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Home Futebol Luis Suárez e Renato Gaúcho, os grandes responsáveis pela ótima temporada do Grêmio

Luis Suárez e Renato Gaúcho, os grandes responsáveis pela ótima temporada do Grêmio

Na coluna PAPO TÁTICO, Luiz Ferreira analisa o impacto dos dois ídolos no grande ano de 2023 do Tricolor Gaúcho

Luiz Ferreira
Produtor executivo da equipe de esportes da Rádio Nacional do Rio de Janeiro, jornalista e radialista formado pela ECO/UFRJ, operador de áudio, sonoplasta e grande amante de esportes, Rock and Roll e um belo papo de boteco.
Lucas Uebel / Grêmio FBPA

Lucas Uebel / Grêmio FBPA

Esta humilde análise tem dois objetivos bem claros. O primeiro deles é exaltar o futebol apresentado pelo craque uruguaio Luis Suárez. E o segundo é fazer uma espécie de “mea culpa” com o técnico Renato Gaúcho. Na visão deste que escreve, dos dois são os responsáveis diretos pelo grande ano de 2023 vivido pelo Grêmio (campeão gaúcho, semifinalista da Copa do Brasil, vice-campeão brasileiro e garantido na fase de grupos da Libertadores no ano seguinte em que voltou da Série B). Se Luisito aterrorizava os adversários com gols e grandes jogadas, o nosso querido “Reinight” conseguiu transformar o Tricolor Gaúcho num grupo batalhador e altamente competitivo.

Quem vê tudo de fora (principalmente daqui do “eixo”) pode até ficar com a impressão de que o Grêmio não fez mais do que a obrigação. As coisas podem até funcionar dessa maneira diante da história do clube gaúcho no cenário nacional e do que ele já conquistou em outros tempos. Por outro lado, é bom deixar claro que a equipe comandada por Renato Gaúcho JAMAIS foi apontada como uma das postulantes ao título brasileiro mesmo se mantendo nas primeiras posições desde o início da competição e com Luisito Suárez empilhando gols e mais gols. É no mínimo estranho que o Grêmio tenha sido colocado de lado várias vezes com números tão bons nesse Campeonato Brasileiro.

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É claro que a equipe oscilou demais em determinados momentos. As impressionantes 21 vitórias e os 63 gols marcados (segundo melhor ataque do Brasileirão) contrastam com o grande número de derrotas (doze no total) e com os 56 gols sofridos (quarta pior defesa da competição). Mesmo assim, quando se analisa todo o contexto, fica praticamente impossível não exaltar a campanha do Grêmio no meio de tantos adversários mais fortes e mais qualificados. E na prática, Renato Gaúcho fez exatamente o que deveria ser feito: montou sua equipe em torno de Luiz Suárez e deu liberdade para que seu principal jogador fizesse a diferença dentro de campo como fez tantas vezes em 2023.

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É verdade que Renato manteve seu discurso cheio de frases de efeito. Mas é preciso exaltar o trabalho feito por ele num Grêmio que vacilou muito na defesa, mas que mostrou ser competitivo em vários momentos. Na vitória sobre o Fluminense, o treinador teve quase todo seu elenco à disposição e montou um 4-1-4-1/4-3-3 que deixava Suárez completamente livre de qualquer obrigação defensiva. Mesmo com as grandes perseguições e encaixes individuais, a equipe gremista conseguiu se manter protegida com Everton Galdino e Ferreira voltando pelos lados e deixando o “trabalho sujo” com Villasanti (melhor volante do Brasileiirão na opinião deste que escreve), Pepê e Carballo.

Everton Galdino e Ferreira voltavam com os laterais adversários e os volantes fechavam a entrada da área. Suárez (fora da imagem) ficava mais à frente. Foto: Reprodução / Premiere / GE
Everton Galdino e Ferreira voltavam com os laterais adversários e os volantes fechavam a entrada da área. Suárez (fora da imagem) ficava mais à frente. Foto: Reprodução / Premiere / GE

Vale lembrar que Renato Gaúcho vario bastante o desenho tático do Grêmio nesse Campeonato Brasileiro. Usou o 4-2-3-1, o 4-3-3 e até mesmo o 3-4-2-1 em algumas partidas, sempre com o objetivo de liberar Suárez de obrigações defensivas e manter o equilíbrio entre os setores. Podemos sim questionar várias das escolhas do treinador gremistas e seu jeito de lidar com as situações corriqueiras do futebol. Mas um dos seus pontos mais fortes está na potencialização de talentos. E ter Suárez na sua equipe ajuda demais nesse quesito junto a atletas mais jovens.

Voltando à vitória sobre o Fluminense, todos os gols marcados na partida nasceram de contra-ataques bem encaixados com o camisa nove buscando o espaço às costas da última linha. Esse é um dos principais motivos pelos quais Renato Gaúcho apostava em pontas velozes para fazer a ultrapassagem sempre que Suárez recebe a bola. Se o uruguaio caía pela esquerda, Ferreira e Everton Galdino buscavam o corredor central e o lado direito. Se “El Pistolero” vinha pela direita, acontecia o contrário. A ideia aqui era preencher o espaço e dar opções de passe para o craque gremista.

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Suárez recebe a bola no corredor esquerdo e recebe a companhia de Ferreira e Pepê no contra-ataque sempre buscando o espaço às costas dos adversários. Foto: Reprodução / Premiere / GE
Suárez recebe a bola no corredor esquerdo e recebe a companhia de Ferreira e Pepê no contra-ataque sempre buscando o espaço às costas dos adversários. Foto: Reprodução / Premiere / GE

Se Luisito Suárez era o grande diferencial do Grêmio, outros nomes precisam ser destacados. Villasanti, por exemplo, foi fundamental na saída de bola e na proteção da última linha de defesa do Grêmio. Pepê qualificava bem o passe por dentro e também pisava na área. E Carballo já trazia o entrosamento com “El Pistolero” dos tempos de Nacional de Montevidéu. Por mais que a equipe tenha vacilado em momentos decisivos (como na derrota em casa para o Corinthians jogando com um mais durante boa parte do tempo), o encaixe de todos esses jogadores foi fundamental na recuperação de um Grêmio que competia muito e que mostrava muita mobilidade com Luisito Suárez comandando o ataque.

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Villasanti foi importante na construção das jogadas de ataque e nos lançamentos buscando Suárez. Ele, Carballo, Ferreira e outros foram fundamentais. Foto: Reprodução / Premiere / GE
Villasanti foi importante na construção das jogadas de ataque e nos lançamentos buscando Suárez. Ele, Carballo, Ferreira e outros foram fundamentais. Foto: Reprodução / Premiere / GE

Difícil não lamentar a saída de Luis Suárez. Todo mundo gostaria de vê-lo em campo na disputa da Libertadores de 2024 e jogando numa equipe mais qualificada e com mais opções táticas do que a que terminou o Campeonato Brasileiro numa honrosa segunda colocação. De fato, o craque do Brasileirão fez a diferença mesmo estando longe do seu auge físico e sofrendo com lesões sérias ao longo da temporada. Mesmo assim, o uruguaio só não fez chover com a camisa tricolor e mostrou que não é um dos maiores artilheiros do planeta ainda em atividade no futebol. A lacuna deixada por ele no escrete gremista (e também na nossa liga nacional) dificilmente será reposta à altura.

Mas também precisamos exaltar o trabalho realizado por Renato Gaúcho. Por mais que possamos questionar alguns dos seus métodos e apontar erros em algumas das suas escolhas dentro e fora de campo, é certeza para este que escreve que o Grêmio dificilmente teria chegado aonde chegou sem ele e o seu jeito mais “fanfarrão” e a confiança que colocava no elenco mesmo debaixo de uma chuva de criticas. Além do “mea culpa” deste que escreve de outros tempos, fica também a admiração pelo trabalho feito com um elenco curto e com poucas peças de reposição.

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