A jornalista Milly Lacombe, em sua coluna no UOL Esporte, chamou os jogos da seleção brasileira, contra Inglaterra e Espanha, em Wembley e no Santiago Bernabéu, de “fracasso sob muitos aspectos.”
O primeiro ponto citado por Milly Lacombe foi Endrick, que tem sido vangloriado por seus gols na vitória por 1 a 0 sobre os ingleses e no empate por 3 a 3 com os espanhois. Para ela, isso significa que a saída de jovens ainda menores de idade para a Europa está cada vez mais normalizada.
“Endrick é gênio, berram todos sem questionar o absurdo de um atleta como ele sair do Brasil aos 18 anos para, quem sabe, voltar no fim da carreira. A perda de jovens craques geniais está absolutamente naturalizada”, destacou a jornalista em sua coluna.
As ações da CBF na Espanha e jogos “para o gasto”
Ainda para Milly Lacombe, o que a CBF fez na Espanha no amistoso marcado para ser uma homenagem a Vinícius Júnior, vítima de racismo no mesmo país, foi pouco – ou praticamente nada.
“A CBF foi até a Espanha jogar mesmo diante de toda a omissão que o país vem adotando em relação aos casos de racismo contra Vini Jr. A CBF escolheu a Espanha. Aí, imaginamos que – talvez quem sabe – a empresa que comanda o futebol brasileiro fosse desembarcar e desfilar por lá contundentes ações antirracistas. Não. Não teve nada disso”, lembrou a jornalista, citando a coletiva que terminou em lágrimas de Vinícius Júnior.
“Teve a coletiva de Vini, um erro, teve um agasalho todo preto, teve videozinho com mensagem clichê com o nome dos patrocinadores bem estampados no final. “Uma só pele”, dizia o vídeo. Como assim “uma só pele”? É justamente por não ser “uma só pele” que tudo isso está acontecendo. Quem não vê raça não pode ver racismo.”
Ela ainda deixou claro que as atuações também não agradaram tanto e foram apenas “para o gasto” contra Inglaterra e Espanha.
“Me desculpem os mais emocionados com esses dois amistosos, mas eu não consigo separar o que aconteceu nas coletivas e nos bastidores com o futebol que vimos em campo. E, a bem da verdade, se melhoramos em competitividade não é sequer possível dizer que jogamos bem”, cravou Milly Lacombe, que concluiu:
“Jogamos para o gasto e isso, para uma seleção que ainda se acha a maior do planeta, é bem pouco.”