no VAR, foram 5.5 em média, tenha caído significativamente em comparação às temporadas 2017/18 (11) e 2018/19 (19), a duração de um processo de revisão aumentou significativamente. Embora tenha sido em média 57 segundos em 2017/18 e 61 em 2018/19, atualmente leva 79 segundos em média. Para desgosto de Fröhlich: “O objetivo é reduzir a duração para menos de um minuto”, relatou.
Melhorias na transparência da ferramenta
Além do balanço, os árbitros também indicaram que querem mais transparência para o público e que estão abertos a uma solicitação feita por Manuel Gräfe, também árbitro da Bundesliga. A proposta prevê que os árbitros poderiam comunicar suas decisões via fone de ouvido ou microfone pelos alto-falantes do estádio e, portanto, também para os telespectadores.
“Esta não é uma proposta nova, a vemos como parte da futura missão dos árbitros. Mas precisa ser mais específico, os árbitros devem ter treinado e praticado isso o suficiente antes de poder ser apresentado no estádio”, garantiu o chefe de arbitragem, Fröhlich. A ideia será analisada, mas o fato é que Fröhliche quer que as decisões sejam mais rápidas e a conduta dos árbitros também mais transparente para os espectadores no estádio e na frente da televisão, aumentando assim a aceitação do VAR.
As cenas das revisões nos telões do estádio são outro objetivo, com uma pré-condição: a tecnologia teria que garantir alta qualidade de imagem em todos os 18 estádios. Além disso, de acordo com Fröhlich, a DFL teria que esclarecer questões legais. Ao contrário de uma Copa do Mundo, por exemplo, o controle do estádio está em mãos diferentes: a dos clubes e de seus prestadores de serviços.
Por aqui, a CBF fez alguns testes com a ferramenta na reta final do Brasileirão, sinalizando que deve haver novidades no ano que vem. A entidade brasileira também planeja exibir todas as revisões em tempo real nos telões dos estádios, como ocorreu no Maracanã, na partida entre Flamengo e Avaí, pela penúltima rodada.
A divulgação das imagens revisadas e do áudio das conversas entre o árbitro de campo e os auxiliares do VAR também é algo que está sendo analisado por Leonardo Gaciba. Para o ex-árbitro, a medida traria mais transparência ao futebol brasileiro: “Sempre que necessário e quando acharmos importante, traremos informações não só de vídeos e áudios, mas de como funciona uma sala de operação. O VAR suscita muita curiosidade”.
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