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Estreia “mais ou menos” da Seleção Brasileira no Pré-Olímpico tem Bruno Guimarães como “regista” e problemas defensivos

Equipe de André Jardine venceu o Peru por 1 a 0 com gol de Paulinho no final do primeiro tempo; escrete canarinho diminuiu o ritmo na etapa final e levou sustos no final da partida

Por Luiz Ferreira em 20/01/2020 01:38 - Atualizado há 10 meses

Lucas Figueiredo / CBF

Equipe de André Jardine venceu o Peru por 1 a 0 com gol de Paulinho no final do primeiro tempo; escrete canarinho diminuiu o ritmo na etapa final e levou sustos no final da partida

Tudo bem que o principal objetivo foi alcançado. A Seleção Brasileira Sub-23 estreou com o pé direito no Pré-Olímpico da Colômbia. No entanto, a vitória sobre o Peru por 1 a 0 deixou uma impressão um tanto quanto ruim neste que escreve. Primeiro pela atuação bem “mais ou menos” dos comandados de André Jardine. Principalmente no segundo tempo, quando a equipe brasileira baixou o nível de intensidade e levou alguns sustos do seu adversário. E depois pelos problemas na recomposição defensiva escancarados pela melhora na atuação do Peru na etapa final. É verdade que o meio-campo brasileiro criou bastante com Bruno Guimarães caprichando nos passes como autêntico “regista”. Mas os gols perdidos e a performance abaixo do esperado no segundo tempo merecem a atenção de André Jardine. Até porque o nível de exigência tende a aumentar bastante para a Seleção Brasileira neste Pré-Olímpico nos próximos dias.

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A proposta de jogo de André Jardine é simples e visa tirar o melhor dos jogadores que estão em campo. Equipe armada no 4-2-3-1 com Bruno Guimarães recuando entre os zagueiros para iniciar a armação das jogadas, Matheus Henrique aparecendo no ataque, velocidade nas pontas com Antony e Paulinho e apoio dos laterais por dentro. Tudo feito com muita aproximação entre os jogadores para gerar opção de passe e quebrar as linhas do adversário. O primeiro tempo da Seleção Brasileira ficou marcado pela boa troca de passes e pela grande quantidade de chances desperdiçadas pelos atacantes brasileiros, seja por falta de pontaria ou por puro preciosismo. As melhores jogadas saíam quando Pedrinho se aproximava dos pontas ou quando Bruno Guimarães aparecia na frente. E foi dos pés do camisa 5 e capitão que saiu o passe certeiro para Paulinho apenas deslocar Solís e marcar o único gol da partida. E a construção dessa jogada diz muito sobre o modelo de jogo adotado por André Jardine.

Bruno Guimarães é o “regista” da Seleção Brasileira Sub-23. É o camisa 5 quem inicia as jogadas de ataque do 4-2-3-1 proposto por André Jardine. Laterais apoiando pelo meio, aproximação entre os setores e intensidade nos movimentos. Foto: Reprodução / SporTV

Bastou que a Seleção Peruana adiantasse a marcação para que o escrete canarinho mostrasse suas deficiências. Não somente na saída de bola, mas no posicionamento defensivo. Não foram poucas as vezes em que a dupla de zaga formada por Nino e Robson Bambu (quase perfeitos no combate direto) ficasse quase que completamente exposta. Essa queda de rendimento se deu pela diminuição da intensidade nos movimentos. Com a Seleção Olímpica jogando numa rotação abaixo, o Peru se aproveitou disso para impôr seu jogo de mais força física e velocidade. Nem mesmo as entradas de Reinier e Igor Gomes conseguiram devolver um pouco de qualidade à equipe comandada por André Jardine. E se não fosse o goleiro Ivan e a falta de pontaria dos peruanos, o técnico brasileiro poderia estar lamentando um resultado ruim logo na estreia do Pré-Olímpico. Uma atuação bem “mais ou menos” da Seleção Sub-23. Valeu pelos três pontos e lamba os beiços. Muito pouco.

Um dos problemas mais graves da Seleção Brasileira Sub-23 estava na recomposição defensiva. Com a intensidade mais baixa nos movimentos, o Peru se aproveitou para impôr seu jogo mais físico e veloz diante de uma dupla de zaga quase que totalmente exposta. Foto: Reprodução / SporTV

O resultado positivo logo na estreia da equipe no Pré-Olímpico da Colômbia deve sim ser comemorado. No entanto, nem mesmo a vitória sobre o Peru e a boa atuação coletiva nos primeiros 45 minutos diminuem a necessidade de ajustes no time comandado por André Jardine. Bruno Guimarães e Matheus Henrique são volantes de fino trato com a bola e pisam na área com frequência. Para que o jogo dos dois flua como nas suas equipes, é preciso que os laterais estejam sempre atentos na cobertura. Ao mesmo tempo, os pontas precisam participar mais da marcação quando a equipe não tem a posse da bola. Não foram poucas as vezes em que o meio-campo brasileiro abriu uma verdadeira cratera na frente da zaga. Ao mesmo tempo, Pedrinho mostrou bom jogo quando a “redondinha” passou pelos seus pés e teve companha no setor ofensivo. Mas pode ser que ele não seja o jogador ideal para exercer a função de “camisa 10”, o meia que joga mais por dentro no 4-2-3-1 de André Jardine. Sem aproximação, aliás, ninguém vai jogar bem nessa Seleção Sub-23.

A Seleção Olímpica passou no primeiro teste e mostrou qualidade apesar dos problemas apresentados aqui. O próximo compromisso dos comandados de André Jardine será contra o Uruguai na quarta-feira (22), pela segunda rodada da competição. E é bom abrir o olho diante da Celeste para que ninguém reclame da sorte depois do jogo.

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