Talvez como nenhum outro clube no Brasil, o Inter tem motivos de sobra para se orgulhar desta sexta-feira, 20 de novembro, o Dia da Consciência Negra. Lá atrás, quando o futebol ainda engatinhava, o time gaúcho foi um dos primeiros do Brasil a aceitar negros no elenco, a partir de 1928, e pouco mais de uma década depois, encantava o país com o Rolo Compressor – apelido dado ao time colorado da década de 40, formado em sua maioria por negros, e que venceu oito estaduais em nove disputados.
O Clube do Povo cresceu, ergueu um estádio sobre o Guaíba, levou suas conquistas para o cenário nacional e, mais recentemente, tornou-se Campeão de Tudo sem nunca abandonar as origens humildes, marcadas pela bravura em campo e pelo amor incondicional da torcida. Para celebrar esta data, o Torcedores.com relembra, abaixo, 10 negros históricos que deixaram sua marca no Internacional.
Tesourinha: Formava ao lado de Rui e Carlitos o mortal ataque do Rolo Compressor, que triturou todos os adversários que ousaram passar pela frente na década de 40. Embora tivesse características de um belo centroavante, Tesourinha virou ponta-direito para poder atuar com Carlitos, até hoje o maior goleador da história do clube. As grandes atuações de Tesoura no Rolo Compressor o levaram à Seleção.
Escurinho: Bicampeão brasileiro pelo Inter em 1975 e 1976, Escurinho era uma espécie de talismã no lendário time colorado da década de 70. Ele costumava entrar no decorrer do jogo e decidir as partidas, normalmente com cabeçadas indefensáveis, sua principal arma. A identificação de Luiz Carlos Machado, o Escurinho, com o Inter, vem desde sua infância. Torcedor apaixonado do clube, ele entrou para as categorias de base logo aos 11 anos. Na época que antecedeu a construção do Gigante da Beira-Rio, costumava ir ao terreno como se pudesse, desde então, passar toda a sua energia positiva à casa colorada.
Dadá Maravilha: “Não existe gol feio, feio é não fazer gol”. E Dadá fazia. E como. O centroavante que “parava no ar” foi fundamental na conquista do brasileirão de 1976, tendo marcado o primeiro gol da final, na vitória de 2 a 0 sobre o Corinthians.
Valdomiro: Poucos jogadores se misturam tanto com a história do Inter como Valdomiro Vaz Franco. Ponta-direito clássico, o jogador iniciou sua carreira no clube em 1968 e parou também no Beira-Rio, em 1982. É dele a cobrança de falta perfeita para o gol iluminado de Figueroa contra o Cruzeiro no Brasileirão de 1975 – primeiro dos três títulos do Inter.
Claudiomiro: Para Claudiomiro Estrais Ferreira, valeu a pena ter chegado ao Inter com somente 13 anos. Algumas eras depois, marcaria o seu nome de vez na história do clube ao fazer o primeiro gol da história do Beira-Rio, em 1969, no duelo de inauguração contra o Peñarol, do Uruguai. Ganhou seis gauchões pelo Inter e foi o dono incontestável da camisa 9 entre 1967 e 1973.
Jair: Jair Gonçalves Prates, meia-atacante de enorme qualidade, foi parte ativa nos três campeonatos brasileiros vencidos pelo Inter na década de 70. No primeiro deles, em 75, foi uma espécie de curinga, entrando em alguns jogos. Em 76, no ano do octacampeonato estadual colorado, a ótima parceria com o “Rei Dadá” rendeu a Jair o justificado apelido de “Príncipe”, como até hoje é lembrado. Nas conquistas nacionais de 76 e 79, esta de forma invicta, Jair foi peça chave para o Internacional.
Célio Silva: O “canhão” do Beira-Rio era sinônimo de liderança, raça e entrega na defesa colorada. De 1991 a 1993, ele honrou o manto vermelho e foi autor do gol do título da Copa do Brasil de 1992, até hoje a única conquista do Inter neste torneio. Na oportunidade, ele converteu um pênalti no duelo contra o Fluminense. Chutou mais o chão do que a bola, mas a rede balançou e a taça ficou no armário.
Christian: Em uma época de vacas magras no Beira-Rio e de vitórias expressivas do rival, o centroavante Christian era uma das raras esperanças de felicidade para o torcedor colorado. Dono de um cabeceio mortal e de um invejável poder de finalização, o camisa 9 deixou o seu nome na história do clube e até hoje é extremamente querido pela torcida.
Tinga: Ainda que tenha surgido no maior rival, foi pelo Inter que Tinga chegou ao seu grande momento na carreira e encontrou sua verdadeira casa. Motorzinho do incrível time de 2005/2006, o volante foi o autor do gol do título da Libertadores de 2006, até então inédito para o clube. No bicampeonato em 2010, lá estava Tinga de novo.
Luiz Adriano: Formado nas categorias de base do Beira-Rio, Luiz Adriano teve uma chance de ouro na disputa do Mundial de Clubes de 2006 e não decepcionou. No primeiro jogo, foi o autor do gol da vitória que colocou o time na final diante do Barcelona de Ronaldinho Gaúcho. Na grande decisão, Luiz não se intimidou e teve participação no gol histórico de Adriano Gabiru.
Crédito da foto principal: Divulgação/Inter.