Poucos dias depois de se apresentar à seleção brasileira para a disputa da Copa América, Neymar foi acusado de estupro e, em meio a toda polêmica, voltou a se lesionar e foi cortado da disputa da competição
A Amazon Prime Video lançou nesta sexta-feira (31) o documentário “Tudo ou Nada: Seleção Brasileira”, em que conta os bastidores da conquista do título da Copa América, realizada no Brasil, em 2019. Logo no primeiro episódio, intitulado “A obrigação de ganhar”, é possível ver como a comissão técnica e os jogadores reagiram a duas situações complicadas dias antes do início da competição: a acusação de estupro contra Neymar e a lesão do atacante no primeiro amistoso preparatório para o torneio, contra o Qatar.
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Quando o documentário cita a acusação de estupro e mostra imagens da Polícia Civil na Granja Comary, centro de treinamento da seleção, o próprio Neymar aparece comentando sobre o assunto. “Eu não gosto de mentira. Eu não posso demonstrar pra você algo que eu não sou. Eu não vou colocar a minha carinha ali na internet, fingindo que eu sou santo ou anjo. Se dentro de campo eu estou resolvendo, fora (de campo) ninguém tem que falar nada, porque fora eu sou ser humano como todos os outros.”
“Sou pai, sou amigo, sou namorado, sou filho e erro. Então lá fora eu sou como qualquer outro. Agora, dentro do campo, não. Dentro do campo eu tenho as minhas obrigações, eu tenho que jogar bem, tenho que me doar, tenho que dar o meu máximo… ali sim, eu aceito ser criticado”, acrescenta.
O documentário também exibe a preparação do técnico Tite para encarar a primeira entrevista coletiva após a repercussão do assunto. “Fiz um monte de oração e acendi todas as velas que tinham lá, para que me iluminasse e que eu pudesse dar uma entrevista coletiva serena. Não insensível, é diferente. Serena”, diz o treinador.
Já na van, a caminho da coletiva, Tite conversa com membros da comissão técnica e demonstra certa preocupação ao ter que falar sobre o caso, ciente de que seria ‘bombardeado’ com perguntas sobre a polêmica envolvendo o camisa 10. “Sobriedade é o termo. Do jeito que nós estávamos. Sobriedade. Sensatez. O resto flui”, comenta.
Após a entrevista, os membros da comissão técnica avaliam o saldo da coletiva:
-Cléber Xavier (auxiliar-técnico): Tiveram 25 perguntas na coletiva, e só sete delas foram sobre bola.
-Edu Gaspar (coordenador da seleção): Mas nós sabíamos que hoje ia ser diferente.
-Tite: Eu e o Vinicius (assessor da seleção) ficávamos olhando para interromper e tal, mas… (não dava). Só que eu abordei, eu fiz questão, porque é a nossa verdade que a gente tem que colocar. Como a gente ficou em uma pendência lá, eu quero responder a eles.
-Vincius (assessor de imprensa): Mas você (Tite) viu a linearidade daquilo que eu tinha te falado? Pra gente não passar recibo também. E falamos com toda a seriedade do assunto.
BASTIDORES DA LESÃO:
Ao exibir imagens do amistoso contra o Qatar, o documentário mostra o momento que Neymar vai receber atendimento no banco de reservas, justamente no exato momento em que o Brasil marca o primeiro gol do confronto e as atenções estão voltadas para a comemoração. O atacante coloca a mão no tornozelo e cobre o rosto para chorar. O camisa 10 deixa o campo carregado e com uma bolsa de gelo sobre o local da pancada. Tite, então, coloca Everton ‘Cebolinha’ em campo.
“Quando veio o pedido de substituição, eu pensei que fosse por um zelo, em função de ser um jogo amistoso. E eu já fiquei focado na substituição”, relembra o treinador, que após tomar conhecimento da gravidade da lesão, lamenta. “Eu digo: ‘Não é possível, eu não imaginava, não foi nessa dimensão, não teve esse grau…’, aí ele (médico) disse: ‘Não, ele rompeu. Está fora’”.
Após o jogo, os jogadores estão reunidos no vestiário e o capitão Daniel Alves pede autorização do treinador para dedicar a oração ao atacante. “Ele está precisando da gente nesse momento. E que a gente fortaleça ele. É um momento difícil pra ele e pra nós. Estão acontecendo muitas coisas na vida do Ney e eu só queria pedir autorização para que essa oração seja dedicada à ele”, diz o camisa 2.
“A melhor maneira de valorizarmos o nosso trabalho, e de ser solidário em relação ao Neymar, é fazendo um p… de um trabalho e não citar mais. Não ficar chorando, carregando uma bengala dizendo assim: “Se a gente perdeu, é porque já saiu o nosso principal jogador”. Nós não queremos isso. Ser leal é, quando estiver junto, fazer o melhor trabalho possível. Opa! Aqui tem uma equipe forte!”, destaca Tite.
CONFIRA O TRAILER OFICIAL DO DOCUMENTÁRIO: