Garone: Retorno de Dedé ao Vasco seria o casamento perfeito para os dois
Campeão da Copa do Brasil pelo Vasco em 2011, zagueiro está de saída do Cruzeiro e pode voltar à São Januário.
Raí e Babalú. Catarina e Petruchio. Helena e Edu. Jade e Lucas. Edwiges e Cláudio. Cigano Igor e Dara. A teledramaturgia brasileira já nos ofereceu uma penca de casais que nos envolveu em tramas onde, mesmo ao acaso, nos pegamos torcendo pela união – não me venha com o papo de que nunca assistiu novelas.
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O futebol nacional não fica muito distante neste quesito.
Tal qual pombinhos de novela das oito – que começa às 21h -, alguns jogadores parecem predestinados a vestirem uma camisa específica, por mais que o roteiro muitas vezes lhe cause separações. Como se uma em especial tivesse sido feita sob medida para si.
Era assim com Marcelinho Carioca e Corinthians, Túlio e Botafogo, Valdir e Vasco, Marques e Atlético Mineiro, Evair e Palmeiras, Adriano e Flamengo, Renato Cajá e Ponte Preta, Paulo Baier e Criciúma, entre outros tantos que rodaram o país. No imaginário, porém, na frágil e combalida memória, parecem ter vestido sempre as mesmas cores durante toda a carreira.
O mesmo acontece com Dedé e o Vasco.
Já se vão quase sete anos desde que o zagueiro entrou em campo pela última vez com a camisa vascaína. Um distante 13 de abril de 2013 – vitória cruz-maltina sobre o Quissamã por 3 a 1, com um gol dele -, mas que segue marcado para o torcedor como o dia do “até logo” e não do “adeus”.
O clima, ao menos nas arquibancadas, nunca foi de despedida, apesar da saudade.
Dedé passou mais tempo no Cruzeiro do que em São Januário, é verdade. É certo também que ganhou mais títulos em Minas do que no Rio. Mas são relacionamentos distintos.
Vasco e Dedé viveram um amor adolescente entre 2009 e 2013. Uma dessas paixões de novela que surgem do nada, numa esquina, sem expectativas, mas que marcam uma vida inteira. Mesmo à distância.
Com a Raposa foi diferente. Mais maduro, rodado, viveu um casamento feliz durante a maior parte do tempo, não há dúvidas. Um relacionamento, no entanto, que foi consolidado por um acordo de cavalheiros, um contrato. Não algo inesperado, quase impulsivo, como a sua chegada em 2009, após se destacar numa derrota do Volta Redonda, seu time, por 5 a 3, para o próprio Vasco no Estadual.
Retornar ao Vasco seria reatar uma relação antiga, de sucesso. Um namoro que não viu atritos nem na hora do rompimento. Pelo contrário. Dedé deixou São Januário como ídolo e voltaria com o mesmo status, algo que não teria em nenhum outro lugar.
Cortejado novamente pelo Vasco, Dedé tem a oportunidade de viver o “feliz para sempre” com o seu amor adolescente. Num novo clube, teria que iniciar um romance do zero, algo que aos 31 anos e com seguidas lesões no joelho – que lhe comeram três anos de carreira e atrapalharam outras duas – não parece simples.
O Vasco precisa de um ídolo. Talvez o maior que teve nesta década. Em baixa após dez anos em alta, Dedé também precisa do Vasco.
Ao menos no imaginário de quem apenas assiste, o reencontro dos dois seria o final feliz para ambos.