Técnicos estrangeiros no Brasil: uma tendência que não é movida pelo planejamento
Com pelo menos quatro do 20 times da elite com técnicos estrangeiros, tendência mostra-se mais movida pelo resultado que por planejamento
Com pelo menos quatro do 20 times da elite com técnicos estrangeiros, tendência mostra-se mais movida pelo resultado que por planejamento
O efeito dos ótimos trabalhos de Sampaoli e Jorge Jesus comandando Santos e Flamengo respectivamente, segue influenciando de forma intensa o mercado dos técnicos no Brasil. Além do próprio português que segue no Flamengo, outros três times já anunciaram estrangeiros para comandarem o time em 2020 e são eles:
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- Santos com o português Jesualdo Ferreira.
- Internacional com o argentino Eduardo Coudet.
- Atlético-MG com o venezuelano Rafael Dudamel.
Vale registrar que fora da série A, o Avaí também trouxe um estrangeiro, o português Augusto Inácio. Temos a possibilidade ainda de o Red Bull Bragantino ter um técnico de fora, pois após perder Antônio Carlos para o Kashima Antlers, a equipe parece decidida a trazer um técnico de fora, tendo Carlos Carvalhal como nome atualmente especulado.
Apesar de ser uma novidade a presença de tantos técnicos de fora ao mesmo tempo no Brasil, esse movimento não chega a ser exatamente original, pois apenas evidencia a tradição dos clubes brasileiros em seguir a tendência do momento para agradar torcida, conselheiros e não como um planejamento pensado para uma implementação de uma nova filosofia ou mesmo ideia de jogo.
Um exemplo bastante recente foi o de Fabio Carille no Corinthians. Após o sucesso dele em 2017, quando levou um time considerado limitado ao título paulista e brasileiro, diversos clubes passaram a apostar em técnicos jovens e/ou da base e vimos diversos novos nomes nos principais clubes brasileiros, como o de Odair Hellmann (Inter), Jair Ventura (Santos), Alberto Valentim (Botafogo), Thiago Larghi (Atlético-MG), Maurício Barbieri (Flamengo) e até mesmo Tiago Nunes (Athletico Paranaense).
Talvez a única semelhança desses dois movimentos é o que os motivou: os trabalhos considerados defasados de técnicos considerados “medalhões” no futebol brasileiro. Exemplo disso é que nomes consagrados como o de Felipão, Mano Menezes e Cuca estão sem clube e mesmo quando alguns times estavam sem técnico, eles não eram especulados.
A exceção a esse movimento fica para o Vasco, que após a saída de Luxemburgo optou por mais um nome conservador, o de Abel Braga, o Palmeiras até chegou a tentar Sampaoli, mas graças ao fracasso nas tratativas optou por ter pela quinta vez comandando o time Vanderlei Luxemburgo e o Athletico Paranaense, que depois de tentar diversos nomes de fora, acabou fechando com Dorival Junior. Ou seja, mesmo alguns dos casos onde vemos técnicos considerados medalhões, foi pela falha em trazer um outro nome de fora que era o plano A da equipe.
A grande questão que se levanta com tudo isso é se teremos apenas um modismo ou se veremos com muito mais frequência técnicos de fora vindo trabalhar no Brasil. Considerando que o futebol brasileiro não tem um planejamento definido e tudo é feito na base de seguir uma aposta que deu certo, tudo irá depender do desempenho que esses técnicos terão em 2020. Caso repitam o sucesso de Sampaoli e Jesus, certamente esse número irá aumentar, mas se por exemplo um técnico “medalhão” for campeão, podemos ver a volta desses nomes com força total.
Porque vale ponderar que mesmo os trabalhos de Jesus e Sampaoli não foram fruto de um planejamento dos clubes, pois Jesus veio após a demissão de Abel Braga e Sampaoli foi uma alternativa justamente a recusa de Abel Braga, que foi para o Flamengo no começo da temporada. Então nos resta aguardar qual será a aposta de sucesso em 2020.
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