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CEO do Cruzeiro anuncia saída do cargo e sugere intervenção judicial

Prefeito da cidade de Betim, Vitorio Medioli acredita que mudança do estatuto e transformação da Raposa em clube-empresa são caminhos para a reconstrução do clube.

Por Ítalo Bruno em 05/01/2020 11:47 - Atualizado há 3 anos

Foto: TV Globo/Reprodução

Prefeito da cidade de Betim, Vitorio Medioli acredita que mudança do estatuto e transformação da Raposa em clube-empresa são caminhos para a reconstrução do clube.

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O noticiário do Cruzeiro segue agitado. Na manhã deste domingo, o clube recebeu o comunicado do empresário e CEO cruzeirense, Vitorio Medioli, avisando que não permanecerá no cargo.

Vitorio, que também é prefeito da cidade de Betim, alegou que a lei não o permite o exercício do cargo e sugeriu uma intervenção judicial na equipe mineira para “executar o que for preciso”.

O anúncio

Em sua coluna de domingo, no jornal “O Tempo”, no qual é proprietário, Medioli fez o anúncio. Ele prometeu permanecer ajudando, mas dentro dos parâmetros de permissão da lei.

“O CEO do Cruzeiro será outro. Ficou esclarecido que o estatuto do Cruzeiro me impede de assumir. Aceitei durante 15 dias participar de uma tentativa de resgatar, que me permitiu conhecer a extensão do imbróglio azul e apresentar estratégias e medidas que o verdadeiro CEO, aquele legitimado, poderá usar.Enfim, não posso e não vou assumir, mas não sumir. Darei tudo que posso e a lei me permite”, escreveu Medioli em sua coluna.

O empresário ainda sugeriu uma intervenção judicial na Raposa, para que as mudanças necessária para a reconstrução do clube possam ser realizadas.

“Meu gesto poderia gerar mais instabilidade e problemas ao Cruzeiro. O Cruzeiro precisa de um interventor amparado pela Justiça e com autoridade para executar o que for preciso. Doa a quem doer. O Cruzeiro, já há longo tempo, está sob investigação da polícia e do Ministério Público. Um administrador (CEO) de uma “associação sem fins lucrativos” assume responsabilidades indefinidas, questionáveis, arrisca não apenas ser inócuo em seu esforço, como patético em seus propósitos de salvamento”, completou.

No cargo desde o dia 23 de dezembro, Medioli foi o principal responsável pela revisão de contratos dentro do clube, na definição de mudanças estruturais e também na tentativa de negociar saídas de jogadores.

“Conjunto Frankstein”

Foi assim que o empresário e agora ex-CEO do Cruzeiro, definiu o Estatuto do clube. Segundo ele é algo que defende  “interesses miúdos, mesquinhos e de dominação de grupos”. Medioli sugeriu ainda um novo texto estatutário e a transformação do Cruzeiro em clube-empresa.

“O estatuto do clube é um conjunto Frankenstein de regras que atendem interesses miúdos, mesquinhos e de dominação de grupos. Não atendem a grandeza e solidez de suas finalidades. Privilegia mais o incompetente que se preste a atender interesses inconfessáveis de um estreito grupo. A reconstrução do Cruzeiro passa inevitavelmente pela elaboração de um estatuto coerente e alinhado com a realidade. Melhor ainda se o Cruzeiro se transformasse em empresa, aderindo à lei das Sociedades Anônimas (SAs), sem perder a possibilidade de manutenção do Profut (Refis do futebol) e de isenções tributárias. Isso ocorreu na Europa, mas encontra resistência ferrenha e falta de coragem do governo para dar um basta à cartolagem.”

O clube ainda não possui uma definição de quem será o novo CEO. Nesta segunda-feira, o dia será mais uma vez agitado para o conselho gestor celeste. Além da reapresentação dos atletas, acontecerão também reuniões entre dirigentes, atletas e empresários, para negociação de contratos, saídas e definições de rescisões.

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