Keissyane é um dos reforços do Real Brasília para a temporada de 2020
Por Tayna Fiori e Lívia Camillo
Com apenas 24 anos, a goleira Keissyane é o mais novo paredão do time Real Brasília. Keikei, como é conhecida, conversou com o Papo de Mina sobre já ter passado por poucas e boas no esporte. A atelta apontou que a base foi o mais complicado, pois foi quando seu pai acabou falecendo e, ainda por cima, faltava apoio à modalidade.
“Meu pai fazia de tudo para que eu conseguisse treinar. Nós tínhamos problemas em relação a dinheiro, para comprar passagem. Até me emociono, lembrar disso me passa um filme”, falou a atleta.
Continuando na modalidade com o apoio de sua mãe, Keissyane teve que aprender com os tombos e tirar o melhor disso tudo. “Eu aprendi que quando amamos uma coisa, não podemos desistir. Não podemos deixar os obstáculos nos derrubar”, comentou.
Durante a sua carreira, Keikei teve momentos em que somente o futebol não dava todo o sustento que ela precisava e por isso tinha que trabalhar, treinar e estudar. “Me dividia em três, foi uma época muita exaustiva. Eu trabalhava, treinava e ainda fazia faculdade de fisioterapia. Tudo me consumia muito, mas eu tinha que achar forças.”
Atualmente, a atleta enxerga que todo o esforço valeu a pena e foi muito bem recompensado. Ela contou que o futebol é o único sustento dela hoje e que agradece muito o crescimento da modalidade.
“Graças ao futebol, eu tenho tudo que conquistei. Vejo que esse esforço valeu muito a pena. Até passaria por tudo novamente, tudo que passei me fez dar mais valor às coisas”, pontuou.
A caminhada para o futuro
“Alegria e disciplina são minhas maiores virtudes e eu levo comigo desde quando comecei a jogar futebol. Graças a Deus, apesar de ter apenas 24 anos, eu tenho uma carreira vitoriosa até aqui”, comenta a goleira.
Com amor pela modalidade, Keikei iniciará mais um desafio. “Espero que seja um ano incrível. Que possamos conquistar o acesso para a elite do futebol brasileiro. Eu particularmente gosto do novo, gosto do desafio. O Real Brasília irá nos proporcionar uma excelente estrutura, tenho certeza que daremos belos frutos”, falou.”Estou muito ansiosa para me apresentar no Real, até brinco com a minha mãe que os dias não passam. Quero voltar a ter aquela sensação de colocar a luva e ir para o campo.”
Natural do Rio de Janeiro, Keissyane já aceitou alguns desafios em sua vida. A goleira atuou no Vasco, Flamengo, 3B da Amazônia, Criciúma, Grêmio e Palmeiras. Sempre buscando dar o seu melhor.
Sobre a seleção brasileira, Keikei almeja sua ida para o time principal, mas não perde o foco em ajudar seu clube no primeiro momento. “Primeiramente, penso em me dedicar ao meu novo clube [Real Brasilia]. Preciso conquistar meu espaço, atuar bem e me preparar. Consequentemente, a oportunidade na seleção aparece”, comentou.
Mas fora de campo, Keissyane continua tendo algumas dificuldades relacionada à modalidade. Ela contou que nas férias não consegue ter um treinamento mais específico por conta de não encontrar esse profissional capacitado. Até mesmo dentre os clubes que ela atuou, dois não tinham o preparador.
“É de suma importância para nosso desenvolvimento e crescimento ter um profissional específico ajudando a gente. Precisamos nos aprimorar na parte técnica, física e psicológica.”
Os preparadores de goleiras são uma peça fundamental para o desempenho de cada atleta.
2019: foi um bom ano?
“2019 começou comigo tendo que tomar algumas decisões difíceis na minha carreira. Tive que sair de um clube, o qual tinha acabado de chegar, por motivos pessoais e profissionais.”, falou Keikei.
Mesmo com os desafios, a goleira agradece as mudanças e espera mais de 2020. “Apesar de tudo, cresci muito como atleta, como ser humano. Consegui títulos que foram marcos importantes na minha vida. Foram mudanças necessárias e espero que 2020 seja ainda melhor. Farei de tudo para ser!”
No ano passado, Keissyane conquistou a primeira edição da Copa Paulista e o acesso ao Campeonato Brasileiro A1, com o Palmeiras. Por conta da falta de chances para atuar, a goleira preferiu buscar novos desafios. Para esse novo ano, Keikei desejar terminar a faculdade. Ela contou que pretende mudar para educação física, mas quer se formar.
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