Técnico português não faz boa estreia, mas implantar suas ideias requer tempo…
Jesualdo Ferreira optou pelo caminho mais difícil neste início de trabalho pelo Santos: implantar suas ideias de jogo, sem acionar o piloto automático depois do terreno fértil deixado por Jorge Sampaoli.
E o resultado esperado não virá em duas semanas de treinamentos. Os atletas precisam de tempo para absorver as novidades (mesmo cenário do início de 2019) e alguns testes só têm efeito verdadeiro em jogos, por mais alto que seja o nível das atividades no CT Rei Pelé (não houve qualquer amistoso na pré-temporada).
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A estreia com 0 a 0 diante do organizado Red Bull Bragantino foi frustrante, não somente pelo resultado, mas principalmente pela falta de criatividade no ataque e por um segundo tempo bagunçado, de ligações diretas e time espaçado, algo raro na temporada passada. Os visitantes mereceram vencer e pararam em Everson e no travessão.
O jogo serviu para Jesualdo mostrar algo muito pedido pelo torcedor: o uso da base. A principal novidade na escalação foi Kaio Jorge improvisado pelo lado esquerdo do ataque. A opção não surtiu o efeito esperado e o jovem acabou substituído no intervalo após torção no tornozelo.
No mais, as grandes mudanças foram táticas: Felipe Jonatan e Pará subiram e desceram juntos, sem um lateral defensivo e outro ofensivo. Diego Pituca teve maior liberdade e, durante o segundo tempo, chegou a atuar como ponta pela esquerda, com Raniel e Eduardo Sasha à frente e Marinho pela direita – Sánchez foi recuado para ajudar Alison neste momento: outra novidade, outro insucesso.
Arthur Gomes e Derlis González, alternativas nos minutos finais, não renderam e mostraram a falta feita por Soteldo. O Santos, inexplicavelmente, liberou seu camisa 10 para o Pré-Olímpico pela Venezuela, enquanto a própria seleção brasileira teve várias convocações barradas.
Como disse Jesualdo na rápida entrevista coletiva na Vila Belmiro, a saída é trabalhar para encontrar soluções “caseiras”, sem depender de reforços no futuro. Além de Soteldo, Lucas Veríssimo e Madson foram desfalques.
O português não abre mão do seu estilo, conservador em relação a Sampaoli, na busca por um time mais equilibrado e pragmático. Escalar um 4-3-3 com Pará atrás e Felipe Jonatan à frente, e Tailson no lugar de Soteldo seria o mais simples. E optar pelo complexo parece bom sinal. É só lembrar do ano passado…
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