Rui Patrício relembra invasão do CT do Sporting: “Nós vamos te matar”
O goleiro testemunhou sobre o ataque que sofreram por parte da torcida na época que jogava pelo time português
O depoimento de Rui Patrício aconteceu nesta segunda-feira, dia 06/01, após uma pausa de duas semanas na Justiça por causa das férias de fim de ano.
A fala do jogador foi uma das mais longas e abordou diferentes temas em mais de duas horas e meia de duração. “Quando eles vêm o Vasco Fernandes, que era o nosso secretário técnico, tentava fechar a porta mas eles entraram. Todos de cara tapada, uns atrás dos outros. E foi logo a agredir, um logo ao pontapé”, relembrou ele.
Ele continua e diz que não houve qualquer diálogo. “Fui tentar separar e acalmá-los, mas eles gritavam que éramos uma vergonha. Um deles me disse ‘Filho da p…, se você for embora, eu parto sua boca’. Eles começaram a puxar minha camisa e ouvi quando eles vieram do corredor ‘Filho da p… nós vamos matar você’”, contou o goleiro.
Na declaração, o atleta, que hoje atua pelo Wolverhampton, lembrou como ficou o técnico Jorge Jesus, atualmente no Flamengo. “Vi o mister Jorge Jesus que sangrava do nariz até a boca, quando se encontrou com a gente”.
Relação com presidente
Como aponta o Observador, Rui Patrício também falou sobre os problemas com o mandatário do time. Em um post público, Bruno de Carvalho falou mal do time e foi quando os jogadores resolveram marcar uma reunião com ele. No entanto, ao chegarem no local, foram avisados que não teria o encontro. “Ficamos boquiabertos porque depois de uma situação grave daquelas não queria fazer a reunião e foi quando percebemos que ele tinha marcado a reunião para domingo”.
Depois disso, os atletas também fizeram posts públicos e então conseguiram que a reunião acontecesse no sábado, mas foram suspensos e tiveram processos disciplinares. No encontro, o presidente voltou às críticas. “Eu e o William falávamos em nome do grupo e ele começou a nos atacar e a dizer que queríamos sair”.
Para ele, o sentimento é de que o mandatário jogava a equipe contra os próprios torcedores. De acordo com o depoimento, eles nunca mais se falaram depois disso.
Ao final, o goleiro conta como se sente atualmente. “Ainda hoje em Portugal, quando estou com a minha família, não me sinto em segurança, por tudo o que se falou, passou e inventaram. Um ano e meio depois, ainda me sinto assim”, revelou ele.
Como apontou a EFE, Bruno de Carvalho é julgado pela agressão, sendo apontado como mandante do ataque ocorrido aos jogadores.
Relembre o caso
Em maio de 2018, cerca de 50 torcedores invadiram o centro de treinamento do Sporting, em Alochete. Além de agredir atletas, integrantes da comissão técnica e seguranças, eles carregavam tochas de fogo. Ao todo, o ato durou dez minutos. Veja mais detalhes na notícia dada na época no Torcedores.com.
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