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Técnica Simone Jatobá apresenta suas ideias na goleada da Seleção Brasileira Feminina Sub-17 sobre o Peru

Escrete canarinho mostrou bom jogo coletivo e derrotou as peruanas por 6 a 0 na Granja Comary nesta quarta-feira (29); estilo de jogo intenso, boa organização tática e atuações de Kaylane, Duda e Giovanna são as boas notícias da partida

Por Luiz Ferreira em 30/01/2020 20:05 - Atualizado há 10 meses

Adriano Fontes / CBF

Escrete canarinho mostrou bom jogo coletivo e derrotou as peruanas por 6 a 0 na Granja Comary nesta quarta-feira (29); estilo de jogo intenso, boa organização tática e atuações de Kaylane, Duda e Giovanna são as boas notícias da partida

Se a Seleção Brasileira Feminina Sub-20 (comandada por Jonas Urias) mostrou um bom jogo coletivo e uma organização tática que lembrava muito o time principal e as ideias de Pia Sundhage, a equipe Sub-17 não deixou por menos. As nossas meninas golearam o time Sub-20 do Peru por 6 a 0 sem sustos e apresentando uma estratégia interessante para as próximas competições da categoria. Nesse ponto, vale destacar o trabalho da técnica Simone Jatobá no time que entrou em campo na tarde desta quarta-feira (29). As atletas mostraram uma boa dinâmica nas transições ofensivas e bastante organização na saída de bola, sempre com aproximação e passes curtos. Assim como aconteceu com Jonas Urias, existem pontos que coincidem com o trabalho de Pia Sundhage. Mas a impressão que ficou é que Simone Jatobá foi muito feliz ao adaptar e organizar os talentos que tinha à disposição dentro do seu esquema tático.

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Diferente da equipe Sub-20, a Seleção Brasileira Feminina Sub-17 entrou em campo armada num 4-2-3-1 bem definido. As volantes Laura e Kaylane (bastante eficientes na marcação e na saída de bola) encurtavam os espaços logo atrás do trio de meias formado por Luany, Duda e Goiás. Mais às frente, Gica era a única atacante e se movimentava bastante no setor de modo a abrir os espaços para a chegada das companheiras de equipe. O desenho tático e a disposição das jogadoras podia ser diferente, mas a intensidade e a dinâmica na troca de posições no campo ofensivo das equipes principal e Sub-20 também eram facilmente notadas no time comandado por Simone Jatobá. Tudo bem que a Seleção Peruana pecou muito pela falta de compactação e facilitou demais a vida do escrete canarinho dentro de campo. Do mesmo jeito que aconteceu com a equipe brasileira Sub-20 na segunda-feira (27). Com as volantes pisando na área e muita movimentação ofensiva, a Seleção Feminina Sub-17 abriu três gols de vantagem sem muitos problemas no primeiro tempo. Destaque para as boas atuações de Kaylane e Duda.

Seleção Feminina Sub-17 organizado no 4-2-3-1 proposto por Simone Jatobá. Boa movimentação, intensidade nas transições e organização tática quase irrepreensível foram algumas das características da sua equipe. Foto: Reprodução / YouTube / CBF

Se a dinâmica ofensiva da Seleção Feminina Sub-17 foi marcada pela eficiência e pela boa troca de passes, a saída de bola treinada por Simone Jatobá também merece a nossa atenção. Principalmente pelo trabalho feito com as volantes e meias da equipe. Laura, Kaylane, Luany (depois Giovanna), Duda (depois Liana Theodoro) se aproximavam da última linha e ocupavam os espaços de modo a facilitar a vida das zagueiras Patrícia e Isa no passe pelo chão sem apelar para as ligações diretas. Ao mesmo tempo, as laterais Ravena e Ana Clara chegam mais por dentro ou abrem o campo dependendo do lado onde está a bola. Diante disso tudo, o objetivo de Simone Jatobá nesse processo parece bem claro. A ideia aqui é fazer com que seu time diminua espaços e os ocupe de maneira inteligente. Mesmo com a pressão das adversárias, a bola sai limpa de pé em pé, passa pelo meio com qualidade até chegar no ataque. Com a defesa sólida, linhas compactadas e ataque envolvente, o Sub-17 Feminino do Brasil não teve problemas para despachar as peruanas.

Jogadoras próximas umas das outras, passe no chão e calma na saída de bola. O objetivo da técnica Simone Jatobá é manter o passe limpo desde a área da Seleção Sub-17. Com todo o time funcionando bem, a bola chega no ataque com frequência e qualidade. Foto: Reprodução / YouTube / CBF

Assim como ocorreu com a equipe Sub-20 na última segunda-feira (27), a seleção peruana quase não ofereceu resistência para a equipe de Simone Jatobá e não pode servir de parâmero para uma avaliação mais profunda do time Sub-17. Por outro lado, o teste é válido para dar minutos às jogadoras e fazer experiências na formação tática e nas variadas situações que uma partida como essa pode oferecer. Atletas como a lateral Ana Clara (do São Paulo), a zagueira Patrícia (da Chapecoense), as meio-campistas Laura (do Santos), Kaylane (do Vasco) e Duda (do Palmeiras), além das atacantes Luany (do Fluminense) e Gica (do São Paulo) merecem ser observadas com muito mais cuidado e atenção pela comissão técnica e, é claro, por quem acompanha o futebol feminino. Assim como a equipe Sub-20, a geração é extremamente promissora e pode render muitos frutos num momento em que a geração de Marta, Cristiane e Formiga dá seus últimos passos. Nessa questão, a base é extremamente importante para que a Seleção Brasileira como um todo e nossos clubes, é claro, não percam qualidade e se mantenham em alto nível.

O trabalho de Simone Jatobá e Jonas Urias nas equipes brasileiras de base vem se mostrando fundamental para a descoberta de novos talentos e para formar uma cultura de competição nas atletas. Depois de tantas frustrações com comissões técnicas questionáveis, o futuro parece promissor para a Seleção Brasileira. Finalmente.

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