Dunga é um dos símbolos da história da seleção brasileira. Depois de ser duramente criticado na derrota em 1990, ergueu a taça do tetracampeonato em 1994 e ainda foi vice em 1998.
Logo após a frustração na Copa do Mundo da França, resolveu voltar para o clube de coração onde iniciou sua trajetória no futebol. Em 1999, assinou com o Internacional.
Porém, teve uma temporada de altos e baixos no Beira-Rio, em que perdeu a condição de titular absoluto.
Ao recordar da histórica goleada sofrida para o Juventude por 4 a 0 em pleno Beira-Rio na semifinal da Copa do Brasil, Dunga resumiu, no documentário Brasil vs Dunga – Futebol em Pé de Guerra: “Caiu o mundo”.
Leão barrou Dunga no Internacional
Assim, recordou quando Emerson Leão assumiu o Internacional na reta final do Brasileirão de 1999, com o Colorado ameaçado de rebaixamento. O técnico, que dirigiria a seleção brasileira a partir do ano seguinte, decidiu tirar o Capitão do Tetra do time.
“Esse treinador quando chegou aqui, a primeira coisa que ele falou pra mim, não me viu, olhou na minha cara e falou: ‘Os caras falam que tu não tá bem fisicamente. E pelo teu nome ou tu joga ou tu fica em casa. E nesse momento tu vai ficar em casa’. Tudo bem”, relatou Dunga, sem mencionar o nome de Leão.
O camisa 8 ficou de fora dos jogos seguintes do Internacional sob o comando do ex-goleiro. Em reportagens da época, Dunga protestou diante do estilo autoritário do treinador, acusando Leão de não ter diálogo.
A volta de Dunga ao time colorado aconteceria restando três rodadas para o término da competição.
“O Inter não pode cair, aí fizeram uma reunião. Os caras falaram: ‘Se nós cairmos sem o Dunga, vai sobrar pra nós. Se a gente cair com o Dunga, vamos repartir a responsabilidade”, contou.
O gol salvador contra o Palmeiras no Beira-Rio na última rodada, que livrou o Internacional da queda em 1999, seria marcado de cabeça pelo próprio Dunga. “O homem lá de cima, os anjos ajudam. Quem faz o gol pra salvar o Inter?”, brincou.
Justificativa de Leão
Em entrevista recente para o jornalista Duda Garbi, Emerson Leão alegou uma limitação física de Dunga, o que fez o ex-goleiro tomar a decisão polêmica de barrar o camisa 8 assim que desembarcou em Porto Alegre.
“Ele jogava mais com a inteligência do que com o vigor físico, já. E eu tinha um jogador meio escurinho, jogava no meio de campo junto com ele, o Claiton. Tinha um problema na vista. Ele com um olho só jogava bem. Comigo ele jogou maravilhosamente bem, eu falei: ‘Você corre por ele'”, declarou Leão.
Ao repercutir o gol da vitória de Dunga que salvou o Internacional da queda para a segunda divisão em 1999, Emerson Leão foi categórico: “O gol salvou, mas quem salvaram foram todos”.