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Jovens talentos enfrentam dificuldades para se profissionalizarem no surfe

O crescimento do esporte no Brasil não reflete a realidade enfrentada por amadores que tentam a vida nas ondas do país

Por Juliana Puttini em 13/01/2020 13:28 - Atualizado há 3 anos

Davi Pinheiro

O crescimento do esporte no Brasil não reflete a realidade enfrentada por amadores que tentam a vida nas ondas do país

Que o surfe vem crescendo a cada dia no Brasil, isso já não é mais novidade para ninguém. Embalados pelos títulos mundiais de Gabriel Medina (2014,2018), Adriano de Souza (2015) e Ítalo Ferreira (2019), o país do futebol começou a idolatrar, também, os atletas do surfe.

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Mas nem tudo foi fácil, para ganhar a confiança do torcedor brasileiro e, principalmente, dos patrocinadores, foram anos de luta e busca por aceitação, visto que antigamente, os atletas da modalidade eram tidos como “gente que não queria nada com a vida”.

Anos se passaram e o esporte conseguiu se firmar, ganhou o respeito das pessoas e cresceu, muito por conta dos 4 títulos conquistados por brasileiros nos últimos 6 anos na principal liga profissional da modalidade a WSL.

Mas nem tudo é glamour, para se transformar em um grande atleta profissional é preciso ter paciência, muito foco e,principalmente, força de vontade. E todo esse esforço psicológico se deve a falta de estruturas como categorias de base, onde cada vez mais o país vem cortando verbas e prejudicando o crescimento dos atletas.

Os surfistas amadores não têm premiação em dinheiro. As dificuldades giram em torno, principalmente, de conseguir verba para competir. Atualmente, para um jovem começar a ganhar projeção no surfe, ele precisa desembolsar entre R$20 e R$60 mil reias dependendo da competição e do país em que irá competir. O atleta tem que bancar tudo por conta própria, desde a inscrição e alimentação até a passagem e a hospedagem.

Na atual situação econômica do país, não são todos que conseguem a ajuda, principalmente da família, para gastos tão elevados. A luta por patrocínios ainda está muito distante da realidade, isso faz com que várias crianças e adolescentes fiquem pelo caminho por não conseguir bancar as despesas do esporte.

Em sua maioria, os surfistas começam a trilhar seu caminho em eventos não oficiais de bairro, promovidos por associações locais. Depois disso, eles passam a competir os circuitos municipais, realizados por grande parte das cidades litorâneas do país. Posteriormente, os destaques de cada estado participam do Circuito Brasileiro Amador, organizado pela Confederação Brasileira de Surfe.

Mas se engana quem pensa que a participação em torneios municipais é uma grande mudança na vida do atleta. A competição está bem distante da realidade dos torneios WSL. Em algumas regiões, por exemplo,o número de etapas é mínimo ao longo da temporada, o que não da muito espaço para o atleta desenvolver.

Também existem muitos problemas de organização, um exemplo disso é que em 2019 a Confederação Brasileira de Surfe não distribuiu troféus para os vencedores do título brasileiro em nenhuma categoria, o que mostra acima de tudo, uma falta de profissionalismo e cuidado com o esporte.

Hoje em dia o atleta passa de amador para profissional por conta própria, e o problema é arcar com os custos na carreira com filiação e inscrições para os torneios maiores. Portanto, o que poderia ajudar nesse processo seria a investida de patrocinadores e a melhoria do centro de formação. Talento nós temos de sobra, só precisamos saber investir e valorizar.

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