O futebol perdeu Mário Jorge Lobo Zagallo. O ex-jogador e consagrado técnico morreu aos 92 anos nesta sexta-feira (05), se tornando uma das maiores lendas do esporte brasileiro e mundial. Em entrevista para o ge.globo, Galvão Bueno comentou a partida do Velho Lobo.
Na opinião do narrador, Zagallo tinha uma capacidade inigualável de proporcionar o bem para o futebol. Galvão destacou que o quatro vezes campeão mundial pela seleção brasileira ajudou a revolucionar o esporte desde os tempos de ponta-esquerda, na Copa do Mundo de 1958.
“Em campo, ele criou um novo desenho para o futebol mundial: o “formiguinha”. Ele fazia o papel do atacante, mas ele voltava, ocupava e preenchia o meio-campo. Isso mudou a história do futebol”, analisou Galvão Bueno.
O locutor esportivo recordou o pensamento de Pep Guardiola, ressaltando a inspiração do consagrado técnico espanhol em Zagallo. Galvão reproduziu as palavras do treinador do Manchester City, de que seu pai e avô contavam como a seleção brasileira de 1970 foi montada e sobre como o escrete canarinho jogava com o Velho Lobo.
“(O trabalho de Guardiola) é inspirado naquilo que o Zagallo criou no futebol. Nesse aspecto não é necessário dizer mais nada”, definiu o narrador.
Galvão citou última vez em que viu Zagallo
Sobre o temperamento de Zagallo, Galvão Bueno o considerou um ser humano admirável. O ex-narrador da Globo lembrou quando o técnico foi às lágrimas numa entrevista durante a Copa do Mundo de 1998. Mas reconheceu que o Velho Lobo era ranzinza algumas vezes. “Quem nunca?”, divertiu-se.
Por fim, Galvão Bueno lembrou do último encontro que teve com Zagallo, nos desfiles das escolas de samba na Marquês de Sapucaí. “Ele já tinha uma dificuldade de ficar de pé e eu o abracei. Choramos juntos”, emocionou-se.