Home Futebol Mundial de Clubes: Fluminense apresenta suas armas, mas precisa resolver seus problemas defensivos

Mundial de Clubes: Fluminense apresenta suas armas, mas precisa resolver seus problemas defensivos

Na coluna PAPO TÁTICO, Luiz Ferreira analisa a vitória sobre o Al-Ahly e projeta a decisão contra o Manchester City

Luiz Ferreira
Produtor executivo da equipe de esportes da Rádio Nacional do Rio de Janeiro, jornalista e radialista formado pela ECO/UFRJ, operador de áudio, sonoplasta e grande amante de esportes, Rock and Roll e um belo papo de boteco.
Fluminense F.C.
Fluminense x Al Ahly 18/12/2023

Jeddah, Arábia Saudita - 18/12/2023 -
Jogadores do Fluminense comemoram após a classificação no
Mundial de Clubes FIFA. Semifinal, jogo entre Fluminense x Al Ahly.

FOTO: MARCELO GONÇALVES / FLUMINENSE F.C.

Fluminense F.C. Fluminense x Al Ahly 18/12/2023 Jeddah, Arábia Saudita - 18/12/2023 - Jogadores do Fluminense comemoram após a classificação no Mundial de Clubes FIFA. Semifinal, jogo entre Fluminense x Al Ahly. FOTO: MARCELO GONÇALVES / FLUMINENSE F.C.

Na coluna PAPO TÁTICO, Luiz Ferreira analisa a vitória sobre o Al-Ahly e projeta a decisão contra o Manchester City

Este que escreve entende bem o peso que uma estreia tem na mente de um elenco. Ainda mais numa competição de tiro curtíssimo como é o Mundial de Clubes da FIFA. O Fluminense viveu todo um carrossel de emoções na última segunda-feira (18) com a vitória por dois a zero em cima do organizado Al-Ahly e se garantiu na grande final conforme sua torcida esperava.

PUBLICIDADE
PUBLICIDADE

Por outro lado, a equipe comandada por Fernando Diniz passou por momentos de instabilidade durante a partida por causa de velhos problemas defensivos apontados aqui no TORCEDORES. Problemas esses que podem ser explorados pelo poderoso Manchester City.

Não se trata de diminuir o feito do Fluminense diante de um adversário com muita história na competição. É lógico que o mais otimista dos torcedores sonha com uma vitória em cima da equipe de Pep Guardiola no jogo marcado para a próxima sexta-feira (22).

PUBLICIDADE
PUBLICIDADE

O fato de termos um jogo único na decisão (diante da imprevisibilidade do velho e rude esporte bretão) pode facilitar a vida dos comandados de Fernando Diniz. Só que a equipe precisa adotar a tática do “erro zero” contra o Manchester City se quiser pensar num resultado positivo. Na vitória sobre o Al-Ahly, vimos um Fluminense que sofreu bastante em alguns momentos.

Era esperado por todos que Fernando Diniz fosse mandar sua equipe a campo sem mudar sua filosofia e seu estilo de jogo. Com Martinelli próximo a André (os melhores em campo na opinião deste que escreve), o Flu ganhou mais força na marcação e qualidade no passe desde a saída de bola.

No mais, a equipe das Laranjeiras apostou na velha “paralela cheia” bem conhecida de quem acompanha a coluna aqui no TORCEDORES. Porém, vimos alguns pontos interessantes, como Jhon Arias e Keno abrindo o campo, Paulo Henrique Ganso e Martinelli se projetando, Cano arrastando a zaga e Marcelo se transformando num meia de criação.

PUBLICIDADE
Keno e Jhon Arias abrem o campo, Cano arrasta a zaga adversária e abre espaço para as chegadas de Marcelo, Martinelli e Ganso mais por dentro. Foto: Reprodução / YouTube / CazéTV
Keno e Jhon Arias abrem o campo, Cano arrasta a zaga adversária e abre espaço para as chegadas de Marcelo, Martinelli e Ganso mais por dentro. Foto: Reprodução / YouTube / CazéTV

O problema é que o Al-Ahly mostrou contra o Al-Ittihad como uma equipe joga em transição e explora bem os espaços às costas de uma linha defensiva. Tanto que o temor deste que escreve estava no fato do escrete egípcio basear seu jogo nos pontos fracos do Fluminense.

PUBLICIDADE

Não foram poucas as vezes em que Percy Tau, Kahraba, El Shahat e outros conseguiram circular nos buracos deixados pelo sistema defensivo do Tricolor das Laranjeiras. Se o experiente e cada vez mais decisivo Fábio não estivesse numa noite inspirada debaixo das traves, as coisas poderiam ter sido muito diferentes no King Abdullah.

El Shahat, Kahraba e Percy Tau encontraram certa facilidade para explorar as costas da linha defeniva do Fluminense em determinados momentos. Foto: Reprodução / YouTube / CazéTV
El Shahat, Kahraba e Percy Tau encontraram certa facilidade para explorar as costas da linha defeniva do Fluminense em determinados momentos. Foto: Reprodução / YouTube / CazéTV

Na semifinal do Mundial de Clubes, Al-Ahly e Fluminense se revezavam na posse de bola até mesmo para dosar o fôlego e repensar a estratégia. E o estilo do escrete egípcio explica a opção de Fernando Diniz pela escalação de Martinelli e André,a ssim como a manutenção dos dois volantes durante toda a partida.

As entradas de Marlon, John Kennedy e Lima ajudaram a reoxigenar o Tricolor das Laranjeiras num momento em que a equipe sofria com as bolas longas para os pontas no espaço entre zagueiros e laterais. O 4-4-2/4-2-3-1 de Fernando Diniz não foi modificado, mas ganhou mais consistência para brigar contra o 4-3-3 bem organizado do time de Marcel Koller.

Fernando Diniz não mudou seu desenho tático básico mesmo vendo o Al-ahly explorar bastante o espaço entre zagueiros e laterais com passes longos. Foto: Reprodução / YouTube / CazéTV
Fernando Diniz não mudou seu desenho tático básico mesmo vendo o Al-ahly explorar bastante o espaço entre zagueiros e laterais com passes longos. Foto: Reprodução / YouTube / CazéTV

Jhon Arias abriu o placar cobrando penalidade sofrida por Marcelo (após belíssimo lançamento de Paulo Henrique Ganso) aos 23 minutos da segunda etapa. Além de Marlon, John Kennedy e Lima, Fernando Diniz trocou os laterais para renovar o fôlego da equipe e reforçar a perseguição aos pontas do Al-Ahly.

PUBLICIDADE

Porém, é o lance do segundo gol (marcado por John Kennedy) que merece atenção. Desde a saída de bola, a solução encontrada por André para sair da pressão e o giro de Martinelli na marcação até a finalização do camisa nove tricolor. Tudo isso justifica e premia a confiança dada por Fernando Diniz aos seus jogadores.

André se livra da pressão com um toque de calcanhar e Martinelli gira em cima da marcação. Os dois volantes foram importantíssimos contra o Al-Ahly. Foto: Reprodução / YouTube / CazéTV
André se livra da pressão com um toque de calcanhar e Martinelli gira em cima da marcação. Os dois volantes foram importantíssimos contra o Al-Ahly. Foto: Reprodução / YouTube / CazéTV

O Fluminense conseguiu superar seu primeiro (e talvez mais espinhoso) obstáculo se mantendo fiel aos conceitos de Fernando Diniz e vencendo o nervosismo da estreia num Mundial de Clubes da FIFA. No entanto, a final contra o Manchester City vai pedir um nível de intensidade e consistência muito maior do que vimos contra o al-Ahly e até mesmo na final da Libertadores.

É por isso que os problemas no sistema defensivo preocupam este que escreve e também devem preocupar a comissão técnica tricolor. Principalmente no setor onde Marcelo e Felipe Melo jogam, o mesmo que Bernardo Silva e Kyle Walker gostam de explorar.

Por outro lado, é bem possível que o Fluminense entre em campo mais descansado e com muito menos pressão do que na última segunda-feira (18). Afinal de contas, o favoritismo para título do Mundial de Clubes está todo do lado do Manchester City de Pep Guardiola.

PUBLICIDADE

Uma vitória em cima do melhor time do mundo não é um sonho impossível de ser realizado, mas vai pedir a tática do “erro zero” e concentração absoluta. Num nível que ainda não vimos aqui no Brasil, por exemplo. De toda maneira, será um daqueles jogos que vai marcar a história do velho e rude esporte bretão. Podem ter certeza.

Better Collective
18+ | Jogue com responsabilidade | Aplicam-se os Termos e Condições | Conteúdo comercial