Jornalista detona “parças” dos condenados por abuso sexual, que se aliam muitas vezes por interesses financeiros e somem quando a situação complica.
Nos últimos dias, as prisões de Daniel Alves e Robinho ganharam bastante destaque na mídia esportiva e policial e alguns dos principais comentaristas deram suas opiniões sobre os casos. Milton Neves, não deixou o assunto de lado e deu sua visão sobre a prisão do ex-atacante do Santos, além de fazer uma recomendação a todos os jogadores brasileiros.
Para o comentarista, os atletas se rodeiam de “parças”, amigos de infância que nem sempre são os melhores conselheiros, mas deveriam ter proximidade com amigos de verdade, aqueles que “puxam a orelha” quando necessário.
“Que isso tudo sirva de aviso para aproximadamente 87% de nossos deslumbrados boleiros. Eles precisam, urgentemente, se livrar desses tais ‘parças’, que são mestres em apenas puxar o do ‘patrão’ (sim, pois são ‘amigos remunerados’)”, escreveu Milton Neves em sua coluna no UOL Esporte.
“Nossos craques precisam urgentemente de amigos que lhe deem enormes puxões de orelhas. E, claro, de familiares que também tenham bom senso, já que tem muitos por aí que também só querem saber de ‘mamar nas tetas’ do milionário parente”, completou.
Milton Neves ainda citou quatro jogadores que serviriam de exemplo a Robinho, Daniel Alves e aos demais craques do futebol brasileiro, e que nunca se destacaram nas páginas policiais.
“Alguém já viu Tinga, Zé Roberto, Kaká ou Caio Ribeiro, entre tantos outros, envolvidos em situações terríveis como essa? Nunca! Mão na consciência, boleirada! Chega de estragar a vida de terceiros e as suas também!”, finalizou o jornalista.
Silêncio da comunidade do futebol sobre Robinho
A fala de Milton Neves faz eco às críticas cada vez maiores não apenas às atitudes displicentes e até mesmo criminosas de jogadores, mas também ao verdadeiro silêncio por parte da comunidade do futebol frente a um assunto de importância nacional.
Poucos foram os atletas que se manifestaram, no mais, coube às jornalistas e comentaristas mulheres debaterem a respeito.
Leila Pereira, presidente do Palmeiras e chefe temporária da delegação da seleção, foi uma, senão a única, voz do alto escalão do futebol brasileiro que criticou a falta de posicionamento de jogadores e até mesmo da CBF, entidade máxima do futebol nacional.
Em entrevista ao UOL Esportes, Leila salientou que os recentes casos de Robinho e Daniel Alves são “um tapa na cara de todas as mulheres” e emendou que “ninguém fala nada, mas eu, como mulher aqui na chefia da delegação da seleção brasileira, tenho de me posicionar sobre os casos”.