Home Futebol Viola: o moleque do Elisa Maria que ganhou o mundo

Viola: o moleque do Elisa Maria que ganhou o mundo

Sandro Varela
Colaborador do Torcedores.com e amante do automobilismo.

Paulo Sergio Rosa Barroso, o Viola, nasceu em São Paulo em 1º de janeiro de 1969 e desde criança já aprontava das suas no bairro Jardim Elisa Maria, na zona Norte de São Paulo. O apelido com o qual ele foi consagrado no mundo da bola veio de uma chuteira do mesmo nome e que era muito barata e que se desgastava rápido.

O equipamento, apesar de ter qualidade baixa, ajudou o jovem a conseguir um lugar nas categorias de base do Corinthians e em 1988, ele aprontou a primeira grande molecagem de sua carreira, uma que até hoje agrada a Fiel Torcida. Em jogo realizado na cidade de Campinas, ele foi escalado pelo então treinador Jair Pereira e foi para o jogo contra o Guarani, na decisão do Campeonato Paulista. Viola estrou em campo com duas camisetas no corpo e na prorrogação, um chute de Wilson Mano bateu na zaga e seu faro de artilheiro deu o ar da graça em alto estilo. Um leve bico com o pé esquerdo venceu o goleiro Sérgio Neri e decretou a vitória corintiana por 1 a 0. A camisa sobressalente foi jogada para a torcida na festa do gol.

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Depois, ele foi emprestado para o São José e para o Olímpia, ambos do interior de São Paulo para ganhar experiência e em 1993 ele aprontou mais uma traquinagem que agradou a Fiel. No primeiro jogo da decisão do Paulistão daquele ano, ele aproveitou a cobrança de falta de Neto e empurrou com o pé esquerdo para o fundo da rede de Sérgio. Na comemoração, ele imitou um porco, o que gerou demonstrações de amor dos corintianos e ódio dos palmeirenses, embora sempre tenha corrido à boca pequena a história de que Viola era torcedor do Palmeiras quando criança. No jogo seguinte, ele não conseguiu jogar bem e viu o alviverde fazer 4 a 0 (3 a 0 no tempo normal e 1 a 0 na prorrogação) e ficar com o título.

As boas participações no Brasileirão de 1993 e Paulistão de 1994 renderam sua convocação para a Seleção Brasileira, que jogou a Copa do Mundo de 1994, disputada em gramados dos Estados Unidos, e a molecagem da vez foi a favor do time canarinho. Viola só entrou em campo na final contra a Itália e ele não se intimidou, partiu para cima da “Squadra Azurra” e esteve perto de fazer um gol. O jogo terminou empatado em 0 a 0 e depois, o Brasil venceu a Itália nos pênaltis, conquistando o tetracampeonato.

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Voltando da copa, o regresso ao alvinegro do Parque São Jorge e lá, a Copa Bandeirantes e o vice-campeonato Brasileiro, perdendo na final para o Palmeiras. Em 1995, ele foi peça importante na conquista da Copa do Brasil, diante do Grêmio (RS) na final e do Paulistão sobre o Verdão. Após estas decisões, Viola foi negociado com o Valência (ESP), mas sua passagem por lá durou muito pouco, pois ele diz não ter se ambientado à comida e que se alimentava apenas de biscoitos. No meio do ano de 1996, ele desembarcou no alviverde e ficou até 1998 e fez alguns gols, incluindo um sobre o Corinthians, no qual imitou um gavião devolvendo a gentileza da zoeira com a agremiação rival.

Em 1998, ele desembarcou no Santos e no time de Vila Belmiro, além da fama de matador, ele ajudou muito a conquistar o título da Copa Conmebol e ainda foi artilheiro do Brasileirão. Em 1999, ele assinou com o Vasco, onde foi campeão da Copa João Havelange e da Mercosul, em 2000. No ano de 2001, ele voltou a jogar no Santos e em 2002 rumou para a Turquia, onde defendeu o Gaziantepspor (TUR). Dali, ele acabou se tornando um cigano da bola, passando por Guarani, Bahia, Flamengo (não jogou, apenas assinou contrato), Juventus, Uberlândia, Duque de Caxias, Angra dos Reis, Resende, Brusque, Morrinhos, Pesqueira, Grêmio Osasco, Tanabi e atualmente joga no Taboão da Serra.

Contudo, ele sempre será lembrado pelo jeito moleque e irreverente de jogar e festejar seus gols.

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Foto: Reprodução/YouTube

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