Jogo “maluco” contra a Bolívia escancara problemas defensivos da Seleção Olímpica
Vitória por 5 a 3 acabou marcada pela noite terrível de Robson Bambu, Guga e todo o sistema defensivo brasileiro; atuações de Antony e Paulinho e entrada de Pepê foram as boas notícias da equipe comandada por André Jardine
Vitória por 5 a 3 acabou marcada pela noite terrível de Robson Bambu, Guga e todo o sistema defensivo brasileiro; atuações de Antony e Paulinho e entrada de Pepê foram as boas notícias da equipe comandada por André Jardine
Os problemas defensivos da Seleção Brasileira Sub-23 já haviam sido notados e apontados por este que escreve nas partidas contra o Peru e contra o Uruguai. No entanto, depois da atuação da última terça-feira (28), até mesmo quem não tem o costume de ler e estudar táticas no futebol pôde perceber que o time comandado por André Jardine percisa de ajustes pra ontem. A vitória por 5 a 3 sobre a Bolívia mostrou um Brasil até certo ponto envolvente no ataque (mesmo com a atuação “mais ou menos” de Reinier, substituto de Pedrinho) e uma noite terrível de toda a defesa. Principalmente Robson Bambu e Guga, completamente perdidos na marcação e no posicionamento nos momentos em que o escrete boliviano tinha a bola. O escrete boliviano, por sua vez, fez seu jogo “maluco”, complicou muito a vida da Seleção Brasileira e deixou a certeza de que André Jardine terá que trabalhar muito para fazer sua equipe jogar o futebol de acordo com aquilo que vem treinando nesses últimos dias.
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A Seleção Olímpica não encontrou muitas dificuldades para chegar na área boliviana. Aliás, a marcação (quase homem a homem) do adversário desta terça-feira (28) facilitou muito esse processo. Em noite inspirada, Paulinho e Antony (os “pontas” do 4-2-3-1 de André Jardine) infernizaram a vida dos zagueiros adversários com muita movimentação pelos lados do campo e cortando para o meio para concluir a gol. Tanto que o primeiro gol brasileiro na partida saiu de cruzamento de Paulinho da linha de fundo e completado por Antony. No mais, Bruno Guimarães e Matheus Henrique qualificavam a saída de bola e acionavam o quarteto ofensivo com bom passe e visão de jogo que eu e você já conhecemos. Ao mesmo tempo, os laterais Guga e Caio Henrique tinham liberdade para aparecer por dentro para ajudar na construção das jogadas. No entanto, se a Seleção Olímpica conseguia chegar no ataque com certa facilidade, os problemas na defesa fariam com que a equipe passasse por sufocos desnecessários.
Seleção Olímpica armada no 4-2-3-1 com Bruno Guimarães armando o jogo, Guga aparecendo por dentro, Antony e Paulinho abrindo o campo e Matheus Cunha e Reiner aparecendo por dentro. O Brasil tinha facilidade para chegar no ataque, mas acabou sofrendo demais na defesa. Foto: Reprodução / SporTV
A Seleção Olímpica tem jogadores de característica ofensiva. Gostam de ficar com a bola e de chegar no ataque. Foi notando isso que a Bolíva adiantou seus laterais (Quinteros e Roberto Fernández) para explorar uma cratera gigante entre os defensores brasileiros e o meio-campo. O ataque boliviano (principalmente Vaca e Ábrego) circulavam bastante por ali e criaram as principais chances da equipe comandada por César Farias. Ao mesmo tempo, a defesa brasileira teve a sua pior atuação no Pré-Olímpico. Robson Bambu errou tudo que tentou, Guga se mostrou completamente perdido na cobertura, Caio Henrique perdeu bolas bobas e o goleiro Ivan se enrolou várias vezes para sair jogando com os pés. Faltava concentração para fazer a linha de impedimento e coordenação nos movimentos e compactação entre as linhas para não expor a zaga. Problemas que merecem a atenção de André Jardine para a sequência da competição e para o quadrangular final, onde o nível de exigência deve ser muito mais alto do que o que eu e você vimos na fase de grupos.
Todos os problemas defensivos da Seleção Olímpica foram expostos pela Bolívia na partida desta terça-feira (28). Robson Bambu e Guga erraram praticamente tudo o que tentaram e a última linha sofreu com a falta de compactação da equipe comandada por André Jardine. Foto: Reprodução / SporTV
As atuações irregulares da Seleção Brasileira Sub-23 nas três partidas do Pré-Olímpico criaram dilemas para o técnico André Jardine. O treinador deseja que sua equipe jogue sempre com linha defensiva adiantada, saída de bola curta e participação de todos na construção das jogadas. Incluindo o goleiro Ivan. E pelas últimas entrevistas coletivas, o treinador da Seleção Olímpica não pretende mudar seu estilo de jogo e terá que escolher entre continuar correndo riscos com jogadores que não rendem dentro dessa sua estratégia ou mudar as peças. Pepê sempre correspondeu quando entrou em campo. Reinier segue devendo. Bruno Fuchs é um nome que pode brigar por uma vaga no time titular na vaga de Robson Bambu. Independente daquilo que acontecer na sequência do Pré-Olímpico, o técnico André Jardine tem muito a corrigir na Seleção Sub-23 em todos os setores. Desde os problemas na defesa, passando pela compactação no meio-campo e até no ataque, onde seus jogadores mostraram muita habilidade, mas seguem desperdiçando várias chances de marcar.
O próximo compromisso da Seleção Brasileira no Pré-Olímpico será o jogo contra o Paraguai, marcado para a próxima sexta-feira (31), pela última rodada da fase de grupos. Será uma ótima oportunidade para André Jardine encontrar soluções para os muitos problemas da sua equipe.
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