Dadá Maravilha foi um dos mais folclóricos jogadores do futebol brasileiro. Atuou em vários clubes, foi artilheiro, ganhou títulos e criou algumas frases que ficaram gravadas na memória das pessoas
Dario José dos Santos nasceu no dia 14 de março de 1946, no Rio de Janeiro. Filho de um casal humilde (o pai era operário e a mãe doméstica), morava numa pequena casa na companhia de mais dois irmãos. Quando tinha cinco anos, perdeu a mãe que, depois de atear fogo na casa, cometeu suicídio. O pai sem condições de criar os filhos sozinho, encaminhou-os para um reformatório. O ex-jogador, como ele mesmo faz questão de dizer, já frequentou o mundo do crime quando jovem e que encontrou no futebol, a única saída pra mudar de vida.
“O futebol me salvou porque eu fui bandido. Quando fiz assalto em uma mercearia, eu saí correndo em zigue-zague e o outro cara, meu parceiro de roubo, correu reto, o cara meteu uma bala e ele morreu. Eu já estava jurado de morte. Falei ‘Não tem mais o que fazer, vou largar isso’. Eu larguei a bandidagem e comecei a jogar“, declarou Dadá ao blog da ESPN.
Mesmo sem ser um jogador técnico, atuou em grandes clubes do Brasil. No Atlético Mineiro foi campeão brasileiro em 1971. No Internacional de Porto Alegre, foi campeão em 1976. Sagrou-se campeão do mundo pela seleção brasileira, em 1970, quando foi reserva. Foi três vezes artilheiro do campeonato brasileiro. Em 1971 marcou 15 gols jogando pelo Atlético Mineiro; em 1972, também jogando pelo galo, marcou 17 gols e em 1976 jogando pelo Internacional, marcou 16 gols. Não conseguiu realizar um sonho: defender o Sport Club Corinthians Paulista.
Dadá foi um cigano do futebol, jogou em 17 clubes. Em 19 anos de carreira atuou nas seguintes equipes: Campo Grande (67-68), Atlético-MG (68-72, 74, 78-79), Flamengo (73-74), Sport (74-75), Internacional (76-77), Ponte Preta (77-78), Paysandu (79), Náutico (80), Santa Cruz (81), Bahia (81-82), Goiás (83), Coritiba (83), América-MG (84), Nacional-AM (84-85), XV de Piracicaba (85), Douradense-MS (86) e Comercial de Registro-SP (86).
Dadá maravilha além dos gols, deixou frases que se tornaram folclóricas. “Somente três coisas param no ar: o beija-flor, o helicóptero e eu.” “Não existe gol feio, feio é não fazer gol.” “Com Dadá em campo não tem placar em branco.” “Não me venham com a problemática que eu tenho a solucionática.”
Atualmente mora em Belo Horizonte, e tornou-se uma celebridade local. Segundo matéria publicada no site da UOL, há algumas particularidades na rotina do ex-jogador: vive sozinho em um apartamento, não usa a internet e não sabe usar a senha do wi-fi; não sabe programar a máquina de lavar; quando não está fora de casa, é no seu apartamento que costuma ficar; da televisão, só gosta de lutas de MMA. A mesma matéria também informa que Dadá é comentarista do programa Alterosa Esporte, da TV Alterosa/ SBT. Com a costumeira espontaneidade , conversa com jogadores e no programa exibido no dia 01 de fevereiro de 2019, recebeu homenagem do jogador Ricardo Oliveira.
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