Demitido pela Globo após 35 anos, Cleber Machado ficou surpreso com a decisão. Apesar disso, nos bastidores, havia uma sinalização de que o locutor havia perdido espaço na emissora. Em 2018, meses antes do início da Copa do Mundo, a emissora definiu que Luis Roberto e Galvão Bueno iriam trabalhar nas semifinais. Sendo assim, a decisão foi atribuída ao processo de mudanças que ocorreram nos bastidores.
Na sequência, Cleber Machado destacou que, se trabalhasse na chefia da Globo, não teria optado pelo seu desligamento. Isso porque a empresa retomou os direitos da Libertadores e a saída de Galvão Bueno deixou uma lacuna.
“Qual o primeiro jogo que eu fiz na Copa de 18? Portugal x Espanha. Qual foi o maior jogo da Copa de 18? Argentina x França. Uruguai e França foi um bom jogo? Eu que fiz. A semifinal da Copa ele (Luis Roberto) que fez e o Galvão fez a outra. Sabe quando eu soube que não iria fazer a semifinal da Copa? Em fevereiro de 2018. Até perguntei: vocês estão fazendo uma escala cinco meses antes da Copa? Vocês sabem quem fez as semifinais das Copas de 14,10, 06, 02 e 98? Eu. Se eu fiz cinco, ele fez as duas últimas. Aí tá claro. Para quem estava, eu fazia. Para quem está, ele fez. Teve mudanças de conceitos, ideias, opiniões, pessoas… tudo.“, disse Cleber Machado ao podcast “Tomando Uma Com”.
“Fiquei surpreso quando saí porque o Galvão acaba de se aposentar e não vai mais narrar, a Libertadores tá de volta, vai ser um grande evento a mais. Eu tô desde 90 e o Luis desde 97. Na minha cabeça, se eu fosse diretor, eu ficaria com os dois pra segurar a onda, mas os que estão lá vão segurar a onda.“, completou.
Cleber Machado esquecido pela Globo?
Após a saída, Cleber Machado contou que não recebeu nenhum contato vindo da Globo. Mesmo que grande parte do público sinta sua falta nos jogos dos clubes paulistas, houve uma sinalização que os diretores acabaram “ignorando” o impacto pela demissão.
“Não tem choro e nem vela. Não chorei uma lágrima (pela demissão). É natural (o público sentir falta). Eu trabalhei 35 anos. Acaba virando uma identificação de muito tempo, os caras que estão chegando ainda não tem mais identificação, é muito mais gente. Houve um tempo que o Luis Roberto fazia um jogo e eu fazia outro. Não tinha escala. O Galvão fazia Fórmula 1 e seleção brasileira, os outros eventos éramos nós. Lógico que causa um impacto, mas, talvez, os caras achem que não tem impacto nenhum. Nunca ninguém falou pra mim que ficou assim ou assado, mudou isso ou aquilo, teve reclamação ou elogio… nunca ninguém mais falou comigo, mas há um impacto natural.”, relatou.