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Ediglê, que na atual temporada defendeu o Fast Clube, de Manaus, sagrou-se campeão da Libertadores e do Mundo em 2006 pelo clube gaúcho, e o carinho que guarda por esses momentos é tão grande que ele não titubeia em afirmar que, no Beira-Rio, viveu o ápice da carreira.
O ano era 2005 e o Inter se aproximava do primeiro objetivo da temporada: o título gaúcho. Antes disso, seria necessário bater o XV de Novembro na grande final. E os colorados sentiram que a tarefa não seria fácil quando olharam para o adversário e viram um zagueiro de cabelo meio encaracolado e com cara de nenhum amigo. O resto, ele mesmo conta.
“São ótimas as lembranças de 2005. Perdemos o Gauchão para o Inter, mas eu fui eleito o melhor zagueiro jogando pelo XV de Novembro. Fui para o Beira-Rio e acabei devagarinho conquistando o meu espaço. Muricy era o treinador e me deu muita confiança. Fiz minha estreia contra o Fortaleza, fora de casa, fiz uma boa partida e ganhamos o jogo. Fizemos uma grande campanha naquele ano e só perdemos por causa da máfia da arbitragem”, conta Ediglê, em entrevista exclusiva ao Torcedores.com.
Máfia do Apito atrapalha os planos e frustra os jogadores
Ediglê faz uma ressalva interessante, que merece mais linhas. O Inter liderava o Brasileirão de 2005 quando estourou a chamada “Máfia do Apito” – esquema de manipulação de resultados que envolvia o árbitro Edílson Pereira de Carvalho. Pressionado, o STJD, então presidido por Luiz Zveiter, acabou anulando as 11 partidas da Série A apitadas pelo juiz comprado, o que beneficiou imensamente o Corinthians, que havia perdido os dois jogos sob comando dele.
“Recebemos a notícia da anulação com um desânimo total. Estávamos na concentração para o jogo em casa contra o Fluminense e ficamos revoltados, até porque fazia tempo que o Inter não ganhava nada e éramos cobrados pelos nossos torcedores”, acrescenta o zagueiro. Na véspera de pegar o Flu, o Inter dormiu líder com 51 pontos, e acordou em segundo com 48 atrás do Corinthians, que mantinha os seus 50.
Carinho pelo Inter e Perdigão sem dente
Grande parte do grupo colorado que participou da campanha de 2005 se manteve para o ano seguinte. Em 2006, os ventos pararam de soprar contra e empurraram o Inter às suas maiores glórias. E Ediglê estava lá.
“Tive alegrias em outros clubes, mas em nenhum deles ganhei Libertadores e Mundial, então digo que o período no Beira-Rio foi o ápice da minha carreira. Fiz grandes amigos naquela época e até hoje mantenho contato com alguns, como Iarley, Clemer, Rubens Cardoso, Wilson, Sangalletti, Ceará, Índio, Perdigão, entre outros”.
Por falar em Perdigão, não poderia faltar uma história bizarra envolvendo o folclórico meio campista. Com Perdigão de protagonista, um Gre-Nal como cenário e Ediglê de narrador, é impossível não rir. Aspas para ele:
“Era antes de um Gre-Nal e o Grêmio tinha o Patrício, nosso amigo do XV de Novembro. Aí o Perdiga falou na semana que tínhamos que respeitar ele. Pura resenha. Chegou no jogo, o Patrício foi dividir uma bola com o Perdigão e sem querer quebrou um dente dele. Olhei para o Perdiga e ele estava banguelo! Aí olhei para o outro lado e vi o dente perdido no meio do gramado. Apontei para o Perdigão onde estava e ele deu um pulo para pegar o dente que parecia o Clemer no gol”, se diverte Ediglê.
Depois desse dia, o zagueiro conta que todos os jogadores do Inter passaram a chamar Perdigão de “Dente de Leite”. Histórias de um grupo que deixou saudades entre si, mas, principalmente, para os torcedores.
Crédito da foto: Arquivo/Internacional Oficial.