Aguerrido e entregando o máximo nos duelos, Zé Elias virou referência na posição de volante. Mesmo que, na atualidade, o número de atletas com forte poder de marcação tenha diminuído, Zé Elias acredita que três nomes ainda mantêm a essência da função no futebol brasileiro. Neste cenário, Aníbal Moreno, Raniele e André foram citados como jogadores donos de um estilo “raiz” à frente da zaga.
“Eu gosto muito do Aníbal, do Palmeiras. Eu acho ele muito bom jogador. É um cara que é muito bom na marcação. Tem o Raniele, do Corinthians, e o André, do Fluminense, que também chega forte pra caramba.”, disse ao “Fala Tudo Talk Show“.
Sem aliviar para os adversários, Zé Elias garantiu que jamais foi desleal. Além disso, houve uma sinalização de que a missão de anular nomes como Zidane e Rivaldo era muito mais difícil em relação aos dias atuais.
“Eu era duro, mas não desleal. Eu não gosto de perder. Isso me transformou nesse jogador de estar sempre brigado e não aceitar decisões erradas. Eu sempre fui muito forte fisicamente, treinava muito. Toda terça-feira corria 14km. Quando chegava no campo, voava.”
“Eu só marcava Rivaldo, Zidane, Baggio, Marco Antônio Boiadeiro, Edilson… só os grandes jogadores porque existia o número 10 na época. Os caras colocavam o melhor marcador para não deixar jogar. Eu era bruto. Quando eu chegava atrasado, era forte. Mas é diferente de entrar na maldade, quebrar a perna, dar soco… isso eu não fazia.”, contou.
Zé Elias elege jogador mais difícil que marcou
Especialista na marcação, Zé Elias costumava sofrer nos duelos contra Zidane. Isso porque o francês sabia lidar com o jogo de corpo dos volantes, motivo pelo qual conter o carrasco do Brasil em duas Copas do Mundo era bastante complicado.
“Zidane, Verón, que era chato… ele não carregava a bola, dava dois toques. Você não cria referência. Ele toca e se movimenta, era difícil. Tem um cara que era gênio, Boban. Jogava só com dois toques. Um dos piores era o Zidane, você não sabia o que ele ia fazer. Mesmo marcado, ele escorava e dominava a bola. Quando olhava, ele puxava a bola. Para mim, o Zidane foi o mais difícil.”, relatou.