Antes de 1979, mulheres eram proibidas por lei de atuarem no futebol, mesmo por lazer. Com um passado de resiliência e preconceito, as coisas mudaram gradativamente, mas foi apenas em 1988 quando a ideia de criar uma seleção brasileira feminina surgiu. Naquela época e em 1991, o time vestia os uniformes dos homens durante as partidas.
Copa do Mundo Feminina de 1991
Em 1988, Sissi, jovem jogadora do interior da Bahia recebia uma ligação para defender a primeira seleção brasileira feminina. Em um mundo onde as mulheres que jogavam bola eram vítimas de preconceito, a equipe começou a treinar no Rio de Janeiro. Em 1991, embarcariam para representar o Brasil na China no primeiro Mundial Feminino.
Naquela época, o time quase não tinha participação da CBF e o mundial experimental havia sido organizado pela FIFA como teste. A equipe era composta majoritariamente pelo time Radar do Rio de Janeiro, a equipe era praticamente imbatível e ainda acrescentaram algumas jogadoras para compor a primeira seleção feminina.
Com pouco tempo de treinamento antes da Copa do Mundo de 1991, as jogadoras praticamente se conheceram ainda no avião. O baixo investimento também se repercutia nos uniformes, que eram sobras das roupas utilizadas pela equipe masculina.
Esta questão é relembrada por Sissi em matéria feita pelas Dibradoras no Portal UOL. A ex-jogadora disse para a reportagem: “todas as roupas que usamos eram do masculino. A gente não tinha nada. O uniforme era gigantesco. A gente dobrava o short para dar certo. Aí ficávamos uma rindo uma da cara da outra olhando essa situação. Mas na época, ninguém se importava com isso, o que importava era a paixão, o sonho. A gente mostrar que a gente tinha capacidade. Só que chegamos lá e vimos seleções mega organizadas, com seus próprios uniformes, dos seus tamanhos, seus estilos de jogo. A gente nunca tinha jogado junto, só as meninas do Radar”.
Seleção brasileira feminina hoje
Hoje em dia, as coisas tem melhorado e o futebol feminino se profissionalizou, embora ainda existam divergências no quesito de premiações, patrocínios, salários, entre outras questões. Atualmente, a seleção brasileira feminina disputa a Copa do Mundo Feminina 2023, na 3ª colocação da tabela, jogará a última partida contra Jamaica na quarta-feira (02) para garantir vaga nas oitavas de final.