A Seleção Brasileira de bocha conquistou três medalhas de bronze na Copa do Mundo da modalidade, encerrada no último sábado, 9 de setembro, em Fortaleza, Ceará. A competição reuniu os melhores atletas de 20 países e somou pontos para o ranking mundial.
Nas disputas individuais, Evelyn de Oliveira, da classe BC3 (para atletas com deficiências muito severas e usam instrumento auxiliar, podendo ser ajudados por calheiro), e Andreza Vitória, campeã mundial da modalidade na classe BC1 (atletas que tem a opção de auxílio de ajudantes), subiram ao pódio na terceira posição em suas respectivas classes.
“Essa competição foi muito forte e mostrou que estou preparada para esses desafios. É uma grande responsabilidade estar no topo do ranking. Isso me motiva a entregar o meu melhor em quadra”, comentou Andreza.
O terceiro bronze do Brasil foi conquistado na disputa por equipes mistas BC1/2. O país foi representado por Maciel Santos e Iuri Tauan, ambos da classe BC2, além de Andreza, única atleta brasileira a medalhar nas duas provas que participou na competição internacional.
“Estudamos muitas estratégias nessa competição e recebemos diversos feedbacks positivos de outros técnicos. Alcançamos nossa meta aqui. Agora, é focar na preparação para o Parapan [que acontecerá em novembro, no Chile], porque essa foi a primeira competição do segundo semestre. Temos um caminho a percorrer ainda”, comentou Poliana Cruz, técnica da Andreza.
Ao todo, 93 atletas entre homens e mulheres, participaram da Copa do Mundo de bocha paralímpica na capital cearense.
Como funciona a bocha paralímpica?
Praticada por atletas com elevado grau de paralisia cerebral ou deficiências severas, a bocha paralímpica só apareceu no Brasil na década de 1970. A competição consiste em lançar as bolas coloridas o mais perto possível de uma branca (jack ou bolim). Os atletas ficam sentados em cadeiras de rodas e limitados a um espaço demarcado para fazer os arremessos. É permitido usar as mãos, os pés e instrumentos de auxílio (calhas), e contar com ajudantes (calheiros), no caso dos atletas com maior comprometimento dos membros.
A modalidade teve um antecessor nos Jogos Paralímpicos: o lawn bowls, uma espécie de bocha jogada na grama. E foi justamente no lawn bowls que o Brasil conquistou sua primeira medalha na história dos Jogos Paralímpicos: Robson Sampaio de Almeida e Luiz Carlos “Curtinho” foram prata nos Jogos de Toronto, no Canadá, em 1976.
As regras e competições internacionais da modalidade são organizadas e gerenciadas pela Boccia International Sports Federation (Bisfed). Já no Brasil, quem rege a bocha é a Associação Nacional de Desporto para Deficientes (ANDE).