“Faço isso há 43 anos e ganhei 39 títulos”, diz preparador físico do Palmeiras sobre treinos em caixa de areia
Antônio Mello garante que método não é ultrapassado e explica benefícios proporcionados aos jogadores do Alviverde com atividades
Antônio Mello garante que método não é ultrapassado e explica benefícios proporcionados aos jogadores do Alviverde com atividades
São mais de quatro décadas com o mesmo método de treinamento. O resultado? Trinta e nove títulos, quase um por temporada. Antônio Mello é preparador físico do Palmeiras e rejeita a rotulação do termo “ultrapassado” para as atividades que passa aos jogadores para realizarem na areia. Em entrevista à ESPN Brasil, na manhã desta sexta-feira (10), ele defendeu o modo de treinamento utilizado.
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“É um trabalho que apareceu na minha vida por acaso, em um clube pequeno, e o recurso era treinar na areia porque não tinha lugar para treinar. Eu comecei a estudar, desenvolver. Comecei a me dedicar a isso e descobri a importância do treinamento na areia no atleta de futebol, mensurando mesmo, de verdade, a potência, que é a única coisa que eu consigo nesse meio de treinamento: a velocidade e força, velocidade com resistência da areia. Isso é visível, não é um treinamento ultrapassado. Pelo contrário: é um treinamento muito ativo, muito moderno e abrevia muito em ficar fazendo treinamento em sala de musculação”, explicou Mello, que cita os benefícios da atividade.
“Eu treino num piso que na frente vai ser igual ao que eu jogo. A grama é molhada, fofa, tem a trava da chuteira que entra. Então, existe uma relação muito grande. O ganho da prudência é muito rápido, eu trabalho 15 minutos, uma vez na semana, abrangendo exercícios específicos do futebol, tipo: aceleração, desaceleração, mudança de direção, saltos curtos e arranque. E, na prática, o que eu vou colher com isso? Melhor arranque, melhor antecipação e melhor impulsão. Eu só tenho esse benefício na areia. Não vou melhorar a velocidade, a resistência orgânica, a resistência anaeróbica. Eu vou ter ganho em cima da potência”, detalhou.
O preparador de 72 anos – com passagens por Flamengo, Santos, Corinthians, Cruzeiro, Real Madrid, Atlético-MG, Grêmio, Boavista-RJ e Vasco – comemora o término dos primeiros dias de trabalho sem reclamação de dores por parte dos seus atletas. O grande objetivo é minimizar o cansaço acumulado dos jogadores.
“Às vezes, as pessoas não têm essa explicação, essa informação e, às vezes, até o mundo acadêmico, que não está na prática vivendo a intensidade e a solicitação que é o futebol. Como eu faço isso há 43 anos, com resultados fantásticos, que o bom Deus me ajudou, são 39 títulos, e todos acompanhados desse meio de treinamento. Então, é muito bacana, meu time terminou a primeira semana de trabalho sem dor, trabalhamos muito bola, muito trabalho físico. Hoje entramos na resistência anaeróbica, demos uma pancada forte, que já aproxima da fadiga de jogo, e semana que vem muito treinamento com bola, muito trabalho de aproximação e buscando a baixa fadiga”, finalizou Antônio.
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