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Hoje ídolo no Brasil, o que faltou para Gabigol emplacar na Europa?

Por Didé Fontana em 29/01/2020 09:00 - Atualizado há 10 meses

Alexandre Vidal/ Flamengo

Apesar de artilheiro no Flamengo e Santos, Gabigol não emplacou na Europa enquanto jogou pela Inter de Milão e Benfica

Recém-contratado em definitivo pelo Flamengo, o atacante Gabigol permanecerá jogando em solo brasileiro, onde fez sucesso, principalmente com os recentes títulos do Campeonato Brasileiro e da Libertadores, chegando a marcar 43 gols em 59 partidas, inclusive os gols que deram o título do torneio continental.

Diferente do Brasil, Gabigol já tentou sucesso na Europa ao pisar em gramados estrangeiros quando se transferiu em 2016 para a Inter de Milão, com grande expectativa, no entanto, não conseguiu repetir o desempenho obtido quando jogando em sua terra natal.

Inter de Milão ( 2016)

 pós conquistar o inédito ouro olímpico pelo Brasil nas Olimpíadas Rio -2016, a Inter de Milão contratou o então jovem atacante de 19 anos, Gabriel Barbosa, enquanto jogador do Santos. O contrato foi realizado pelo valor de 29,5 milhões de euros (R$ 108 milhões). Chegando à Itália em 2016, Gabriel ficou por lá até ser emprestado ao Benfica um ano depois, após baixo desempenho na equipe de Milão.

Números baixos

Gabigol estreou pela Internazionale em jogos oficiais no dia 25 de setembro de 2016, em um empate por 1 a 1 diante do Bologna, válido pela Série A do Campeonato Italiano. Na estréia  deixou em branco sua marca de gols, após entrar em campo aos 29 minutos do segundo tempo.

O atacante fez seu primeiro gol em uma partida oficial apenas no ano seguinte, após entrar no segundo tempo, marcando o único gol do jogo em vitória fora de casa diante do mesmo Bologna.

Ao todo, o atacante somou dez partidas e apenas um gol em uma temporada, entre jogos da Série A do Campeonato Italiano e da Coppa Itália.  Gabigol jogou apenas uma partida como titular e as demais nove, como reserva, entrando apenas no segundo tempo.

Adaptação e problemas com o técnico

O primeiro técnico de Gabigol na Itália, o ex-zagueiro holandês Frank De Boer, criticou o atacante por não se adaptar ao estilo do Futebol europeu, conforme entrevista concedia a ESPN em 2018. “Ele pensava que ainda estava jogando no Brasil. Ele estava só andando, e tem que estar em movimento. Ele só quer receber a bola sem correr, mas tem que trabalhar duro nos treinamentos. Não é por nada que não jogou comigo e não jogou mais na Inter” salientou o ex-técnico do clube italiano.

Apesar das críticas, o técnico elogiou a preparação física do atleta, além de ressaltar na época que o brasileiro poderia obter resultados positivos se mudar sua postura. “Ele tem que demonstrar a si mesmo, à equipe e ao treinador que é um bom jogador. Depois, pode ser um jogador fantástico, fisicamente está bem, tem uma esquerda fantástica, mas você não pode andar em campo, o futebol europeu é muito diferente do que no Brasil, onde há muito mais calor. Ele tem que aprender isso e espero que consiga, porque senão será uma lástima para o futebol brasileiro” completou.

 

 Gabigol no Brasil, Gabi-no-gol na Itália

Jogando no Brasil, Gabriel Barbosa conquistou, devido ao seu faro de gols, o apelido de Gabigol, chegando a receber em 2019, um lema entre os torcedores Rubro-Negros com a frase “Hoje tem gol do Gabigol” fazendo sucesso Brasil afora.

Na Europa, não foi esse o apelido que o atacante recebeu, ao menos não foi na Itália. “Agora chamam ele de Gabigol. Conosco era chamado de Gabi-não-gol” comentou Frank De Boer em entrevista a um programa no canal Fox Sports da Holanda.

Saiu antes da hora

Durante a vitória da Inter de Milão por 3 a 1 diante da Lazio, em maio de 2017, Gabigol foi flagrado saindo do banco de reservas após saber que não seria utilizado, se retirando antes do término da partida. “Todos que estão no banco esperam para entrar, talvez ele tivesse outras expectativas, e elas eram altas da parte dele e da equipe. Mas nem sempre a culpa é do treinador. Ele tem grandes qualidades, mas deve se colocar a serviço do grupo” comentou o então técnico interino Stefano Vecchi em entrevista coletiva após a partida.

O técnico ainda mencionou na coletiva a concorrência que o atacante tinha com nomes como Icardi, Eder e Palacio.

Ida ao Benfica

Após uma temporada em baixa no clube italiano, o atacante foi emprestado ao Benfica, de Portugal. Atuando pela equipe de Lisboa, o brasileiro continuou o baixo número de partidas jogadas, totalizando cinco jogos entre Liga Portuguesa, Taça da Liga, Taça de Portugal e UEFA Champions League. Das cinco partidas, Gabriel marcou apena um gol, diante do Olharense pela Taça de Portugal.

Oscilação entre reservas e titulares

Como jogador do Benfica, Gabriel continuou atuando como reserva, entrando na segunda etapa, com exceção de duas partidas que começou como titular, mas sem jogar o jogo inteiro, entrando no banco de reservas no segundo tempo de ambas as partidas.

A primeira partida como titular foi no dia 14 de outubro de 2017, diante do Olhanense pela Taça de Portugal, em que marcou seu único gol pelo clube português. A segunda oportunidade que teve como titular foi contra o SC Braga, pela Taça da Liga.

Como reserva, entrou em uma partida pela Liga Portuguesa em derrota diante do Boavista por 2 a 1 e atuou também por dois jogos da Liga dos Campeões da UEFA, pela fase de grupos. Em ambos os jogos pela competição europeia, perdeu, primeiro por 2 a 1 para o CSKA Moslva e segundo para o FC Basel por 2 a 0.

Problemas extra-campo

Com baixo rendimento no clube português, Gabriel não foi relacionado para o confronto diante do Vitória de Setúbal. De acordo com o jornal português “Correio da Manhã”, no dia do jogo foi visto em uma discoteca de Lisboa as 6h da manhã, após saber que não seria relacionado para o jogo. O Benfica só libera jogadores para folga um dia depois da partida.

Elogios do técnico

Com a má fase no Futebol europeu, o atacante encerrou o empréstimo e foi novamente emprestado, desta vez para retornar ao Brasil, onde voltaria a fazer sucesso. Voltando ao Brasil, mais especificamente para o Santos, clube que o revelou, Gabigol arrancou elogios de seu ex-treinador no Benfica, em uma coletiva de imprensa em Portugal, também ressaltando o motivo de Gabriel não ter dado certo em Portugal:

– Gabriel é um jogador de qualidade e tem facilidade para fazer gol quando aparece na cara do goleiro. Mas há contextos e momentos na vida de um jogador, na vida dos clubes, contextos até sociais que podem não ser os mais adequados. Eventualmente, em um outro momento poderia ter apresentado outro rendimento. No Santos deve ter um contexto muito favorável. Às vezes há jogadores que devem estar em um outro contexto, em outro clube, em outro país, com outro treinador e com outros torcedores. – apontou o então técnico do atacante, Rui Vitória, conforme apurou o Globoesporte.com em Fevereiro de 2018.

 

 

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