Home Extracampo Por que Juninho Pernambucano é um dos poucos ex-jogadores que se posicionam politicamente?

Por que Juninho Pernambucano é um dos poucos ex-jogadores que se posicionam politicamente?

Juninho completa 45 anos nesta quinta e é um dos que mais se posiciona politicamente entre ex-atletas

Matheus Camargo
Jornalista formado pela Universidade Estadual de Londrina (UEL), colaborador do Torcedores.com desde 2016. Radialista na Paiquerê 91,7.

Juninho completa 45 anos nesta quinta e é um dos que mais se posiciona politicamente entre ex-atletas

Como um ex-jogador deve se posicionar no momento de maior polarização da política nacional? Deve se manter ao lado do governo? Deve fazer oposição? Ou então deve manter a discrição, como a maioria faz, e não se meter no assunto?

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Juninho Pernambucano, aniversariante do dia, ídolo do Vasco e atual gerente de futebol do Lyon, da França, escolheu ser oposição. Além de ser contrário à maioria dos ex-companheiros de campo, que em grande parte demonstram apoio ao governo federal do Brasil, atualmente comandado por Jair Bolsonaro, à direita no espectro político, Juninho também mostra uma personalidade diferente à de outros ex-jogadores.

Enquanto nomes como Marcos, Edmundo, entre outros apoiadores de Bolsonaro, aparecem regularmente em brincadeiras ou situações mais ligadas a “boleiros”, Juninho ganhou fama de “ranzinza” e “revoltado” no mundo da bola.

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Em entrevista recente ao jornal El País, o ídolo do Vasco explicou seu posicionamento político e falou sobre ser um dos poucos ligados à esquerda.

“A carreira do jogador é curta. O futebol exige tanta dedicação que você acaba se alienando. Entendo o atleta que ainda está jogando e prefere não se posicionar. Mas o ex-atleta que tem uma boa qualidade de vida não falar nada sobre a situação do país é inadmissível”, disse Juninho em 2018, poucos meses após deixar o cargo de comentarista da Rede Globo.

O ex-jogador admitiu na mesma entrevista que sua consciência política, como assim define seu posicionamento, se desenvolveu após sua aposentadoria.

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Juninho já disse diversas vezes que não aceita que um jogador seja ligado à direita, já que é uma classe que veio de baixo na pirâmide social. Segundo ele, alguns ex-atletas se tornaram gananciosos após o alto poderio financeiro que adquiriram.

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Repulsa à ditadura
Um dos comentários mais fortes de Juninho, também na entrevista ao El País, tocou em um assunto que poucos atletas e ex-atletas comentam: a ditadura civil-militar que o Brasil passou de 1964 a 1985.

O ex-jogador disse que sente repulsa e que não consegue acreditar em apoiadores do sistema que foi responsável por assassinatos e torturas no país durante mais de 20 anos.

“Muitos brasileiros ignoram que outros foram torturados e assassinados na ditadura. É desesperador ver gente apoiando intervenção militar. O Exército existe para defender o país, proteger as fronteiras, não para matar brasileiro na favela”, apontou na ocasião o ex-craque, que disputou a Copa do Mundo de 2006 pela Seleção Brasileira.

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