Em entrevista a podcast, o ex-jogador relembrou a carreira e destacou as peculiaridades da posição, indicando riscos de ‘perder talentos’ brasileiros por falta de preparo
Fernando Prass, ex-jogador de Palmeiras, Vasco e Grêio, entre outros clubes, foi convidado do ‘Charla Podcast‘ e apontou peculiaridades na formação de goleiros e ‘problema crônico’ no futebol brasileiro.
Ao relembrar as etapas de sua carreira, o ex-jogador destacou as diferenças de se desenvolver na posição. De acordo com Fernando Prass, a formação de goleiros tem duas características distintas, que podem prejudicar o profissional se não foram levadas em consideração.
“O atacante, ele entra, o volante… Quanto mais para trás, é mais complicado, é menos erro. Ele entra, ele pode errar, ele pode oscilar, ele pode fazer um jogo horrível, ele pode eprder cinco gols, pode falhar e fazer um. O goleiro, se ele entre e toma três frangos, ou um frango, já era”, afirmou o ex-jogador. De acordo com Fernando Prass, os atacantes têm menos cobrança quanto aos erros do que os goleiros.
“Ele (atacante) pode ser mais inconstante, ele pode estar mais ‘verde’. O goleiro, não. O goleiro, se estiver ‘verde’, cara, às vezes a gente acaba perdendo um grande talento porque botam no momento errado e o cara fica taxado, marcado, fica com uma marca muito grande”, avaliou Fernando Prass.
Além de ‘problema crônico’ na formação de goleiros, Fernando Prass indicou dois motivos para goleiros amadurecerem mais tarde no Brasil
O ex-jogador que se destacou na posição ao longa da carreira ainda deu pitaco acerca da faixa etária dos atletas com a função no futebol brasileiro. Segundo Fernando Prass, a menor frequência de jogos dos goleiros em início de trajetória e puco rotatividade na posição.
“Por dois motivos: um, porque ele joga menos do que o jogador de linha. O jogador de linha pode ir entrando aos poucos, como o Endrick. Eles amadureceram, o Palmeiras amadureceu o Endrick. Goleiro não faz isso”, disse o ex-jogador.
“Outro ponto: goleiro só joga um, né. Então, tu tem que ter mais paciência para esperar oportunidade”, afirmou Prass. Após citar Endrick, que passou por processo de amadurecimento no Palmeiras alternando sequência de jogos e períodos sem ir a campo, Fernando Prass apontou que goleiros precisam ter mais maturidade.
“É por isso, também, que eu acho que goleiro demora um pouco mais para jogar. Porque ele tem que estar mais maduro do que o atacante”, declarou o ex-jogador.