O jogo que será relembrado hoje está diretamente ligado ao crescimento do Manchester City nos últimos anos. Foi a partir dessa partida que os Citizens começaram a sua trajetória vencedora na Premier League. O duelo aconteceu no dia 13 de maio de 2012, no Ethiad Stadium (estádio do City). A partida contou com mais de 47 mil pessoas. O árbitro era o inglês Mike Dean.
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Pré-jogo
A última rodada da Premier League da temporada 2011-12 foi uma das mais emocionantes da história dos pontos corridos. Os dois times de Manchester lideravam o campeonato inglês com 86 pontos. Ambos estavam empatados com 27 vitórias, cinco empates e cinco derrotas. Os Citizens só estavam na liderança devido aos seus oito gols a mais de saldo.
O Manchester United enfrentaria o Sunderland, que já não tinha mais nada para disputar no campeonato. Por outro lado, o Manchester City enfrentaria o Queens Park Rangers (QPR), que brigava contra o rebaixamento. Ou seja, a situação do time de Sergio Agüero era bem mais complicada, pois o seu adversário faria de tudo para conseguir uma vitória.
Tensão em Campo
Quando a bola rolou, o City encontrou dificuldades desde o começo da partida. As jogadas do time da casa não funcionavam e os torcedores dos líderes do campeonato estavam cada vez mais apreensivos. Nos primeiros 15 minutos, os azuis de Manchester criaram quatro jogadas de perigo, mas nenhuma acertou o gol. Enquanto isso, Wayne Rooney abria o placar para o Manchester United e jogava o City para o segundo lugar. O clima ficou ainda mais tenso no Ethiad Stadium, pois os torcedores também estavam preocupados com o jogo do seu rival de cidade.
A torcida do Manchester City só ficou um pouco mais tranquila aos 38 do segundo tempo. Mesmo com dores na coxa, o volante Yaya Touré tabelou com o lateral-direito Zabaleta e viu seu companheiro argentino entrar na área e chutar forte. A bola desviou na zaga adversária e foi para o gol, 1 a 0 para o City. O Ethiad Stadium explodiu em festa e os torcedores do Manchester City estavam cheios de ansiedade e expectativa.
Aos 44 da primeira etapa, o marfinense Yaya Touré não suportou a sua lesão e saiu de campo para a entrada do holandês De Jong. Os torcedores aplaudiram o jogador africano, não só pela sua persistência, mas pelo desempenho durante toda a temporada. O primeiro tempo acabou poucos minutos depois.
Drama, desespero e pressão!
Na segunda etapa, o QPR entrou em campo disposto a mudar aquele placar. Eles não queriam depender dos resultados de outras partidas para se manter na primeira divisão inglesa. Aos 3 minutos, o zagueiro do City Lescott cabeceou uma bola para trás. O problema é que ele não percebeu que o atacante adversário Djibril Cissé estava por ali. O francês correu com a bola e tocou na saída do goleiro Joe Hart, 1 a 1.
Esse gol inesperado fez o time do City partir para o ataque, pois aquele empate dava o campeonato inglês para o Manchester United. Ou seja, aquela situação mostrava que todo o bom trabalho dos Citizens na temporada poderia se perder em questão de minutos.
Seis minutos depois, o meia do QPR, Joey Barton, acertou uma cotovelada em cima do argentino Tévez e foi expulso. Isso fez o jogo ficar ainda mais tenso e aumentou ainda mais a pressão do City em cima dos Rangers. Aos 14 minutos, o treinador do QPR colocou o meia-esquerda Armand Traoré no lugar de Cissé, pois queria utilizar o lado-esquerdo da defesa adversária; a manobra funcionou perfeitamente.
Momento Inesperado!
Aos 21, Traoré arrancou pela esquerda e cruzou para o atacante Mackie. Livre de marcação, o atacante virou o jogo para o QPR, 2 a 1. Roberto Mancini, treinador do Manchester City, estava com muita raiva e soltou vários palavrões por causa da falha defensiva de seu time. A partir daquele momento, os jogadores do City se esforçariam ao máximo para mudar aquele placar. Era preciso fazer alguma coisa, pois o Manchester United continuava a vencer o seu jogo. Posteriormente, aquele momento se transformou em drama para o City.
Aos 23, Roberto Mancini tirou o volante Barry e colocou o atacante bósnio Dzeko na partida. O Manchester City ficaria com cinco jogadores de ataque e tentaria fazer os gols que precisava a todo custo. A equipe cruzou muitas bolas na área e abusou dos chutes de fora da área, mas a falta de pontaria impediu uma alteração no placar. Aos 30, Tévez deixou o campo e deu lugar para Balotelli, que por ser mais alto poderia aproveitar melhor os cruzamentos.
Momentos Históricos
Aos 45 minutos, o juiz deu mais cinco minutos de acréscimos e foi nesse momento que a tristeza dos torcedores do City se transformou em esperança. Um minuto depois do aviso do juiz, o espanhol David Silva cobrou um escanteio e Dzeko cabeceou para empatar o jogo, 2 a 2.
Aos 48, um lance emblemático. Após lateral cobrado pelo QPR, o zagueiro do City, Lescott, roubou a bola e iniciou o contra-ataque. A bola chegou até o volante De Jong que tocou para Balotelli. Mesmo desequilibrado, o italiano tocou para Agüero entrar na área, escapar de uma falta e fazer o gol do título inglês, 3 a 2 para o City. Nas arquibancadas, lágrimas de tristeza se transformavam em alegria. Dentro do campo, os jogadores vibravam muito, pois sabiam o tamanho daquela conquista. Aquele gol era esperado desde 1968!
Quando o jogo recomeçou, o QPR simplesmente jogou a bola para a linha lateral. O time já sabia que, mesmo com a derrota, o risco de rebaixamento não existia mais, pois os seus concorrentes na tabela também haviam perdido seus jogos. O Manchester City era campeão com todos os méritos e escrevia uma nova página história da competição. Eles ainda conseguiram a façanha de se tornarem os primeiros campeões definidos pelo saldo de gols desde 1989, algo muito raro de acontecer.
Olhar Adversário
Com relação ao Manchester United, o jogo deles havia acabado poucos minutos antes e eles estavam assistindo a partida do seu rival de cidade pelo telão do estádio. As expressões de tristeza e inconformismo eram nítidas nos olhares dos Red Devils. Tiveram que aceitar a derrota e deixar o grito de campeão para outro momento.
A épica vitória sobre Queens Park Rangers deu ao Manchester City o seu primeiro título do Campeonato Inglês desde 1968. Esse fato cravou nomes como Sergio Agüero, Vincent Kompany (capitão), Joe Hart, David Silva e Yaya Touré para sempre na história do clube.
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