Comentarista foi mais um a criticar os atos racistas contra Vinícius Júnior na Espanha e defendeu respostas do brasileiro
O comentarista Paulo Vinícius Coelho, o PVC, em sua coluna do UOL Esporte, detonou as atitudes racistas de espanhois contra Vinícius Júnior e se solidarizou após o atacante brasileiro chorar em entrevista coletiva da seleção brasileira, que entra em campo na terça (26) em amistoso justamente contra a Espanha.
Vinícius não escondeu a emoção ao revelar que tem perdido a vontade de jogar futebol.
“É por isso que Vinicius fala. E, mais cruel, por isso é perseguido. Vinicius também disse que quanto mais denuncia, mais crescem as injúrias”, citou PVC em sua defesa do brasileiro.
O comentarista disse ainda que Vinícius Júnior não é o único a sofrer racismo, mas explicou porque ele é o mais atacado.
“Vinicius e Rudiger foram vítimas de racismo. Vinicius Júnior em escala muito maior. E por quê? Porque ele fala. Porque põe o dedo na ferida. E tem de pôr mesmo”, defendeu PVC.
“O que os racistas da Espanha esperam? Que os jogadores se comportem como craques de estimação, que entram em campo, dão alegria, marcam gols e voltam para seus lugares confortáveis, que os dirigentes brancos lhes oferecem? É óbvio que não! Vinicius não tem de jogar calado como se fosse um craque amestrado.”
Veja o que disse Vinícius Júnior na entrevista coletiva
Na coletiva, Vinícius Júnior não escondeu a tristeza com o momento que vive na Espanha. Segundo ele, a luta é por ele e também por seus familiares, especialmente seu pai e seu irmão.
“É cada vez mais triste. Cada vez eu tenho menos vontade de jogar. Acredito que seja muito triste tudo que eu venho passando a cada jogo, a cada dia, a cada denúncia vai aumentando. É muito triste, não só eu, mas todos os negros que sofrem no dia a dia. O racismo verbal é minoria perto de tudo que os negros passam no mundo”, disse Vini Jr.
“Meu pai sempre teve dificuldade por ser negro. Entre ele e um branco, sempre vão escolher um branco. Tenho lutado bastante por tudo que tem acontecido comigo. É desgastante por estar meio sozinho. Já fiz tantas denúncias e ninguém é punido, nenhum clube é punido. A cada dia, luto por todos que passam por isso. Se fosse só por mim e pela família, não sei se continuaria. Mas fui escolhido para defender uma causa bem importante e que eu estudo a cada dia para que no futuro meu irmão de cinco anos não passe pelo que estou passando.”